Sonic x Shadow Generations — estágios e suas inspirações

Descubra a origem das seis fases apresentadas na nova trama de Shadow.

em 14/11/2024


Sonic x Shadow Generations apresenta uma nova jornada paralela aos eventos de Sonic Generations estrelando Shadow como protagonista. Assim como o jogo de 2011 fez com o ouriço azul, seu objetivo é relembrar o passado do anti-herói e fazer uma releitura de estágios marcantes de sua trajetória. Nesta matéria, dissecamos um pouco sobre o contexto original destas fases, a qual nível de fidelidade suas recriações chegam e como elas impactam o desenvolvimento do complicado passado do personagem.

Space Colony Ark



O mini-jogo começa com mais uma aventura pela estação espacial da Ark. Sua importância é grande para a origem de Shadow, já que foi seu local de nascença e onde passou seus primeiros anos de vida. Infelizmente, é também o lugar em que o acidente fatal com sua quase-irmã Maria ocorreu e que resultou no envio do personagem para a Terra, onde hibernou em uma cápsula por cinquenta anos.

Levando tudo isso em conta, a estação funciona bem como o estopim do arco do protagonista. A Ark teve muitas representações pela franquia, estreando primeiramente em Sonic Adventure 2. Nesta aparição, tínhamos duas principais versões do estágio: Final Rush na história de Sonic e Final Chase com Shadow.




A reedição de Shadow Generations mistura ambas as versões — temos o cenário de Final Chase, porém a música de ambiente de Final Rush. Vários elementos retornam, como os Artificial Chaos, inimigos que são recriações sintéticas do principal vilão de Sonic Adventure, e o cilindro rotativo no Ato 2, um objeto que puxa a gravidade para si e gira o personagem até que ele pule para outra direção.

Exclusivamente na recriação, temos também o primeiro reencontro de Shadow com Black Doom, o arqui-inimigo de seu jogo solo. O ouriço descobre que o alien está por trás de tramoias não identificadas, enquanto o vilão o teletransporta para uma versão distorcida de Radical Highway, outra fase de Sonic Adventure 2. Ao batê-lo brevemente e conquistar um artefato misterioso, a distorção se encerra e o personagem finaliza o Ato 1, mas logo é sugado por Time Eater, o outro vilão de Sonic Generations, para o Espaço Branco em que a jornada se desdobra.

Rail Canyon



O segundo estágio que Shadow atravessa vem de Sonic Heroes, um título lançado em 2003 que marcou a estreia da franquia como uma série multi-plataforma. No fim de Sonic Adventure 2, dava-se a entender que o ouriço supostamente morreu ao cair de volta para a Terra e Heroes usa isso como seu ponto de partida. 

No começo da trama, o personagem é reencontrado em um laboratório por Rouge, que está atrás de seu próximo roubo. Lá, eles logo encontram também E-123 Omega, um robô renegado por Eggman que busca vingança contra o cientista. Esse estopim serve como forma do jogador e do próprio ouriço de questionar se realmente estamos com a verdadeira versão do personagem.

Quanto à jogabilidade de Heroes, é junto de Rouge e seu novo amigo Omega que Shadow realiza a formação do Team Dark, um dos quatro trios jogáveis. Rail Canyon é a quarta zona de estágios da aventura dos três — a fase se passa em um cânion repleto de maquinário de Eggman e de trilhos que os personagens podem surfar sobre.




Em Shadow Generations, quase todos os elementos do estágio original retornam para a releitura. Isso inclui os robôs inimigos característicos de Heroes, os trilhos e até mesmo os trens vermelhos e verdes que perseguiam os jogadores em alguns momentos. Há também os botões que alternam as direções dos trilhos, essenciais para a progressão.

Como novidade, Black Doom aparece novamente em certo momento e alterna a realidade para mais uma versão totalmente distorcida de Radical Highway. Ao bater no inimigo, tudo retorna ao normal e voltamos ao cânion.

Sobre elementos icônicos da fase original que ficaram de fora, o principal que podemos citar é o grande canhão de Eggman. Em Heroes, ele é utilizado para catapultar o trio de jogadores com uma velocidade tão extrema que os personagens sobrevoam por meio de desfiladeiros por algum tempo, mas que infelizmente não foi incluso na releitura.

Kingdom Valley



Sonic the Hedgehog (2006) é um título polêmico para a série, porém ele continha uma representação relevante de Shadow que é representada agora com o retorno de Kingdom Valley. O palco da conturbada e confusa trama do título era o reino de Soleanna, uma monarquia comandada pela princesa Elise e com um passado marcado por elementos místicos como as chamas do desastre e a adoração a um Deus conhecido como Solaris.

Kingdom Valley era retratada como uma área mais natural do reinado, localizada dentro da floresta de Soleanna. A fase era composta por ruínas de castelos e construções abandonadas, provavelmente conectadas com o passado do reino, e servia como ambiente para um momento importante da história de Shadow em Sonic 2006.

Na trama original, o ouriço trabalhava como um agente da G.U.N. e sua missão inicial era salvar um agente da organização militar. Pouco tempo depois, o personagem descobre que a agente a ser salva era Rouge e que ela estava em posse de um misterioso cetro.

Em Kingdom Valley, a confusão com a dupla se instaura, pois Eggman aparece a fim de roubar o mesmo objeto, o agora apresentado como “Cetro da Escuridão”. O roubo do cientista fracassa e o artefato quebra nas mãos de Shadow, o que libera uma criatura que copia o visual do personagem — Mephiles. O monstrengo se torna um dos principais vilões da trama e até retorna como um dos chefes em Shadow Generations.




Em termos de jogatina, na fase original, o ouriço podia utilizar veículos para atravessar certas partes do cenário, como um aerobarco em seções aquáticas e um motoplanador para sobrevoar as ruínas. Na releitura de Kingdom Valley, tais seções não retornam, mas o percurso aquático é substituído com uma equivalência — temos momentos em que o jogador deve utilizar a nova habilidade Doom Surf para atravessar por obstáculos e rios.

Ainda sobre elementos que retornam, a nova versão ainda contém as águias que transportam o ouriço de um ponto A a B, além dos trilhos feitos de ar com visual deslumbrante. Ao fim, também temos uma recriação da seção final da versão de Sonic do estágio original, em que tínhamos que correr por plataformas cobertas por água dos dois lados — embora, infelizmente, não há corrida sob as paredes aquáticas dessa vez.

Sunset Heights



Shadow Generations traz algo diferente para a mesa com Sunset Heights — é um estágio retornante de uma aventura que Shadow ainda viria a passar no futuro, dado o momento que a trama de Generations ocorre. Seu jogo originário é Sonic Forces, uma outra aventura polêmica para a reputação da série.

Nela, o ouriço possuía uma história paralela própria — o modo era intitulado como Episode Shadow e tratava de eventos que ocorriam antes da aventura principal. O estágio Sunset Heights era o primeiro do prólogo, uma cidade totalmente dizimada com os ataques iniciais do exército de Eggman, que viria a conquistar 99% do planeta.

Na versão original, o ouriço já estava atuando contra as forças do cientista, aliado à Rouge. É pelos destroços daquela cidade que Shadow descobre que Omega, seu amigo robô, havia sido destruído. Não demora muito para que o personagem ache o culpado — o vilão Infinite.



Infinite, assim como Mephiles, era um antagonista que possuía sua origem entrelaçada a de Shadow. A trama de Forces explica que o chacal era um mercenário contratado por Eggman e que, em uma missão em uma das bases de Eggman na Mystic Jungle, é derrotado sem piedade por Shadow e se traumatiza com tal derrota. Esse evento faz com que o vilão adote uma máscara e se alie aos poderes do Phantom Ruby, a fim de causar todos os problemas que viriam a ocorrer pelo jogo, incluindo a derrota de Sonic.

A fase em Shadow Generations retoma todos os seus elementos de gameplay originais, afinal não eram muitos. Os robôs de produção em massa do Eggman retomam, assim como há muitos momentos cinemáticos envolvendo os Death Egg Robots, mechas enormes responsáveis pela destruição da cidade.

A recriação de Sunset Heights também conta com momentos vividos por outras versões do estágio no jogo original, como sessões pelo esgoto que faziam parte apenas da jornada do Sonic Clássico pelo local. Além disso, mais uma vez temos uma breve passagem com Black Doom, que teletransporta o ouriço brevemente para uma outra versão distorcida de Radical Highway pelo caminho.

Chaos Island



Sonic Frontiers é uma das aventuras mais recentes da franquia e serviu de inspiração para a área aberta presente em Shadow Generations, mas o título não tinha a presença de Shadow em momento algum. Levando isso em conta, é esquisito pensar que Chaos Island, uma das principais ilhas do jogo “Open Zone”, marca presença nessa aventura temporal.

Estranhezas à parte, a ilha é a terceira área principal no jogo original. É composta por um vulcão e um chão totalmente coberto por suas cinzas, incluindo alguns terrenos em que Sonic podia escorregar com facilidade, quase como uma área de gelo. Era também casa de um dos titãs construídos pelos Ancients, a raça que viveu e dominou o arquipélago das Ilhas Starfall no passado.



Em Generations, Shadow deve atravessar pela área aberta agora retrabalhada em um estágio linear. Vários inimigos de Frontiers retornam, mas são meros obstáculos já que não temos o sistema de combate do jogo original aqui. Em um dado momento, conseguimos ver o vulcão entrando em erupção ao fundo do cenário, assim como ocorre quando reativamos o titã da ilha em Frontiers — possivelmente indicando que os eventos estão ocorrendo ao mesmo tempo?

A novidade fica por conta que a fase agora utiliza um dos novos poderes de Shadow, o Doom Morph. Em muitas partes da Chaos Island, há líquidos corrompidos que exigem o uso da mecânica, seja para atravessá-los ou para usá-los de suporte para a criação de chicotes que levem o jogador de um ponto A a B.

Radical Highway



O último estágio de Shadow Generations é, curiosamente, o primeiro em que o personagem foi jogável na franquia. Fazendo aparições em vários outros momentos da aventura, Radical Highway serve como um clímax e é o lar da luta final contra Black Doom.

A fase é originária de Sonic Adventure 2, a também primeira aventura de Shadow. Sua aparição originalmente ocorria pouco tempo após o ouriço ter sido libertado de sua cápsula e mostrava a confusão mental que o personagem estava sofrendo — sua hibernação foi de cinco décadas e ele pouco lembrava de seu passado.

O caos que Shadow provocava pela cidade noturna é o que fazia as autoridades policiais perseguirem Sonic em sua história adjacente — acreditam que, pela semelhança visual, o ouriço azul era o responsável por tal baderna. Isso entrelaça ambos os personagens em um dos muitos eventos que ocorrem por Adventure 2.



Em sua recriação de Generations, Radical Highway é diferente, porém familiar. O primeiro ato possui muitas similaridades com sua versão original — ainda temos os robôs da G.U.N. como inimigos e as pontes com os arcos vermelhos que Shadow pode utilizar como trilhos para surfar.

A maior novidade é que durante o estágio temos a ativação completa da habilidade Doom Fly, que permite que o personagem voe pelo cenário ao custo de sua barra de turbo. Isso altera completamente a dinâmica dos desafios e traz uma experiência em um ambiente conhecido.

O ato 2 é ainda mais diverso — aqui as distorções de Black Doom marcam maior presença e trazem divergências na jogabilidade. Temos monstros enormes causando furacões aquáticos pelo estágio, assim como momentos em que temos que escorregar por prédios em muitas direções possíveis. Todo o ambiente quebrado de Radical Highway aqui ajuda a levantar os ânimos para o confronto final iminente da aventura.

Um novo passado



Shadow Generations é uma das melhores adições à franquia e a construção de seus estágios tem um grande papel nisso. Agora que você já possui um contexto maior da origem destas fases, deixe nos comentários quais os estágios que você mais gostou da mini-jornada de Shadow e aproveite também para deixar seus momentos favoritos de Sonic Generations!

Revisão: Beatriz Castro
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