Análise: Junte-se novamente aos maiores mascotes da história dos videogames no divertido Mario & Sonic at the Olimpic Winter Games Sochi 2014 (Wii U)

em 28/11/2013

Quem viveu a era de ouro dos videogames na década de 1990 teve a chance de acompanhar a verdadeira e mais sangrenta guerra de consoles.... (por Unknown em 28/11/2013, via Nintendo Blast)


Quem viveu a era de ouro dos videogames na década de 1990 teve a chance de acompanhar a verdadeira e mais sangrenta guerra de consoles. As protagonistas desta batalha eram a Nintendo e a Sega, que trocavam provocações em toda e qualquer oportunidade que surgia. Com seus mascotes, Mario e Sonic respectivamente, as empresas tentavam cativar o maior número de jogadores possíveis para suas plataformas oferecendo experiências realmente únicas e espetaculares e os resultados não eram nada menos do que incríveis. Por essa razão, todos guardam no coração aquele tempo que nunca mais voltará. Duas décadas depois, vemos o que naquela época seria considerado um verdadeiro pecado: Sonic protagonizando aventuras lançadas exclusivamente em consoles Nintendo e pior ainda, jogos em que os dois maiores mascotes da história dos videogames se unem para competir os Jogos Olímpicos. Mario & Sonic at the Sochi 2014 Olympic Winter Games é o quarto título da franquia e primeiro lançado para o Wii U, e podemos ver um futuro promissor para a já bem sucedida franquia.


Uma nova geração de Olimpíadas!

Mario & Sonic at the Sochi 2014 Olympic Winter Games apresenta uma grande evolução em relação aos títulos anteriores da franquia. Primeiramente, o jogo possui gráficos muito bem trabalhados, com texturas bem definidas e modelagem e animação de personagens que beira a perfeição.  Mas isso é apenas a ponta do iceberg, já que o título conta com diversas inovações que fazem bastante diferença na experiência proporcionada pelo jogo. Contando com dezoito modalidades diferentes, sendo dez oficiais e as restantea baseadas nos universos de Mario e Sonic, o título pode agradar a qualquer um, já que cada esporte possui regras, jogabilidade e ambientações completamente diferentes e quase todos eles são divertidos e funcionais.

E começa mais uma competição!
A Nintendo tratou de adicionar diversas funcionalidades online ao jogo, desde a criação de confederações (já que você pode escolher o seu país na primeira vez que liga o jogo para que seja possível competir na internet defendendo seu país) até uma boa integração com o Miiverse com compartilhamento de recordes e fotografias pessoais no momento em que estes são batidos. Além disso, o jogo conta com tutoriais muito completos, estatísticas de jogador, leaderboards e uma infinidade de extras a serem destravados.

É possível até destravar acessórios para o seu Mii!

A quantidade de personagens selecionáveis também surpreende, de maneira que nem os mais secundários foram esquecidos. De Bowser Jr. até Silver, os personagens foram muito bem selecionados e são divididos em categorias como velocidade, força e habilidade, adicionando elementos estratégicos na hora de escolher quem controlar em determinado esporte. Falando nisso, as modalidades podem ser jogadas de diversas formas. É possível selecionar apenas uma, o que serve como um bom passatempo, competir em campeonatos e até em desafios mais elaborados, tudo isso online ou não. Quando jogado online, como apontei, você competirá pelo seu país, de maneira que os leaderboards geram um ranking em que podemos visualizar como estamos diante de outros países mundo afora. Apesar de simples, isso dá um estímulo a mais para jogarmos e casa bem com o clima olímpico do título.

Problemas de movimento

As dez modalidades tradicionais abrangem diversas atividades como Hockey, esqui e patinação no gelo, sendo que todas utilizam os controles de movimento de alguma forma. Infelizmente, nota-se um pequeno problema que chegou a me preocupar em alguns momentos, já que ele envolve justamente o maior atrativo do Wii U: seu GamePad. Nas modalidades que utilizam-se do Wiimote, é possível constatar que a jogabilidade é simples e intuitiva, com movimentos que fazem sentido e dificilmente cansam os braços. Além disso, o uso obrigatório do Wii MotionPlus garante um nível de precisão muito grande, o que torna o jogo muito agradável.

Às vezes os controles do GamePad podem deixar os jogadores na mão...
Em contrapartida, temos as modalidades que se utilizam do GamePad e, infelizmente, sua precisão não é tão boa assim. Para começar, o tamanho do controle torna os movimentos menos naturais (imagine-se dando um impulso para baixo com o controle... pois é) e você falhará muitas vezes ao tentar fazer curvas precisas no bobsleigh, por exemplo. Além disso, o controle oferece a possibilidade de visão em primeira pessoa em certas modalidades, dando duas perspectivas para a mesma ação. Apesar da boa ideia, ela nem sempre funciona como deveria, já que a tela do GamePad apresenta algumas lentidões e atrasos em relação ao que está se passando na telona. O único momento em que me senti confortável utilizando o controle foi na modalidade de tiro ao alvo, em que os sensores de movimento do controle devem ser utilizados para ajustar a sua mira. Felizmente, a maior parte das atividades pode ser realizada pelo Wiimote, mas é triste pensar que o maior atrativo do Wii U é subutilizado e não funcione muito bem.

Eventos dos sonhos

Os chamados Dream Events se desviam completamente das modalidades oficiais, apesar de manter a sua gelada ambientação exceto pelos cenários, e são baseados em locais dos universos de Mario e Sonic, inclusive utilizando elementos de aventuras recentes como Super Mario 3D World e Sonic Lost World, ambos para Wii U. De guerra de bolas de neve até corridas em trenós turbinados, as competições são menos técnicas e muito mais frenéticas, sendo ideias para se jogar off-line com os amigos. Infelizmente, assim como nas modalidades tradicionais, o GamePad mais atrapalha do que ajuda, fazendo com que o Wiimote se torne a melhor opção para uma partida sem frustrações.

A guerra de bolas de neve é  um dos Dream Events mais divertidos!

Os males da zona de conforto

Talvez um dos grandes problemas do título, além da já citada imprecisão do GamePad, é que a Nintendo resolveu não arriscar muito em seu título, mesmo tendo ferramentas o bastante para isso. Mesmo com todas as qualidades citadas, na essência o jogo continua sendo muito parecido com seus antecessores, já que as atividades ainda são simples e envolvem apenas o uso de controle de movimento. Isso não é necessariamente algo ruim, já que tudo sempre funcionou muito bem, mas além das implementações online, o jogo não traz nenhuma grande inovação que o faça parecer algo realmente novo, o que pode ser uma decepção para os que aguardavam uma grande revolução que trouxesse a franquia para uma nova geração não apenas visualmente, mas em seus aspectos de gameplay. O que quero dizer é que certas modalidades poderiam ser complexas, abusando mais dos controles e possibilidades oferecidas pelo novo console da Nintendo, já que o uso do Wiimote é algo já conhecido por todos desde a geração passada e com este título nada mudou. Contudo, acredito que a Nintendo está no caminho certo, sendo apenas um pouco resistente em inovar mais, como é característico em certas franquias da desenvolvedora.

Apesar de ser um jogo divertido, faltou um pouco de inovação à franquia

Recorde visual

O que chama a atenção logo na primeira partida do jogo é o capricho despendido na parte visual do título. Com gráficos praticamente sem serrilhados, cenários muito detalhados, com efeitos de luz complexos e texturas em alta definição, e modelagem de personagens que beira à perfeição, o jogo é um deleite aos olhos de qualquer jogador, o que é surpreendente vindo de um jogo em que o foco está longe de ser o visual. Tudo parece vivo e é um grande prazer poder jogar algo em que notamos de longe o empenho da desenvolvedora em tornar a experiência agradável.  Além disso, a incrível trilha sonora conta com versões remixadas de diversas aventuras de Mario e Sonic, além de composições originais e imponentes que remetem diretamente a glória de se competir em jogos olímpicos, mesmo que estes sejam apenas de inverno.

Com gráficos belíssimos é impossível não se encantar com o título!

No caminho certo

Mario & Sonic at the Sochi 2014 Olympic Winter Games pode não ser perfeito, já que nem sempre os controles funcionam como deveriam, mas ainda assim o título é uma ótima pedida para este final de ano. Com uma grande variedade de modalidades e formas de jogar, o título é robusto e oferece profundidade o bastante para ser jogado por meses. Resta agora torcer para que o inevitável título baseado nas olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016 corrija os problemas de jogabilidade acarretados pelo GamePad e que a Nintendo já saiba justificar a criação de um controle tão promissor.


Prós

  • Grande variedade de modalidades e formas de jogar;
  • Excelente jogabilidade com o Wiimote;
  • Funcionalidades online inovadoras e imersivas;
  • Gráficos e trilha sonora excelentes.

Contras

  • Com exceção dos gráficos, pouco evoluiu em relação aos títulos anteriores;
  • O GamePad, que deveria ser o grande atrativo do jogo, é uma grande decepção.

Mario & Sonic at the Sochi 2014 Olympic Winter Games – Wii U – Nota 7,5
Revisão: Alex Sandro de Mattos
Capa: Diego Migueis 

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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