Fire Emblem: The Sacred Stones — 20 anos da aventura em Magvel

Relembre a jornada dos irmãos Eirika e Ephraim pelo continente de Magvel.

em 08/11/2024

Fire Emblem: The Sacred Stones, originalmente lançado em outubro de 2004 para o Game Boy Advance, é a oitava entrada da série, embora tenha sido apenas o segundo Fire Emblem no Ocidente. Diferentemente dos demais títulos da franquia, The Sacred Stones repete a jogabilidade com dois protagonistas distintos, algo visto anteriormente em Gaiden, além de ser um dos poucos Fire Emblem que não trazem um dragão como vilão.

Magvel e as Pedras Sagradas

Após eras e mais eras de imposição do maligno Rei-Demônio Fomortiis, que quase destruiu a humanidade em Magvel, cinco heróis, que mais tarde viriam a fundar cada um dos reinos do continente, decidiram colocar um fim nesse período de calamidade com ajuda das joias sagradas conhecidas como Sacred Stones. Quando esses bravos guerreiros finalmente conseguiram alcançar a paz, cada uma dessas pedras ficou sob responsabilidade dos reinos.

800 anos se passaram desde então, com as nações de Renais, Frelia, Jehanna e Grado, bem como a república Carcino, vivendo em paz. No entanto, em dado momento, este último decide atacar Renais, que não consegue conter a invasão; em um momento de desespero, o Rei Fado ordena que seus filhos e sucessores ao trono, Eirika e Ephraim, busquem apoio dos outros reinos vizinhos para colocar um fim nos planos do Imperador Vigarde, que comanda Grado.

No entanto, apenas Eirika dá seguimento ao plano de seu pai, pois, no meio da confusão, Ephraim havia decidido invadir Grado por conta própria. Tal atitude leva a jovem princesa a se reunir com seu irmão e, no meio do caminho, ela descobre toda a verdade por trás dos atos de Vigarde: o imperador quer ressuscitar Fomortiis e, para tal, ele precisa destruir as outras Sacred Stones.

Recriando uma aventura dupla

Apesar de ter 28 capítulos, The Sacred Stones revive uma característica até então só vista em Gaiden: a possibilidade de controlar dois protagonistas distintos. Porém, na oitava entrada, diferentemente da segunda, a ramificação da narrativa é mais forte, pois escolher entre Ephraim ou Eirika traz capítulos exclusivos que não são vistos na outra rota; para efeitos de comparação, em Gaiden, a aventura alternava entre Alm e Celica, cada qual com suas próprias tropas.

Embora os personagens recrutáveis em cada rota sejam os mesmos, as circunstâncias nas quais eles são apresentados e alguns modos de recrutamento são ligeiramente diversos. Por exemplo, na rota de Eirika, L’Arachel, princesa de Rausten, é introduzida durante um combate na floresta; já na de Ephraim, ela nos é apresentada em um navio fantasma.

Ainda pegando emprestados alguns conceitos vistos em Gaiden, Sacred Stones traz um mapa navegável no qual podemos enfrentar monstros em combates aleatórios e revisitar localidades para comprar itens e equipamentos. De resto, esta entrada segue muito do que já havia sido introduzido nos outros títulos da série, especialmente The Binding Blade e The Blazing Blade, os outros dois da “geração GBA”.

Particularidades

The Sacred Stones é o primeiro jogo da franquia a trazer um sistema de promoção de classes ramificado. Com exceção dos protagonistas, que só podem ser promovidos para Great Lord, as demais classes básicas têm duas opções avançadas, algumas delas com habilidades exclusivas, como Pick, que permite a Rogues abrir portas e baús sem o item Lockpick.

Além disso, este Fire Emblem inaugurou as chamadas “classes recrutas”, que, embora mais custosas de evoluir, possuem parâmetros melhorados. Isso se dá devido à dupla promoção de classes (recruta > básica > avançada), fazendo com que personagens como Ross, Amelia e Ewan sejam mais poderosos que outras unidades da mesma classe avançada.

Essa característica, somada ao fato de o jogo possuir 34 personagens jogáveis, abre um grande leque de estratégias, que é o cerne da franquia. Inclusive, há ainda nove personagens secretos desbloqueáveis no conteúdo pós-jogo, aumentando o rol de unidades para 43. 

Um clássico atemporal

Fire Emblem: The Sacred Stones, de certa forma, é considerado uma das melhores entradas da franquia. Muito disso se dá ao ineditismo da série no Ocidente até então, é verdade, mas a saga de Magvel ajudou a pavimentar o caminho para os outros jogos que estariam por vir.

Atualmente, muitas pessoas criticam a narrativa, que realmente não se compara às intrinsecidades vistas nas sagas de Tellius (Path of Radiance e Radiant Dawn) ou de Fódlan (Three Houses e Warriors: Three Hopes), mas com certeza vale a pena (re)visitá-la se você, assim como eu, gosta de uma trama que foca, acima de tudo, nos aspectos humanos de seus protagonistas — não à toa o que faz de Sacred Stones o meu Fire Emblem favorito. 

Ilustração de Tethys e Marisa, por Sachiko Wada, para comemorar os 20 anos do jogo

Revisão: Davi Sousa
Screenshots: Serenes Forest

Também conhecida como Lilac, é fã de jogos de plataforma no geral, especialmente os da era 16-bits, com gosto adquirido por RPGs e visual novels ao longo dos anos. Fora os games, não dispensa livros e quadrinhos. Prefere ser chamada por Ju e não consegue viver sem música. Sempre de olho nas redes sociais, mas raramente postando nelas. Icon por 0range0ceans
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