Análise: Ninja Five-O é um jogo viciante e divertido, mas com pouco conteúdo

Houve uma época em que jogos eram mais simples. Não eram necessárias horas de uma trama cuidadosamente elaborada ou mecânicas complexas, apenas uma boa trilha sonora, jogabilidade simples, fácil de entender, mas viciante, e uma pixel-art estilosa. Ninja Five-O definitivamente pertence a esse período.

Por se tratar de um jogo obscuro, considerado uma pérola rara e esquecida do Game Boy Advance, a Limited Run se encarregou de preservá-lo para as gerações futuras, lançando uma versão definitiva e mais acessível. O resultado é um jogo icônico, repleto de ação, mas que vem com alguns pequenos problemas técnicos levemente irritantes.

Aquilo é um pássaro? Um avião? Não, é um policial ninja!

Neste game, você é um policial ninja, e seu objetivo é invadir bancos em meio a assaltos e até bases secretas de terroristas que querem espalhar o caos pelo mundo, salvando os reféns e detendo os bandidos. Suas inspirações em clássicos como Shinobi e Bionic Commando ficam evidentes desde o início, além dos clichês hollywoodianos exagerados sobre ninjas e policiais, fazendo com que Ninja Five-O seja uma experiência bem marcante, principalmente pelos chefes criativos que você enfrenta ao longo do jogo.

Para salvar o dia, você vai contar com sua fiel katana, vários shurikens e um gancho que vai te ajudar a passar pelas plataformas do jogo, permitindo que você se pendure nos objetos do cenário. Além disso, durante o game, é possível encontrar diversos power-ups que garantem poderes extraordinários, como soltar bolas de fogo ou até mesmo disparar um laser mortal — não me pergunte como, mas acontece.

Além de sua história simples, que serve como pano de fundo, a jogabilidade do jogo é fácil de aprender, mas conta com os típicos desafios de um jogo de plataforma, com vários inimigos difíceis e que vão incentivar a sua criatividade no campo de batalha, mas sem ser frustrante ou cansativo. As variações nos inimigos e mapas fazem com que o jogo não se torne repetitivo ou monótono, com fases incrivelmente detalhadas para um jogo originalmente de Game Boy Advance.

Mas, facilmente, um dos pontos mais fracos do jogo é sua quantidade de conteúdo, pois é possível zerar ele na dificuldade normal em aproximadamente três horas, e, após isso, não há conteúdo extra para desbloquear, fazendo com que rejogar ele seja meio sem sentido e monótono. Essa falta de conteúdo extra após finalizar o jogo e sua jogabilidade arcade e rápida faz com que ele seja um ótimo título para jogar no caminho para o trabalho no metrô, mas um jogo raso e simples no geral.

Preservação e adições interessantes

Por ser um relançamento feito pela Limited Run, é claro que o jogo viria com algumas adições interessantes, que fazem desse jogo a versão definitiva para se jogar dentre as versões existentes.

Além de contar com as versões norte-americana e europeia do jogo — que se diferenciam apenas pelo nome —, foi incluído também o manual que o acompanhava, além de algumas artes conceituais e capas dos jogos originais, o que contribui para preservar a obra.

Além dessas adições, o jogo também conta com uma mecânica nova de rebobinamento, que facilita um pouco mais a experiência e a torna mais acessível para os públicos atuais, permitindo voltar alguns segundos no tempo.

Também foi incluída uma nova trilha sonora remasterizada, que melhora a qualidade das músicas clássicas, deixando-as menos comprimidas. Entretanto, em alguns instantes o jogo corta a música, ficando mudo, fazendo com que alguns momentos que deveriam ser de ação e combate intenso se tornem estranhos e sem graça — um problema que nunca ocorreu na versão original do jogo.

Além disso, é possível utilizar um filtro de tela que deixa a qualidade do display similar à do Game Boy Advance, além de banners para enfeitar as partes laterais da tela. Também é possível jogar em modo widescreen, esticando um pouco mais os pixels para que o jogo encaixe na tela do Switch por completo.

Prepare sua katana e salve o dia

De modo geral, Ninja Five-O no Switch é um ótimo relançamento de um jogo divertido e descomplicado do Game Boy Advance. Com uma jogabilidade fácil de aprender, mas com inimigos desafiadores e fases criativas, este jogo é ótimo para jogar em pequenas quantidades, sendo perfeito para momentos de lazer rápido.

Tirando o fato de ser absurdamente curto, os conteúdos adicionais implementados nesta versão preservam perfeitamente um jogo raro e obscuro do Game Boy Advance, que facilmente seria esquecido pelo tempo.

Então, caro leitor, pegue sua katana, prepare seus shurikens e embarque nessa aventura para salvar o dia e enfrentar os vilões malvados que estão aterrorizando a cidade! E de quebra, no fim do dia, caem bem umas rosquinhas.

Prós

Jogabilidade simples e fácil de entender, fazendo deste um ótimo jogo para passar o tempo;
Design das fases bastante criativas e detalhadas;
Melhorias na qualidade da trilha sonora original;
Preservação das artes originais e manuais clássicos do jogo.

Contras

Absurdamente curto, levando no máximo em torno de três horas para completar;
Problemas técnicos no áudio que ocorrem aleatoriamente, fazendo a música do jogo ficar muda.