Impressões: Onimusha 2: Samurai's Destiny segue o caminho da espada no Switch

Clássico do PS2 chega pela primeira vez ao console da Nintendo.

em 22/04/2025
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Lançado originalmente em 2002, Onimusha 2: Samurai's Desteny expandiu o universo sombrio e sobrenatural do primeiro game, misturando, com maestria, a mitologia japonesa, intrigas políticas e ação frenética. O remaster apresenta diversas melhorias de qualidade visual, sonora e de jogabilidade, além de conteúdo desbloqueado desde o início!

A volta de um clássico


A história de Onimusha 2 se passa em 1571, alguns anos após os eventos do primeiro jogo. Aqui, o protagonista não é mais Samanosuke, mas sim Jubei Yagyu, um espadachim inspirado no lendário guerreiro histórico de mesmo nome. Quando sua vila é destruída pelos demônios Genma a mando do tirano Nobunaga Oda (reimaginado como um vilão demoníaco), Jubei parte em uma jornada de vingança — e redenção.

O charme de Onimusha 2 está em como mistura folclore japonês, elementos sobrenaturais e eventos históricos reais, criando uma narrativa única, cheia de tensão, honra e traição. O jogo aprofunda a mitologia dos Genma e do clã Oni, oferecendo momentos mais cinematográficos e uma trama mais ramificada do que seu antecessor.

Nobunaga, que aparece pela primeira na série como antagonista principal nesse título, se torna uma peça central da franquia, tornando também Onimusha 2 obrigatório para os fãs da série.

Espada e escolhas afiadas


Mais do que um simples hack and slash, Samurai’s Destiny introduz uma jogabilidade que mistura ação intensa com elementos estratégicos e até um toque de RPG. O combate continua centrado na precisão e no uso de armas encantadas, mas agora há um sistema de relacionamento com outros personagens, algo ousado para a época e ainda relevante hoje.

Diferente do primeiro Onimusha, que focava mais em uma jornada solitária, o segundo jogo apresenta uma camada a mais de complexidade narrativa: durante a campanha, o jogador pode presentear e interagir com outros guerreiros, influenciando diretamente quem se tornará aliado na batalha final. 

Essas decisões afetam não só o enredo como também o desfecho da história e as possibilidades de jogabilidade, adicionando um fator replay e profundidade emocional mais marcante.

O jogo se afasta ainda mais da jogabilidade original ao dar mais liberdade de movimento ao personagem controlado pelo jogador, abandonando o controle estilo tanque inspirado por Resident Evil do primeiro título. Ainda assim, o jogo continua com os cenários estáticos.

Qualidade de vida no fio da lâmina


Entre as melhorias estão duas mudanças que trazem Onimusha 2 de vez para os padrões modernos: o sistema de salvamento automático e a troca facilitada de armas durante o combate.

No original, salvar o progresso exigia encontrar pontos específicos no mapa, o que podia transformar uma derrota inesperada em uma grande frustração. Agora, com checkpoints automáticos, a experiência se torna mais fluida e menos punitiva, mantendo o desafio sem sacrificar o ritmo da aventura. É o tipo de atualização que respeita o tempo do jogador sem comprometer a tensão que a série sempre entregou.

Já a troca rápida de armas — antes feita por meio de menus pausados — agora está muito mais dinâmica, permitindo alternar entre espadas elementais e armas de longo alcance com um simples toque. Essa mudança transforma o combate, deixando-o mais ágil e estratégico, especialmente em confrontos contra múltiplos inimigos ou chefes que exigem mudança de abordagem em tempo real.

Vale a pena citar também que Onimusha 2 além de menus em português, tem legendas em português do brasileiro, algo que nem sempre acontece em casos de remasters, e que é sempre bem vindo. 

Mudança apenas no que precisa


Apesar de fazer alguns incrementos e melhorias na jogabilidade, Onimusha 2 se mantém o mais próximo possível do original, assim retém as características e o espírito da experiência que foi planejado para ter.

Outras mudanças bem-vindas foram a repaginada sonora, em especial das músicas que agora estão em maior qualidade e mais claras. O jogo estando em HD e Widescreen também torna a experiência mais adaptada para o formato das telas de hoje, fugindo de bordas que muitas empresas adotam ao trazer seus jogos clássicos para gerações atuais.

Onimusha 2 também facilita acesso a áreas que no jogo original eram menos claras e complicadas de acessar, como os mundos espirituais, onde podemos enfrentar séries de inimigos em sequência. Além disso alguns extras também estão liberados desde o início, como minigames e artes.

Com mudanças singelas e cirúrgicas, o remaster demonstra uma preocupação em manter a história de uma era dos games através do máximo respeito ao conteúdo e experiência original, mas sem prejudicar a experiência do momento atual. Correção e aprimoramento de mecânicas como a troca de armas ou contra-ataques são um ótimo exemplo disso.

Uma saga de peso


Onimusha 2: Samurai's Destiny evoluiu em muitos aspectos as características de jogabilidade (com o remaster melhorando ainda mais este último aspecto) e narrativa de seu antecessor, para então culminar naquele que é considerado o melhor título da franquia: Onimusha 3.

Com os dois primeiros títulos já disponíveis, não é incoerente imaginar que o terceiro jogo dê as caras num futuro próximo, completando a trilogia inicial e, quem sabe, a tão esperada continuação da série chegue também aos consoles Nintendo.

Revisão: Alessandra Ribeiro
Prévia produzida com cópia digital cedida pela Capcom.

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Fernando Lorde
Fernando Paixão Rosa, normalmente referenciado por Lorde, está escrevendo pela internet afora há mais de dez anos e com alguns livros publicados. Escutando música 24h/dia, fã de cultura pop em suas muitas manifestações e mais fã ainda das IP's da Nintendo. Registrando as aventuras nos games no Instagram (@lordeverse) e Twitch (@lordeverso).
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