The Legend of Zelda: The Minish Cap, lançado para o Game Boy Advance em 2004, está completando 20 anos. O jogo marcou uma geração com sua inovação e estilo visual encantador, apresentando o carismático chapéu falante Ezlo e a habilidade de Link de encolher para explorar o mundo dos Minish.
Desenvolvido em parceria com a Capcom, uma legião de fãs foi conquistada por seu mundo mágico e quebra-cabeças únicos. Que tal relembrarmos essa joia da franquia? Boa leitura!
Tamanho não é documento
A trama de Minish Cap começa quando a princesa Zelda é transformada em pedra pelo feiticeiro Vaati, um vilão que busca controlar o mundo através da magia. Para desfazer a condição de Zelda e salvar o reino, o protagonista Link parte em uma jornada para restaurar a lendária espada Picori com a ajuda de um chapéu falante chamado Ezlo, que concede ao heroi a habilidade de encolher e interagir com os Minish, raça de seres minúsculos.
A dupla é de longe uma das mais carismáticas, e devemos isso puramente a Ezlo. Não que Navi e as outras companhias de Link sejam ruins, nada disso; no entanto, o capuz parece ter mais vida e participa ativamente a todo momento, seja aconselhando Link ou até mesmo acordando após uma boa noite de sono.
Um dos pontos principais do jogo é a mecânica de mudança de tamanho. Com a ajuda de Ezlo, Link pode reduzir seu tamanho para explorar áreas minúsculas e resolver quebra-cabeças únicos. Essa habilidade oferece uma dinâmica nova à jogabilidade tradicional da série, permitindo que o jogador experimente cenários familiares de uma perspectiva completamente nova.
A dinâmica entre o tamanho padrão de Link e de quando encolhe é completamente diferente, adicionando uma nova camada à jogabilidade. Um belo jogo de câmera, aliado ao ótimo sombreamento do cenário, passa a sensação real de que os objetos à nossa volta realmente são grandes, e quando voltamos ao estado original, tudo volta ao normal de forma natural e coesa.
Assim como em todos os jogos da franquia Zelda, a força de Link é medida pela quantidade de equipamentos em sua posse. Como o GBA não dispõe de muitos botões, constante teremos que mudar as armas de lugar, e dificilmente conseguiremos manter o mesmo botão para um determinado equipamento.
No começo, confesso que isso me incomodou um pouco. Com o tempo, a troca de equipamentos se tornou algo natural e automático, até por conta das exigências dos calabouços. Em um ambiente totalmente inexplorado, certamente teremos que testar qual deles é o melhor para a ocasião.
Outro ponto que me surpreendeu bastante é a grande quantidade de armas à disposição: ao todo, temos 14 e, com isso, o kit de Link parece ter sido pensado com muito carinho, pois a cada novo item habilitado, localidades no mapa de Hyrule tornam-se acessíveis, liberando pedaços de coração, garrafas e, por que não, mais equipamentos?
Pequeno no tamanho, grande na história
Tive poucas oportunidades de jogar The Minish Cap na época do GBA. Lembro-me de ter alugado (entreguei a idade agora) no lugar da versão Sapphire de Pokémon, que estava esgotada. Por sempre ter acompanhado o universo da franquia Zelda, dei uma chance ao jogo, porém, pouco joguei.
Muitos anos depois, me deparo com o título presente no console virtual do Switch e decidi que já havia passado da hora de jogá-lo. Como fazia muito tempo, não lembrava de mais nada dele. Isso foi bom, pois pude ver o quão magnífico ele é.
No primeiro dia, foram algumas boas horas e, quando me dei conta, havia progredido bastante. Na minha cabeça, pensei que estava perto do fim da campanha, uma vez que um jogo de GBA não teria toda essa magnitude. Não poderia estar mais errado.
A jornada de Link e Ezlo é enorme, um contraste muito interessante em relação à mecânica de encolhimento; The Minish Cap não se apequena para os demais títulos da franquia e cumpre seu papel com maestria. Depois de mais de 25 horas, finalmente pude concluir sua história. E que história.
Nunca pensei que um jogo feito para um portátil, há 20 anos, teria essa complexidade e maturidade ao mesmo tempo que encanta por sua simplicidade e visual cartunesco. Jogar no Switch, no modo portátil e com as configurações de reprodução do GBA, certamente se aproxima da experiência original.
Uma obra de arte em forma de jogo
Os gráficos de The Legend of Zelda: The Minish Cap são amplamente reconhecidos por seu estilo vibrante e detalhado, maximizando o potencial do Game Boy Advance. Utilizando um estilo artístico colorido e cheio de personalidade, o jogo traz cenários variados, como florestas exuberantes, cidades movimentadas e templos misteriosos.
A trilha sonora é um elemento essencial para a atmosfera mágica e aventureira que define The Minish Cap. Com composições que variam entre melodias alegres em vilarejos, timbres mais agressivos e de suspense nos calabouços, a música ajuda a criar uma experiência imersiva.
Algumas faixas são versões repaginadas de músicas clássicas da série Zelda, enquanto outras foram compostas especialmente para esse jogo, mesclando o tradicional com a inovação padrão Nintendo.
Os efeitos sonoros também são bem trabalhados, com sons que enfatizam ações como ataques de espada, abertura de baús e interações com o ambiente, aprimorando o envolvimento do jogador. O clássico som de resolução de um quebra-cabeça ecoa em nossas mentes, passando uma sensação de satisfação e alegria.
Além de agradar aos ouvidos, a trilha sonora e os gráficos de The Minish Cap contam uma história separada da principal, concedendo vida a cada localidade visitada. A música e a paleta de cores usadas refletem os temas e emoções desejados, seja o perigo dos calabouços ou a tranquilidade dos vilarejos.
Simplesmente The Minish Cap
É basicamente impossível não reconhecer o impacto e o legado que este título deixou na franquia e nos corações dos fãs. Ele trouxe uma perspectiva inovadora, permitindo que Link explore Hyrule tanto em tamanho real quanto em miniatura, abrindo novas possibilidades de aventura e na resolução de quebra-cabeças.
Com gráficos encantadores e uma trilha sonora cativante, The Legend of Zelda: The Minish Cap continua sendo lembrado como uma das experiências mais criativas e envolventes do Game Boy Advance, e também da franquia Zelda como um todo.
Duas décadas depois, o jogo ainda inspira nostalgia e carinho entre os jogadores, consolidando-se como um clássico da série, e mostra como a Nintendo sempre consegue se reinventar sem perder sua essência.
Revisão: Beatriz Castro