21 anos já se passaram desde que a Nippon Ichi Software lançou no Japão o clássico SRPG que conta a história de Marona. Agora, voltamos a esse universo com Phantom Brave: The Lost Hero, que busca explorar a jornada da jovem Chroma após a resolução da trama original e mostrar que há espaço para brincar muito mais com as mecânicas envolvendo aliados fantasmas.
No controle de Marona, acordamos em uma ilha distante e fazemos amizade com uma fantasminha chamada Apricot. Juntas, as duas decidem unir forças para cumprir os seus objetivos pessoais: para Marona, reencontrar-se com Ash; para Apricot, restaurar a glória da tripulação de piratas Argento e descobrir o que aconteceu com seu pai (o antigo líder pirata).
Marona e seus amigos fantasmas atacam novamente
Tudo começa com Marona e Ash explorando os mares além da região em que viviam. Porém, o passeio acaba em tragédia quando eles são atacados por um poderoso grupo de piratas. Por conta disso, os dois acabam se separando pela primeira vez em muitos anos.No controle de Marona, acordamos em uma ilha distante e fazemos amizade com uma fantasminha chamada Apricot. Juntas, as duas decidem unir forças para cumprir os seus objetivos pessoais: para Marona, reencontrar-se com Ash; para Apricot, restaurar a glória da tripulação de piratas Argento e descobrir o que aconteceu com seu pai (o antigo líder pirata).
A trama então envolve viajar por várias ilhas, conquistando-as como parte do território pirata. Para isso, será necessário conhecer mais sobre os seus moradores e encarar grupos que assumiram o controle dessas regiões. No processo, vamos conhecer um pouco mais sobre as culturas locais e conseguir mais aliados.
De forma geral, considero a trama do jogo bem agradável e interessante, tendo como sua força central os personagens ultra carismáticos. Marona e Apricot em especial formam uma dupla muito fofa e é bom ver como as duas criam um laço forte de conexão, ajudando-se mutuamente a seguir em frente.
Junto a isso, a atmosfera ultracolorida e vibrante é um ponto forte do jogo. Temos tanto cenas 2D quanto momentos que usam os modelos 3D e em todos os casos a expressividade dos personagens (amplificada pelo ótimo elenco de dublagem japonês, com opção também de inglês) carrega os eventos.
Como uma Chroma, Marona consegue usar o misterioso poder do Chartreuse Gale e confinar fantasmas aliados em objetos dos cenários. Dependendo do item selecionado, efeitos diferentes serão ativados como benefícios para aquele personagem, como ganhos de ataque, defesa ou outros atributos.Porém, além de itens comuns (como pedras e árvores) e os equipamentos dos inimigos, podemos designar nossos aliados para tomar o controle de Gadgets. Algumas áreas possuem canhões, ventiladores e outros artefatos similares cujos efeitos em campo podem fazer a diferença para lidar com condições variadas do terreno e da composição dos inimigos. A partir de certo ponto, o jogador também pode desbloquear as suas próprias Gadgets e invocá-las em campo.
Outra grande adição é a mecânica de Confriend, que permite usar o próprio corpo da Marona como um receptáculo para os fantasmas. Ao fazer isso, os dois se fundem e a garota passa a ter os golpes daquele aliado à sua disposição, atributos aprimorados e mais habilidades. Junte-se a isso o fato de que ela poderá agir mais de uma vez consecutivamente e a jovem protagonista se torna uma verdadeira máquina de destruição.
Um combate cheio de elementos
Em termos de gameplay, assim como o Phantom Brave original que estava presente na coletânea Prinny Presents NIS Classics Vol. 1, The Lost Hero é um RPG estratégico no qual movimentamos as unidades dentro de uma área de alcance de forma livre (sem os tradicionais grids). Começamos as batalhas apenas com Marona disponível no mapa e precisamos utilizar as suas habilidades para invocar aliados.Como uma Chroma, Marona consegue usar o misterioso poder do Chartreuse Gale e confinar fantasmas aliados em objetos dos cenários. Dependendo do item selecionado, efeitos diferentes serão ativados como benefícios para aquele personagem, como ganhos de ataque, defesa ou outros atributos.Porém, além de itens comuns (como pedras e árvores) e os equipamentos dos inimigos, podemos designar nossos aliados para tomar o controle de Gadgets. Algumas áreas possuem canhões, ventiladores e outros artefatos similares cujos efeitos em campo podem fazer a diferença para lidar com condições variadas do terreno e da composição dos inimigos. A partir de certo ponto, o jogador também pode desbloquear as suas próprias Gadgets e invocá-las em campo.
Outra grande adição é a mecânica de Confriend, que permite usar o próprio corpo da Marona como um receptáculo para os fantasmas. Ao fazer isso, os dois se fundem e a garota passa a ter os golpes daquele aliado à sua disposição, atributos aprimorados e mais habilidades. Junte-se a isso o fato de que ela poderá agir mais de uma vez consecutivamente e a jovem protagonista se torna uma verdadeira máquina de destruição.
Em comparação com a série Disgaea, temos menos elementos como equipamentos, que são apenas um por personagem, o que pode dar uma impressão de ser algo mais simples. Porém, as dinâmicas específicas de aquisição de itens via possessão e roubo e as restrições associadas ao Confine (como número máximo de aliados, unidades mortas e variações de habilidade) por si só já o tornam peculiar dentro do gênero e potencialmente complexo.
A base além da batalha
Fora dos mapas de combate, temos uma base na ilha Skullrock. Enquanto estamos nela podemos andar de um lado para o outro interagindo com os personagens e abrir menus secundários. É nesse momento que ajustamos os equipamentos dos personagens, conferimos quais itens estão disponíveis, escolhemos se queremos repetir áreas exploradas anteriormente, etc.Um dos menus na base é dedicado às Facilities, cujas funcionalidades são abertas com o tempo, conforme criamos novos personagens. Por exemplo, uma mercadora é necessária para termos uma loja onde é possível comprar itens com o dinheiro obtido nas batalhas. Da mesma forma, ter uma curadora permite restaurar unidades falecidas em combate que foram eliminadas totalmente durante o combate.Em particular, temos alguns menus com mecânicas mais complexas que podem impactar significativamente a experiência. Um exemplo disso é a fusão, que permite combinar itens para obter versões mais poderosas, desde que o jogador tenha a quantidade adequada de mana para fazer isso. Também é possível criar Gadgets e usá-las em combate, como mencionado anteriormente.No menu de sucos, podemos fazer com que a experiência obtida em batalha seja guardada em vez de ir para os lutadores. Dessa forma, dá para rapidamente fortalecer aliados de nível muito baixo, fazendo com que eles logo atinjam o nível necessário para batalhar sem ter que colocá-los em campo.
Na Marina, podemos alterar o navio da equipe, o que pode trazer benefícios variados, como ganho de experiência, melhorias de atributos ou mais dinheiro e mana. Também podemos usar materiais obtidos nas batalhas, como pedras, árvores e barris para aumentar o nível dos navios e ter benefícios ainda mais significativos.No menu de Requests, é possível enfrentar inimigos e entregar objetos específicos para obter recompensas em dinheiro e itens valiosos. Outra opção que pode ser bem útil é a mecânica de Salvage, que permite obter itens extras no tempo que gastamos batalhando e/ou interagindo com a base.
Com as dungeons, é possível criar mapas adicionais para explorar, enfrentar inimigos e conquistar novos itens. Já o sistema de títulos permite alterar os atributos de aliados, equipamentos e dungeons para ter vantagens específicas, como, a grosso modo, as Natures de Pokémon.
Com as dungeons, é possível criar mapas adicionais para explorar, enfrentar inimigos e conquistar novos itens. Já o sistema de títulos permite alterar os atributos de aliados, equipamentos e dungeons para ter vantagens específicas, como, a grosso modo, as Natures de Pokémon.
Também temos a criação de personagens, o sistema de Awaken (melhorias de estatísticas) e Reincarnate (permitindo mudar totalmente a classe dos personagens) e a possibilidade de desbloquear novas habilidades ativas e passivas. Além dessas funcionalidades, há um menu para trocar a música de fundo da base (sendo necessário obter as trilhas alternativas como itens) e outro com os dados de jogo e registros do que o jogador já viu. Há inclusive troféus internos, que podem ser uma boa motivação para quem se interessa em alcançar objetivos secundários.
Alguns defeitos técnicos
Honestamente falando, embora seja um jogo bem robusto em todas as mecânicas, Phantom Brave: The Lost Hero acaba tendo problemas bem perceptíveis de performance. Como aconteceu com os jogos mais recentes da série Disgaea, a obra conta com modos Gráficos e Performance. Porém, mesmo optando pelo segundo, o jogo fica claramente lento em alguns momentos, com algumas animações bem rígidas.O problema não é apenas estético, afetando de fato a funcionalidade do jogo, embora ainda seja “contornável” por não se tratar de um jogo de ação, mas sim de turnos. Curiosamente, durante meu tempo com o jogo também notei que até mesmo a IA dos inimigos possui alguns problemas, às vezes realizando jogadas pobres por falhar em avaliar adequadamente o terreno das fases. Ainda em combate, vale destacar que a câmera pode atrapalhar ocasionalmente a visibilidade de alguns elementos.The Lost Hero também sofre com uma forte tendência a crashes. Especialmente se o jogador quiser explorar durante bastante tempo e deixar o jogo aberto, é bem provável que em algum momento se depare com o problema. Mas até mesmo abrindo o jogo já encarei várias vezes a tela de erro, então a dica para quem quiser se aventurar é salvar com bastante frequência e torcer para que o sistema de autosave também ajude.
Por fim, é uma pena que várias mecânicas avançadas possuam um tutorial exclusivamente realizado por texto. Na tentativa de explicar os detalhes, eles acabam ficando bem enfadonhos e não dando conta do que deveriam.
Um mergulho profundo por águas turbulentas
Phantom Brave: The Lost Hero é uma sequência que consegue aproveitar o conceito do SRPG original de mais de duas décadas atrás e explorá-lo a fundo. Com mecânicas complexas e um combate recheado de opções, a obra é uma ótima pedida para fãs do gênero apesar de questões sérias de performance impedi-lo de brilhar ainda mais.Prós
- Combate estratégico recheado de opções de como lidar com os inimigos;
- Sistema de Facilities libera várias mecânicas adicionais conforme o jogador cria novos aliados;
- O visual colorido e vibrante do jogo é bem explorado tanto em 2D quanto em 3D;
- Personagens carismáticos com ótimas dublagens em japonês;
- Troféus internos oferecem motivações secundárias para explorar mais o jogo.
Contras
- Crashes podem atrapalhar a jogatina;
- A performance pode ser um tanto problemática em alguns momentos;
- A IA de alguns inimigos às vezes falha em explorar os ambientes;
- A câmera pode atrapalhar a visibilidade de alguns elementos em combate;
- Algumas mecânicas mais avançadas são mal explicadas com tutoriais enfadonhos que envolvem apenas texto.
Phantom Brave: The Lost Hero — PC/PS4/PS5/Switch — Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Juliana Paiva Zapparoli
Análise produzida com cópia digital cedida pela NIS America
Análise produzida com cópia digital cedida pela NIS America