A série Momodora, desenvolvida pelo estúdio brasileiro Bombservice, conquistou um espaço especial entre os fãs de jogos independentes com sua mistura de ação metroidvania, pixel art belíssima e uma atmosfera obscura e mágica. O primor dos detalhes com as pixel arts, cores e efeitos sonoros contribuem para uma aventura interessante, que exige habilidade mas te prende a cada novo tipo de monstro, boss ou mapa.
obra de arte ao criar um ar de mistério e descoberta que te prende. Os fãs veteranos encontrarão diversas referências ao passado da franquia, enquanto novos jogadores ainda podem aproveitar a história sem necessariamente conhecer os jogos anteriores.
A experiência é completa, porém curta, eu explorei tudo que podia e gastei cerca de nove horas.
A folha e o arco
O combate em Moonlit Farewell é um dos pontos mais refinados da franquia. Momo empunha um arco e uma folha encantada, equilibrando ataques corpo a corpo e disparos à distância. A sensação de impacto dos golpes é satisfatória, e a agilidade da personagem incentiva um estilo de jogo dinâmico, no qual a esquiva e a precisão dos ataques são fundamentais.
Além disso, Momo consegue aumentar seu poder de ataque rezando para o Lírio Celeste e também tem acesso ao sistema de Sinetes, que às vezes são comprados no sino de salvamento do jogo com a Cereza ou te forçam enfrentar uma horda de inimigos para desbloquear. O sistema de sinete é variado e traz novas habilidades e melhorias, para seu arco, sua folha e seu companheiro, o que aumenta as possibilidades estratégicas e proporciona um crescimento equilibrado que te dá uma sensação de progressão ao longo da campanha.
O level design é bem planejado, oferecendo desafios progressivos e uma boa variedade de inimigos. Os chefes, sempre um destaque da série, continuam impressionantes. Cada um exige padrões de ataque diferentes e estratégias variadas, proporcionando batalhas intensas e desafiadoras. A dificuldade é média e bem balanceada, oferecendo checkpoints recorrentes e recursos que evitam a frustração excessiva, o que torna a experiência agradável e divertida.
Pintando sonhos com pixels
Como eu já disse anteriormente, a pixel art de Momodora: Moonlit Farewell é simplesmente deslumbrante. Cada cenário é meticulosamente desenhado e colorido de forma muito bem feita, criando uma atmosfera sombria e mística. Os efeitos de iluminação dinâmica e os detalhes nos sprites são um salto perceptível pelo que eu conheci dos outros jogos dentro da franquia. A paleta de cores utilizada varia entre tons vibrantes e cenários soturnos, refletindo bem a atmosfera e perigos (ou não) de cada região explorada. As animações fluidas dos personagens junto com os cenários ricos em detalhes com plantas, fumaça e iluminação variada dão vida ao mundo de Koho, tornando a exploração ainda mais envolvente.
A direção de arte também merece destaque pelo design de inimigos e chefes, o que é uma característica da franquia, mas esse jogo mostrou um novo padrão alcançado pelo pessoal da Bombservice. Desde as criaturas menores até as ameaças gigantes que ocupam minha TV inteira, todos os sprites são bem desenvolvidos, o padrão dos ataques de cada inimigo é sempre bem animado e ilustrado, o que me obriga a gostar muito da experiência visual que eu tive com o jogo.
Uma sinfonia entre a luz e a escuridão
Para ser sincero a música não me impressionou dentro da experiência mas também não atrapalhou de nenhuma forma. Acho que a trilha de Moonlit Farewell complementa a experiência com composições envolventes. Cada área tem uma identidade sonora que definitivamente combina com a atmosfera, o que reforça a imersão e transmite emoções condizentes com a jornada de Momo.
Mas eu acho que o que mais me agradou aos ouvidos foi o design de som extremamente competente. Os efeitos são bons demais, cada golpe e movimento novo aprendido, os ruídos de monstros, defesas perfeitas, Lírio Celeste desbloqueado, e diversos outros te ajudam a criar uma sensação de presença, tornando o mundo do jogo ainda mais vivo e atmosférico.
No geral, o conjunto sonoro de Momodora faz o trabalho de unir a direção de arte e a gameplay de uma forma simples e sutil permitindo trazer ao encerramento dessa jornada uma obra de arte indie que precisa ser jogada.
Um adeus digno da saga momodora
Momodora: Moonlit Farewell é um encerramento digno para a franquia, refinando as melhores características da série e entregando uma experiência envolvente para veteranos e novatos. Com sua jogabilidade precisa, belíssima direção de arte e trilha sonora memorável, o jogo se destaca entre os metroidvanias independentes. A minha recomendação final é a seguinte: se você gosta ou não de metroidvanias, jogue do mesmo jeito.
Prós:
- Jogabilidade fluida e responsiva;
- Pixel art impressionante;
- Chefes memoráveis e desafiadores;
- Level design bem elaborado;
- Trilha sonora envolvente.
Contras:
- Curta duração, apenas de oito a dez horas de jogo;
- Pode ser desafiador para iniciantes no gênero.
Momodora: Moonlit Farewell — PC/PS5/Switch/XSX — Nota: 9.0Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Vitor Tibério
Análise produzida com cópia digital cedida por Bombservice