Lançado originalmente em 2015, Xenoblade Chronicles X ocorre em paralelo aos demais títulos da série Xenoblade Chronicles e tem uma ligação temática e conceitual através da exploração e batalhas, mas se situam em universos e histórias separadas dos demais títulos da franquia, com Xenoblade Chronicles X sendo um sucessor espiritual do primeiro.
O fim da terra e fazendo um novo lar
Nossa jornada nesse mundo começa com o despertar de nosso avatar (após uma breve criação de personagem) de sua capsula de hibernação por Elma, que estava justamente em busca de mais sobreviventes. Nosso personagem acorda sem memória, mas é introduzido ao princípio básico do mundo que o cerca: é preciso estar pronto para lutar a qualquer momento.
Mas Elma não nos salva apenas por boa ação. A busca por sobreviventes é fundamental, afinal é necessário encontrar ainda mais recrutas para manter a colônia New Los Angeles (NLA) em segurança. Somos guiados para a BLADE, uma espécie de grupo paramilitar encarregado em especial da proteção e também atua como forma de governo.
É na BLADE que nosso personagem fica a par da realidade a qual a humanidade se encontra: estamos em NLA, uma colônia de sobrevivência humana abandonada no planeta Mira, após uma guerra entre duas raças alienígenas destruir a Terra, forçando a humanidade a uma evacuação apressada de seu planeta natal. Quando a nave caiu em Mira, uma embarcação contendo inúmeros humanos em sono suspenso se separou e foi espalhada pelo mundo alienígena desconhecido. Cabe ao personagem do jogador e seu destacamento se aventurarem e encontrá-la em Mira.
Um mundo selvagem e vívido
Logo nos primeiros momentos jogando é mostrado como — e fica cada vez mais claro — Mira é mais que um palco. Sua natureza, seu clima, as criaturas, a composição e forma dos terrenos são interligados e se afetam entre si, em especial nos combates.
Mira é um planeta amplo, rico em sua construção e detalhes. Até onde joguei para escrever essa prévia, apesar de ter me aventurado bastante, cobri bem pouco de todo o imenso mapa aberto do jogo. As colinas, campos, lagos e cavernas, repletos de monstros diferentes, construções e formações únicas que pude visitar me deixaram com vontade de sair explorando loucamente como costumo fazer em jogos de mundo aberto.
No entanto a exploração nem sempre é fácil, visto que muitos monstros encontrados pelo caminho estão em níveis muito variados, com alguns sendo extremamente poderosos, perigosos e ativos.
Mas diferente do que acontece muito em ARPGs e RPGs clássicos onde tudo está tentando te matar a todo momento, em Xenoblade Chronicles X a vida selvagem está disposta entre criaturas que são agressivas — e quando te virem irão atacar — e aquelas que simplesmente não irão se importar com sua presença, caso não os ataquemos.
É interessante como alguns seres da mesma espécie agem de forma diferente, alguns sendo passivos e outros agressivos, assim como a relação entre espécies de criaturas diferentes. Mas é bom estar sempre pronto para o combate.
As artes da guerra
Os jogadores encontrarão uma grande quantidade de sistemas de jogabilidade distintos dentro das classes, habilidades e muito mais do jogo. No começo, ao nos juntarmos à BLADE podemos escolher entre várias Divisões, um dos oito grupos com tarefas específicas para contribuir com a NLA, como coletar informações, lidar com ameaças, etc.
As classes que você pode escolher afetam o estilo de luta do seu personagem, quais armas ele pode usar, além de quais "Artes" seu personagem pode utilizar. Artes são habilidades que vão desde ataques poderosos até cura para si mesmo ou os outros, além de buffs e debuffs. Os jogadores podem alternar entre elas a qualquer momento fora do combate, e fazer isso ajudará a encontrar o seu estilo de jogo. À medida que você joga, você ganha Pontos de Batalha para melhorar essas habilidades e tornar seu personagem visivelmente mais poderoso.
Além das Artes para curar, seu personagem tem uma chance de se curar se acertar um Soul Challenge, que é um tipo de quick time event. Se a batalha estiver indo a seu favor, ou se você conseguir manter a calma, esses eventos não são de forma alguma difíceis, e seu único e verdadeiro desafio vem de não saber quando eles vão acontecer. Quando a situação complica, eles podem ser difíceis de acertar.
Esses eventos trazem uma sensação de risco para o sistema de combate, mesmo durante os períodos de pausa, quando você já usou todas as suas Artes e precisa esperar que elas recarreguem, especialmente quando sua saúde está baixa e você não pode usar nenhum item ou Arte de cura.
Do combate à customização
O sistema de combate desse título tem uma quantidade incrível do que vou chamar de nuances, como por exemplo as Soul Voices quando, durante o combate, os personagens gritarão comandos e as respectivas Artes, na parte inferior, irão brilhar sutilmente. Quando essas Artes brilharem, selecione-as e tanto você quanto o personagem que gritou o comando irão ganhar HP.
O posicionamento dos personagens também é relevante durante o combate. Algumas Artes causarão mais dano acertando pelas costas, alguns monstros têm áreas mais desprotegidas e atacar de um local estratégico será uma vantagem. O clima, o tipo de armas, classe, artes, skills, moral, entre outros fatores, embora muitas das informações sobre cada coisa seja passada, em geral, muito rapidamente. Para nossa sorte, há uma area no jogo com todas as funções explicadas.
Embora tudo isso pareça complicar demais a gameplay, a verdade é que parece que apenas aprendendo as mecânicas mais básicas, todo o resto pode ser relativamente negligenciado tranquilamente, pelo menos até onde joguei.
A customização também parece que estará muito presente em nossa jornada de sobrevivência em Mira. Além das Artes, Skills e Classes que podemos customizar para adequar à jogabilidade de nossos personagens, há também os Ground Gears e Fashion Gears.
Ground Gears são basicamente as armas e armaduras que equipamos em nossos personagens, com seus status diversos. Já os Fashion Gears, como o nome evidencia, são focados apenas na aparência, sem interferir em mais nada nos combates, sendo um detalhe interessante para a customização, incluindo a dos companheiros de aventura.
Mais do que soldados, amigos
O jogo conta com um sistema de destacamento (party) que permite ao jogador formar uma equipe composta pelo protagonista e até três membros controlados por inteligência artificial. Cada personagem possui habilidades únicas, armas específicas e Arts (habilidades especiais) que podem ser utilizadas durante os combates. A composição estratégica da equipe é essencial para enfrentar os diversos desafios que o planeta Mira apresenta.
A interação entre os membros do destacamento é aprofundada através do sistema de afinidade. Ao participar de batalhas juntos, completar missões e interagir em eventos específicos, os personagens desenvolvem laços mais fortes, o que resulta em benefícios como aumento de eficácia em combate, acesso a novas habilidades e diálogos adicionais que enriquecem a narrativa. Esse sistema incentiva o jogador a explorar diferentes combinações de membros para otimizar o desempenho da equipe e aprofundar a história pessoal de cada personagem.
Além disso, o jogo oferece missões de afinidade, que são tarefas específicas destinadas a fortalecer os laços entre o protagonista e seus companheiros. Completar essas missões não apenas aprimora as habilidades dos personagens, mas também desbloqueia conteúdos adicionais, como novas Arts e equipamentos, proporcionando uma experiência mais rica e personalizada.
Nem sequer arranhei a superfície
Após passar horas fazendo missões, missões secundárias, upando ou simplesmente explorando, uma coisa ficou clara: sequer arranhei a superfície desse jogo. Muitos elementos só poderão ser acessados mais à frente no jogo, como os robôs gigantes, os Skells, que abrirão muitas novas mecânicas, customizações e nuances de jogabilidade. Há também as missões do modo online, que também não pude experimentar, devido ao embargo.
O jogo, no entanto, conta com algumas questões, e a principal delas é: Xenoblade Chronicles X: Definitive Edition não tem dublagem e sequer legenda em português, e hoje há cada vez menos desculpas para um jogo não vir ao menos com legendas.
Ainda assim, o título promete ser uma experiência rica e uma jornada muito duradoura, com evoluções e habilidades que, de fato, fazem a diferença na jogabilidade. Não vejo a hora de continuar minha jornada em Mira e liberar mais possibilidades de explorar esse mundo e enfrentar os monstros gigantes com um Skell.
Revisão: Cristiane Amarante
Texto de impressões produzido com cópia digital cedida pela Nintendo