Sucesso de Bravely Default (3DS) mexeu com a Square Enix

Desenvolvedora diz que o sucesso do jogo de 3DS a fez repensar suas estratégias em todo o mundo, com um carinho especial para os JRPGs.

em 31/03/2014
Em entrevista ao portal japonês Nikkei Trendy o presidente da Square Enix, Yosuke Matsuda, comentou sobre o grande sucesso que seu último lançamento para o portátil da Nintendo, Bravely Default (3DS), teve em todo o planeta. O JRPG vendeu 200 mil cópias em poucas semanas nos Estados Unidos (conseguindo entrar no Top 10 de fevereiro no país) e foi muito bem também na Europa. O desempenho do título ajudou a desenvolvedora perceber que o gênero de RPG japoneses está espalhado pelo mundo todo, a ajudando a ter objetivos mais claros em seus trabalhos, acompanhe:

"[...] existem elementos que dificultam o desenvolvimento de um jogo 'global', então nós fazemos o desenvolvimento sem focar muito neste aspecto 'global'. Por exemplo, no passado quando desenvolvíamos jogos para consoles partindo de uma premissa global, não apenas eles acabaram sendo jogos que não eram para os japonês, como também acabaram sendo títulos incompletos que não se adequavam a um público global."
"Por outro lado, existem jogos como os JPRGs que fazemos para o público japonês com os elementos adequados, como Bravely Defaut, que acabaram vendendo bem por todo o mundo."
"Devido a essa divisão da mentalidade de desenvolvimento de acordo com as regiões, não fomos capazes de perceber isso até agora; os fãs de JRPGs estão realmente espalhados por todo o mundo. Através de várias redes de comunicação, as informações que anunciamos no Japão são instantaneamente distribuídas no mundo todo. Tanto na América do Norte como Europa ou na América do Sul."
"Com isso em mente, e todas as comunidades de fãs, existe um conceito de grande massa, que diminui a imagem de [o JRPG] ser um gênero de nicho. Para os próximos jogos nós estaremos os desenvolvendo sob essa ótica. Apesar de isso poder soar muito radical, nós estamos pensando em desenvolvê-los como pesados JRPGs. Eu acredito que desse jeito nós poderemos nos focarmos melhor em nossos objetivos, o que trará também melhores resultados."
Apesar do discurso cosmopolita geograficamente, Matsuda lembrou que isso não significa falta de foco no público alvo de seus jogos. O executivo citou que Hitman: Absolution (Multi) tentou ser um jogo com objetivo de atender um público mais amplo, com vários elementos diferentes, e acabou por enfraquecendo o laço entre a série e os jogadores por falta de focos nos elementos principais; além de ter vendido pouco.

A estratégia "global" que o presidente da Square Enix pareceu explicar não é de fazerem jogos que agradem a todos, mas é de manter o foco nos elementos que caracterizam determinados gêneros porque estes gêneros não são restritos a apenas determinados públicos com critérios de distribuição geográfica - etária ou sexual, também, por exemplo. Se for isso, é algo de muito agrado para nós (e ele lembrou dos sul-americanos), não?

Fonte: Siliconera


Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.