"[...] existem elementos que dificultam o desenvolvimento de um jogo 'global', então nós fazemos o desenvolvimento sem focar muito neste aspecto 'global'. Por exemplo, no passado quando desenvolvíamos jogos para consoles partindo de uma premissa global, não apenas eles acabaram sendo jogos que não eram para os japonês, como também acabaram sendo títulos incompletos que não se adequavam a um público global."
"Por outro lado, existem jogos como os JPRGs que fazemos para o público japonês com os elementos adequados, como Bravely Defaut, que acabaram vendendo bem por todo o mundo."
"Devido a essa divisão da mentalidade de desenvolvimento de acordo com as regiões, não fomos capazes de perceber isso até agora; os fãs de JRPGs estão realmente espalhados por todo o mundo. Através de várias redes de comunicação, as informações que anunciamos no Japão são instantaneamente distribuídas no mundo todo. Tanto na América do Norte como Europa ou na América do Sul."
"Com isso em mente, e todas as comunidades de fãs, existe um conceito de grande massa, que diminui a imagem de [o JRPG] ser um gênero de nicho. Para os próximos jogos nós estaremos os desenvolvendo sob essa ótica. Apesar de isso poder soar muito radical, nós estamos pensando em desenvolvê-los como pesados JRPGs. Eu acredito que desse jeito nós poderemos nos focarmos melhor em nossos objetivos, o que trará também melhores resultados."Apesar do discurso cosmopolita geograficamente, Matsuda lembrou que isso não significa falta de foco no público alvo de seus jogos. O executivo citou que Hitman: Absolution (Multi) tentou ser um jogo com objetivo de atender um público mais amplo, com vários elementos diferentes, e acabou por enfraquecendo o laço entre a série e os jogadores por falta de focos nos elementos principais; além de ter vendido pouco.
A estratégia "global" que o presidente da Square Enix pareceu explicar não é de fazerem jogos que agradem a todos, mas é de manter o foco nos elementos que caracterizam determinados gêneros porque estes gêneros não são restritos a apenas determinados públicos com critérios de distribuição geográfica - etária ou sexual, também, por exemplo. Se for isso, é algo de muito agrado para nós (e ele lembrou dos sul-americanos), não?
Fonte: Siliconera