O ano de 2024 trouxe muitos bons jogos, então a lista passada não apenas precisou ser revista, como também expandida. Agora, o top sobe para 25 melhores metroidvanias no Switch, com títulos que variam de bons a excelentes — não tem nenhum jogo ruim adiante. A lista vai até janeiro de 2025, que trouxe um título que eu não podia deixar de fora
Tem para todos os gostos: uns mais lineares, outros menos; foco no combate ou na exploração; jogar sozinho ou acompanhado; de pixel art a rebuscadas pinturas; ênfase em plataforma, combate ou em RPG; conceito básico do gênero ou misturas com outras ideias; violência macabra ou fofura relaxante. O cardápio é bem abrangente.
Ainda há bons metroidvanias na biblioteca do Switch que não entraram na lista, mas merecem atenção. Eles são muitos, então vamos ficar com seis menções honrosas que merecem recomendação:
- Ori and the Blind Forest;
- Momodora: Reverie Under Moonlight;
- Metroid Fusion (Nintendo Switch Online + Expansion Pack);
- Tales of Kenzera: ZAU;
- Castlevania Advance Collection;
- Castlevania Dominus Collection.
Ao revisar a lista, alguns novos jogos entraram até para o top 10, empurrando outros para cima. Também me dei o direito de repensar as colocações de vários deles, tornando esta lista razoavelmente diferente do top que escrevi um ano atrás.
Os 15 primeiros colocados têm meus comentários pessoais, enquanto para os dez seguintes usei trechos de suas sinopses oficiais da eShop. Não deixem de conferir os links para as reviews de cada um!
25 – Axiom Verge
"Após um acidente de laboratório, um cientista acordou em um misterioso mundo alienígena. Será este um planeta distante? Um futuro remoto? Ou uma simulação complexa de realidade virtual? Junte as peças de um enorme mundo labiríntico para desvendar seus segredos e descobrir seu papel dentro dele.
"Descubra diversas armas, itens e habilidades, cada um com comportamento e uso exclusivos. Você terá que usar sua esperteza para encontrar todos eles. Enfrente construções biomecanóides bizarras, os efeitos mortais de uma antiga guerra e os demônios de sua própria psique. E por fim, quebre o próprio jogo usando glitches para corromper os inimigos e resolver os quebra-cabeças do ambiente.
"Vida. Morte. Real. Virtual. Sonho. Pesadelo. É uma linha tênue."
24 – Ghost Song
Na lua deserta de Lorian, um Deadsuit acorda do sono profundo. Armado e pronto para a guerra, sem memória de um propósito. Mas há algo novo surgindo...Parta para o subsolo em busca de respostas em Ghost Song, uma aventura atmosférica 2D de autodescoberta, mistérios antigos e terror cósmico. Explore cavernas sinuosas iluminadas apenas pela bioluminescência da flora, enfrente criaturas estranhas e poderosas e ganhe novas habilidades que ajudarão a desenterrar os segredos ocultos há eras deste mundo extraterrestre.
23 – Rusted Moss
"Em Rusted Moss, o gancho e as armas são utilizados com um sistema de mira 360°. Esse incomparável gancho elástico, que opera com base na física, utiliza a força cinética para catapultar seu personagem adiante. O uso do gancho é difícil de aprender, mas vale a pena dominá-lo. Encontre saídas criativas para desafios com várias soluções e destrua bruxas e maquinários com sua mira precisa."A humanidade está à beira do colapso e logo será invadida pelas fadas. Em uma tentativa desesperada de sobrevivência, os humanos fortaleceram suas próprias bruxas com magia roubada das fadas. Criada por pais humanos que não suspeitavam de nada, Fern é uma Changeling cujas verdadeiras lealdades agora vêm à tona em uma jornada para trazer as fadas de volta ao mundo e pôr um fim à Era dos Homens."
22 – Salt and Sanctuary
Em Salt and Sanctuary, "um marinheiro condenado naufraga numa ilha desconhecida. Nos vales envoltos em nevoeiro, onde cadáveres sorridentes cobertos de musgo se agarram às armas enferrujadas, figuras distorcidas começam a mexer-se. Debaixo de ruínas, estruturas desgastadas pelo sal, corredores labirínticos levam a um mal inominável, há muito esquecido pelo homem."Salt and Sanctuary combina perfeitamente o rápido, brutal e complexo combate 2D com a mecânica de RPG ricamente desenvolvidos. Descubra, crie e melhore mais de 600 armas, peças de armadura, magias e itens enquanto explora um reino amaldiçoado das cidades esquecidas, masmorras encharcadas de sangue, monumentos profanados, e os senhores caídos que em tempos foram celebrados."
21 – Bō: Path of the Teal Lotus
Em Bō: Path of the Teal Lotus, "encare uma jornada mística como Bō, uma flor celestial (tentaihana raposa) que desce dos céus para desempenhar um papel vital em um ritual antigo e misterioso. Use seu lendário bastão bō para saltar e deslizar com fluidez por um mundo sobrenatural de paisagens oníricas desenhadas à mão, yokais estranhos e fofos e monstros gigantescos, invocados de antigas lendas do Japão."Supere os desafios de plataforma com precisão acrobática, elegância e graciosidade. Use o sistema de movimento e retorno especial de Bō para alcançar novas áreas ou se recuperar quando tropeçar."
20 – Guacamelee! 2
Em Guacamelee! 2, "o Luchador Juan Aguacate vai sair da aposentadoria para partir numa espetacular aventura no estilo Metroidvania. Explora um mundo enorme criado à mão e inspirado no folclore mexicano, repleto de novos vilões e parvalhões (além de velhos amigos!). Aprenda novos golpes de wrestling arrasadores, enfrente hordas de esqueletos e supere desafios de plataformas complexos... e quem falou das Galinhas Illuminati? Claramente não fomos nós!Cooperação local de quatro jogadores para lutar junto dos amigos!"
19 – Steamworld Dig 2
"SteamWorld Dig 2 leva você a uma aventura de mineração em plataformas, forjada no melhor do estilo Metroidvania. Quando uma antiga vila mercantil é assolada por terremotos misteriosos, depende de uma robô a vapor solitária descobrir, ao lado da mais inesperada das companhias, que terrores trêmulos se escondem nas profundezas."Escave pelo subsolo e explore mundos vívidos repletos de tesouros, mistérios e armadilhas. Melhore seu equipamento para avançar ainda mais fundo na terra e enfrentar desafios maiores. Balance sobre vastos abismos com seu Hookshot e voe pelas cavernas usando o Jet Engine!"
18 – Metroid Prime: Remastered
Em Metroid Prime Remastered, "a caçadora de recompensas intergaláctica Samus Aran recebe um sinal de socorro de uma nave abandonada em órbita ao redor do planeta Tallon IV. Após uma investigação, descobriu-se que a fragata é na verdade, uma nave de pesquisa do Space Pirate que abriga terríveis experimentos genéticos usando a misteriosa substância Phazon. Lá, Samus encontra seu inimigo, Meta Ridley, a quem ela persegue até a superfície de Tallon IV. Cabe a ela explorar as regiões interconectadas do planeta, investigar seus segredos sombrios e acabar com a ameaça intergaláctica que Phazon representa."Experimente essa aclamada aventura em primeira pessoa com novos visuais, áudio, controles remasterizados e muito mais."
17 – Metroid Dread
Em Metroid Dread, "ao investigar uma transmissão misteriosa no planeta ZDR, Samus enfrenta um inimigo misterioso que a aprisiona neste mundo perigoso. O planeta remoto foi invadido por cruéis formas de vida alienígenas e robôs assassinos chamados E.M.M.I. Cace ou seja caçado enquanto abre caminho através de um labirinto de inimigos na aventura de deslocamento lateral mais intensa de Samus."
16 – Blasphemous 2
Em Blasphemous 2,"Desperto em uma terra nova e estranha e expulso de seu local de descanso final, o Penitente é lançado de volta a um ciclo eterno de vida, morte e ressurreição, sem nenhuma opção a não ser explorar tal mundo perigoso e desvendar os segredos há muito esquecidos."Hordas de inimigos grotescos aparecem no caminho do Penitente, apenas para sofrerem o juízo final pelas mãos brutas dele, além de chefes titânicos que espreitam na escuridão, esperando uma chance de levar você de volta ao túmulo de onde saiu."
15 – Afterimage
Afterimage impressiona pelo tamanho gigantesco de seu mundo, rico em segredos e conteúdo opcional, sempre revelando uma nova área escondida no horizonte.
Como efeito colateral da boa dose de abertura não linear que essa vastidão toda concede, a contação da história acabou se perdendo e perdendo força, mas o combate é desafiador, a exploração é um destaque que traz a recompensa da descoberta e o jogo é todo desenhado com alguns dos mais belos cenários já feitos no gênero, tornando-o memorável em mais de um ponto.
14 – Crypt Custodian
Divertido, fofo e envolvente, Crypt Custodian varia a fórmula ao trazer cenário com visão de cima para seu mapa expansivo e muito conectado. O resultado acaba sendo um tanto plano demais para conseguir maior variedade arquitetônica no design de níveis, mas, mesmo assim, a aura de tranquilidade que mistura sensibilidade humana e humor nonsense, típica do criador Kyle Thompson, é cativante. Lutar contra os chefões em arenas de bullet hell é um dos pontos altos do jogo, batalhas empolgantes que podemos reviver quantas vezes quisermos no boss rush disponível no menu principal.
13 — Dandara: Trials of Fear
Feito por três brasileiros da Long Hat House, Dandara foi lançado em 2018 e chamou a atenção por seu esquema de movimento único, com a protagonista lançando-se de parede em parede em um mundo surreal de gravidade alterada. Em 2020, o jogo recebeu a expansão gratuita Trials of Fear, cujo enorme conteúdo praticamente dobrou o conteúdo da campanha, melhorou a conectividade do mapa e trouxe mais desafios, fazendo um jogo que já era inovador subir ao patamar de qualidade que realmente merecia.
12 – TEVI
TEVI tem tantas cenas de diálogos dublados e ilustrados, que é praticamente um JRPG disfarçado de metroidvania, podendo agradar a quem gosta de qualquer um desses dois gêneros. O mundo é enorme e repleto de segredos, as lutas contra chefões são intensas batalhas de bullet hell, o sistema de equipamentos permite equipar dúzias de acessórios ao mesmo tempo e as opções de acessibilidade e ajustes de dificuldade são generosas. Nem eu, que não gosto da estética furry, pude resistir ao charme de TEVI.
11 – Astalon: Tears of the Earth
Este é um daqueles indies que podem ser inicialmente subestimados devido aos gráficos no estilo 8-bits, mas isso seria um grande erro. A progressão é peculiar, sempre levando de volta ao início da torre após a morte, mas isso é parte do intrincado design de atalhos, elevadores e teleportes que evitam que o backtracking se torne cansativo e caia na repetição. Ao contrário, a sensação de desbravar o mapa nos incentiva a buscar segredos e sempre ir mais longe.
Além disso, jogamos simultaneamente com três protagonistas de gameplay diferentes. No início, podemos alternar entre eles apenas em alguns lugares, mas, depois, a mudança fica livre, aprofundando a sensação de progresso. Com história, música e ambientação interessantes, Astalon: Tears of the Earth é uma joia valiosa em meio aos metroidvanias.
10 – ENDER MAGNOLIA: Bloom in the Mist
ENDER LILIES: Quietus of the Knights é um bom jogo, mas foi a sequência independente, ENDER MAGNOLIA: Bloom in the Mist, que conseguiu extrair o potencial que havia ali. É quase como uma nova tentativa de consertar o que limitava o jogo anterior, demonstrando muito aprendizado das desenvolvedoras para refinar combate, história, música, mapeamento e recursos de qualidade de vida, enquanto ainda mantém o elevado nível de visual desenhado e a atmosfera melancólica que tanto marcaram o título anterior.
9 – Yoku’s Island Express
Pinball e metroidvania, quem diria que essa combinação seria possível? E quem diria que ela seria executada com pleno êxito? Pois foi o que aconteceu em Yoku’s Island Express. Este jogo carrega uma das identidades mais originais, diferentes e ousadas em seu meio e pode agradar até a quem não tem qualquer interesse em pinball (como eu). Os visuais pintados e alegres, o mapa intrincado e as mecânicas únicas o fazem merecedor de todo o reconhecimento que puder receber.
8 – Super Metroid
Sou contra colocar clássicos em boas posições nas listas de melhores apenas por sua importância fundadora em um passado distante. Diferente disso, Super Metroid está aqui no top 10 porque seu assombroso poder de concisão se mantém irretocável até hoje. O combate não envelheceu tão bem, mas o design de mundo é um exemplo magistral que poucos tiveram a engenhosidade de conseguir reproduzir.
Com um mundo de arquitetura intuitiva e densa de segredos, é impressionante ver como tantas ideias pareceram nascer prontas ali, quando o esperado seria que tivessem amadurecido ao longo dos anos com a experiência acumulada de outras entradas no gênero.
7 – Unsighted
Feito pela dupla brasileira do Studio Pixel Punk, Unsighted é de uma elegância de design impressionante. A forma como os mapas se conectam e a versatilidade das habilidades dão uma aula de eficiência e coesão em uma aventura desafiadora.
Dois pontos principais diferenciam da média do gênero: a visão isométrica, em vez da costumeira rolagem lateral; e, especialmente, a mecânica única que traz uma contagem regressiva para o tempo de vida da protagonista e dos NPCs, exigindo um gerenciamento bastante tenso (quem não desejar essa tensão pode ajustar nas opções para que o tempo passe de maneira muito mais lenta).
6 – Monster Boy and the Cursed Kingdom
Wonder Boy III: The Dragon’s Trap é um dos precursores dos metroidvanias e Monster Boy and the Cursed Kingdom usa esse legado para criar uma aventura adoravelmente permeada de carisma ingênuo e heroico. Em vez de apenas aprender habilidades, o protagonista passa por transformações em seres que mudam a forma de controlar, uma alternância que dá excelente ritmo à campanha e nos leva a lugares clássicos e recheados de segredos.
Com belos visuais de desenho animado e a boa curva de dificuldade, é um jogo facilmente recomendável para introduzir os metroidvanias tanto para crianças como para adultos.
5 – Animal Well
Às vezes, nós só queremos ver genialidade em ação e, se possível, pegar carona nela ao sentir que somos capazes de ver os detalhes e entender a obra-prima que essa inteligência construiu. É claro que fiquei longe de decifrar tudo de Animal Well, mas poucos jogos, metroidvanias ou não, me empolgaram mais do que a jornada no escuro para desbravar os mistérios maravilhosos do poço dos animais, seus puzzles e criaturas de pixel art fluida e etérea. É um dos títulos que mais merecem a definição de “jogo único” em toda esta lista.
4 – Nine Sols
Apelando para um público mais específico, em busca de desafios e construção de mundo sombria, o estilo taopunk mostrado em Nine Sols acerta em tudo, com uma ótima ambientação e uma das melhores histórias em metroidvanias, unindo ficção científica, estética orientalista e filosofia para trazer um fôlego de vida em meio a um mundo cruel. O combate baseado em aparada é altamente exigente e vai satisfazer os ávidos por desafios, mas o dano pode ser minuciosamente ajustado para quem achar que a barreira é grande demais.
3 – Prince of persia: The Lost Crown
Após vários anos sem um título novo na série, a Ubisoft trouxe seu príncipe antigo para o formato metroidvania com Prince of Persia: The Lost Crown. Como uma agradável surpresa, o jogo foi bem recebido pela crítica e jogadores.
Vindo de uma grande empresa, um destaque é o nível de produção acima da média, com visuais ricos, cenas animadas e dublagem. Embora não revolucione, ele implementou com finesse a quintessência do estilo, pegando o que há de melhor entre os bons exemplos e trazendo qualidade e substância em cada detalhe.
2 – Ori and the Will of the Wisps
Olhando em retrospectiva, o primeiro Ori and the Blind Forest foi um jogo emocionante e artisticamente belo, mas não se destacava realmente no fator gameplay. Ori and the Will of the Wisps corrigiu isso fazendo uma aventura ainda mais bela e também oferecendo evolução muito clara no loop de exploração, no combate e nos sistemas de progressão, elementos muito mais interessantes aqui que no antecessor.
Certamente, este é o metroidvania visualmente mais impressionante, estando um patamar acima de todos os outros.
1 – Hollow Knight
A estas alturas, o rei dos metroidvanias dispensa apresentações e quem leu até aqui provavelmente já esperava encontrá-lo no trono. Inicialmente lançado em 2017, foi difícil de conceber como um jogo tão longo, bonito e profundo foi feito apenas pelas três pessoas do Team Cherry e um compositor, que continuaram lançando mais conteúdo ao longo do ano seguinte, quando chegou ao Switch.
Hollow Knight se tornou um ícone da cena independente, esbanjando qualidade em uma obra muito bem feita em todos os aspectos possíveis. Não é à toa que a legião de fãs que o jogo arrecadou com o tempo espera que sua aguardada sequência, Hollow Knight: Silksong, receba a coroa de seu antecessor.
Top é top
Listas sempre são abertas a concordar ou discordar, mas a ordem em si dos 25 melhores metroidvanias no Switch importa menos do que o verdadeiro objetivo: indicar bons títulos para aqueles que não os conhecem ou que querem decidir qual será o próximo que jogará em seu híbrido da Nintendo. Será que ao final de 2025 a nova lista precisará aumentar para 30 nomes? Espero que sim!
Enciclopédia Metroidvania
Atualização (18/02/2025, 07:30): Aeterna Noctis foi retirado da lista, na qual ocupava o 23° lugar, por levar em consideração relatos de problemas de loading demorado, perda de mapa e crashes.
Revisão: Vitor Tibério