Minha rotina com Fitness Boxing feat. HATSUNE MIKU — Parte 1: reintroduzindo os exercícios físicos ao meu dia a dia

Enquanto não tenho tempo e dinheiro para investir em uma atividade física real, evito o sedentarismo com ajuda do jogo.

em 25/09/2024

Boxe não é um dos meus esportes favoritos; na verdade, ele está longe de ser um esporte que eu praticaria, a não ser que me oferecessem a oportunidade de praticá-lo de graça. Eu gosto mesmo é de pedalar — mas não dentro de uma academia; meu prazer é sentir o vento batendo no rosto enquanto conheço novas paisagens — e de natação.


Infelizmente, minha atual realidade não me permite praticar uma atividade física; ainda por cima, aos quase 33 anos, o sedentarismo tem se provado um grande empecilho na minha vida. Para minha sorte (e curiosidade), a Aksys publicou Fitness Boxing feat HATSUNE MIKU no Ocidente, mais um inusitado crossover na série de exercícios criada pela Imagineer.

Embora o videogame não substitua uma rotina real de exercícios, ele foi mais que um motivo suficiente para que eu pudesse reintroduzir a atividade física à minha rotina. Agora, quero compartilhar minha experiência com vocês e, quem sabe, lhes trazer um pouco de inspiração para voltar a mexer o corpo.

Arte original da capa: Let's Mikusercise!!, por Cosmo (Bousoup) (via Danbooru)

Contextualização

Trabalho com assessoria de imprensa desde 2022, uma profissão que me tem sido gratificante, mas que também tem me demandado uma grande energia mental; em paralelo, este semestre é meu último na faculdade (finalmente!) e preciso me dedicar à minha monografia de conclusão de curso. Então, de uma forma ou de outra, fico grudada a uma cadeira e ao meu notebook praticamente de manhã até a noite, sem “desligar meu cérebro” por um minuto sequer, o que me tira o ânimo de descer até mesmo para ir à academia do meu prédio.

Junto a uma genética que me impede perder peso facilmente, alimentação incorreta e uso de medicamentos controlados para depressão — embora tenham me ajudado, eles também influenciam no meu apetite e metabolismo —, percebi que meu humor e meu ânimo para fazer as coisas (muitas vezes, até mesmo tirar um tempo para os jogos que analiso para os Blasts) têm ido para o ralo, isso sem mencionar as consequências físicas da falta de exercício. Conclusão: estar acima do peso não é saudável nem para o corpo nem para a mente.

Bom, quanto a isso eu não tinha dúvidas, e acredito que ninguém tenha. Contudo, já comentei lá em cima que sofro também com a falta de tempo para me cuidar com mais carinho. Dito tudo isso, tenho utilizado Fitness Boxing para suprir a falta de movimentação no meu dia a dia.

30 minutos durante a semana, uma hora aos fins de semana

Na verdade, minha primeira opção de “jogo para se exercitar” não era Fitness Boxing, mas sim Ring Fit Adventure. Meus amigos e colegas de Blast, Ivanir e Daniel, também chegaram a conversar comigo sobre esse “RPG fitness”, porém ele não cabe no meu orçamento atual.

Sendo bem sincera, a princípio, meu objetivo com a rotina de exercícios protagonizada por Miku e seus amigos era experimentar o jogo e ver como eu me adaptaria à troca de socos com o ar. Porém, como eu também tinha um prazo para entregar a análise, precisei encontrar uma maneira de jogá-lo todos os dias sem que eu acabasse me prejudicando pelo excesso de movimento.

Para tanto, cheguei à conclusão de que, aos fins de semana (sexta, sábado e domingo), eu dedicaria uma hora ao boxe virtual; já de segunda a quinta, 30 minutos. E assim segui até a entrega da análise do jogo, mas percebi que essa brincadeira realmente estava me fazendo.

Efeitos imediatos do “período de teste”

Por mais que as sessões de exercício deixem meu corpo parecendo gelatina — sim, o jogo foi um tapa com luva de pelica na minha cara, pois percebi quão sedentária e fora de forma estou —, logo no primeiro fim de semana com Fitness Boxing senti que dormi melhor. Por isso, decidi que faria essa atividade física à noite, seguida por um bom banho e pelo famoso “a mimir”.

Outro benefício que senti logo de cara foi uma melhora no meu ânimo como um todo: mexer o corpo me ajudou a aliviar boa parte do estresse presente na minha rotina. Comecei a me sentir mais disposta até para ir trabalhar no escritório, que fica em Cotia (a agência na qual trabalho adota o modelo semipresencial), e me pego mais sorridente na maior parte dos dias, mesmo pela manhã.

Porém, acredito que a maior vantagem do Fitness Boxing, para mim, é o fato de que posso praticar um pouco de atividade física sem me sentir julgada pelos olhares alheios. Como eu sempre fui gorda e isso foi um dos motivos que acarretaram o bullying que sofri durante meu período de adolescência, passei a prestar muita atenção no tipo de olhar que as pessoas me lançam.


Por isso, acabei internalizando que o espaço físico chamado academia seria opressor demais para mim. Mesmo que nem todas as pessoas que moram no meu condomínio usem a academia que temos aqui, é inevitável esbarrar com alguém em algum horário — e todos os receios de anos atrás voltam a me assombrar, infelizmente.

Além disso, eu não tenho uma coordenação rítmica muito boa, então, mesmo que eu tivesse condições de praticar o boxe real, sei que eu mesma me colocaria para baixo por não conseguir acompanhar o ritmo de possíveis colegas de turma; vamos combinar que sessões individuais, independentemente do tipo de exercício, são relativamente caras.

Então, só o fato de eu poder mexer meu corpo sem medo de me julgarem pelos meus erros rítmicos, pelo modo como me movimento ou até mesmo pelo meu porte físico, no conforto do meu quarto, também contribuiu para que eu me sentisse bem em ser eu mesma enquanto pratico um pouco de exercício.

Na próxima parte…

Não consigo prometer uma periodicidade precisa para compartilhar com vocês os efeitos de Fitness Boxing feat. HATSUNE MIKU na minha rotina, mas, na segunda parte (espero que ela saia em breve!), quero trazer mais novidades relacionadas à reintrodução de atividades físicas no meu dia a dia. Para me despedir (por ora), lanço-lhes uma pergunta, porque estou curiosa: vocês também já passaram por experiência similar à minha?

Até a próxima!

Revisão: Davi Sousa
Capa: Juliana Paiva Zapparoli
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Juliana Paiva Zapparoli
Também conhecida como Lilac, é jornalista e atualmente trabalha com assessoria de imprensa. Fã de jogos de plataforma no geral, especialmente os da era 16-bits, com gosto adquirido por RPGs e visual novels ao longo dos anos. Fora os games, não dispensa livros e quadrinhos. Prefere ser chamada por Ju e não consegue viver sem música. Sempre de olho nas redes sociais, mas raramente postando nelas.
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