Análise: Tiny Terry's Turbo Trip: colete sucata e vá para o espaço em seu táxi

Uma aventura insana repleta de diálogos malucos, personagens bobos e muitos momentos engraçados, em um mundo aberto ao maior estilo GTA.

em 13/02/2025
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O que mais gosto em jogar videogame é a possibilidade de relaxar, esvaziar a mente e aproveitar ao máximo cada experiência. E, sem sombra de dúvidas, Tiny Terry’s Turbo Trip é um dos jogos mais bobos e divertidos que joguei recentemente.


Uma experiência curta e simples, mas marcante e satisfatória, que milagrosamente roda no Switch. No entanto, para que isso fosse possível, alguns sacrifícios foram feitos — e eles são notáveis.

Bem-vindo ao seu novo emprego

Depois de conseguir um carro e um emprego como taxista, Terry embarca em uma jornada para coletar sucata nos arredores de Água Luzente, uma pequena cidade cheia de atividades e itens para encontrar. Seu objetivo? Usar essa sucata para melhorar seu táxi e, enfim, viajar ao espaço.

Mesmo com um mapa pequeno, Água Luzente exala vida e está repleta de atividades, e a melhor forma de descrever essa experiência é como uma mistura entre o mundo aberto de GTA, os diálogos e momentos bobos de Undertale e a jogabilidade de um clássico collectathon.

Desde o início, após adquirir seu veículo, o game te joga nesse pequeno mundo aberto repleto de cantos para explorar e missões para cumprir, na ordem que for mais conveniente ou divertida para você. De atividades criminosas e a revelação de um segredo do governo a coletar pequenos insetos para impulsionar as vendas de uma lanchonete falida, a escolha é sua. Você pode focar em uma missão de cada vez ou explorar o mapa aos poucos, avançando simultaneamente em várias tarefas.

Essas pequenas tarefas podem render itens cosméticos ou até mesmo ajudar na coleta de Turbo Lixo – sucatas que melhoram o seu táxi, aumentando sua velocidade e aproximando você do objetivo principal: chegar ao espaço.

Uma aventura boba e despretensiosa

Seguindo a lógica de sua história, as missões do jogo são incrivelmente fáceis de completar e variam da coleta de itens específicos pelo mapa a simples interações com personagens e o mundo ao redor. Somados aos diálogos bobos e extremamente engraçados — que, aliás, me arrancaram boas risadas —, esses elementos fazem de Tiny Terry’s Turbo Trip um ótimo jogo no-brainer, perfeito para desligar a mente, se divertir e relaxar.

Sem dúvida, mesmo com sua natureza boba e engraçada, os personagens e os diálogos são elementos essenciais da experiência. O jogo equilibra muito bem momentos divertidos e cômicos com passagens mais sérias, abordando questões morais e reflexões sobre a vida que, surpreendentemente, fazem você parar para pensar e refletir. E, sinceramente, eu nunca esperaria algo assim em um jogo desse tipo.

Apesar de ser um jogo de mundo aberto, em aproximadamente seis horas é possível explorar praticamente tudo o que ele tem a oferecer. E, mesmo com seus diálogos engraçados, momentos divertidos e jogabilidade relaxante, dificilmente será um daqueles jogos que você pode jogar indefinidamente apenas explorando o mapa e se aventurando. Ou seja, a experiência se assemelha muito mais a “um final de semana divertido e engraçado” do que a “férias fantásticas e cheias de aventuras”.


Um milagre que evidencia os limites da plataforma

A portabilidade seria um dos principais fatores que fariam o Switch ser a casa de Terry, dada a natureza e gênero dele, mas por incrível que pareça, é difícil desconsiderar os sacrifícios que tiveram de ser feitos para que o jogo pudesse ser jogável no híbrido da Nintendo.

Durante a campanha, é possível notar desde quedas drásticas de desempenho até uma redução significativa na resolução, com texturas extremamente comprimidas. Em alguns momentos, jogar este game no Switch pode ser um verdadeiro pesadelo. Tanto à distância quanto de perto, tudo parece borrado ou embaçado, e a qualidade da iluminação e de partes do cenário é inconsistente, tornando a experiência portátil um verdadeiro teste dos limites do console.

E se os problemas parassem por aí, seria perfeito. No entanto, uma das missões do jogo está simplesmente injogável na versão atual, com o que parece ser um desempenho abaixo de 15 FPS em uma das áreas do jogo, tornando quase impossível completar a missão sem ficar frustrado com o atraso nas respostas dos controles, que são essenciais para a conclusão da tarefa. Visto que essa missão pode ser fundamental para avançar na história e chegar ao final da experiência, esse é um problema que definitivamente deveria ser analisado e corrigido o mais rápido possível.

Uma missão que no fim do dia, vale a pena completar

Mesmo com os problemas técnicos que podem ativamente impedir o progresso na história e o downgrade visual notável em comparação a outras versões do jogo, Tiny Terry’s Turbo Trip continua sendo uma ótima experiência que vale a pena ser jogada por todos os amantes de exploração e histórias bobas e engraçadas.

Mesmo após zerar o jogo, com certeza Tiny Terry’s Turbo Trip é uma daquelas experiências que vale a pena revisitar de vez em quando. Sua jogabilidade e história são os principais fatores que o tornam único e o diferenciam de qualquer outro jogo.

Prós

  • História boba, mas repleta de momentos muito engraçados e marcantes;
  • Mapa repleto de atividades e coisas para coletar e fazer;
  • Loop de gameplay e jogabilidade casual e relaxante.

Contras

  • Jogo muito curto, principalmente considerando que é um mundo aberto;
  • Desempenho absurdamente baixo em algumas áreas que atrapalham o progresso na campanha;
  • Downgrade visual notável na qualidade dos gráficos.
Tiny Terry’s Turbo Trip — PS5/PC/Switch —Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Juliana Paiva Zapparoli
Análise produzida com cópia cedida pela Snekflat

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Samuel Expeditto
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