The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom e meu hype para jogar com Zelda

Finalmente um jogo que me despertou o interesse para conhecer a franquia.

em 16/09/2024

Muitas pessoas que me acompanham no Nintendo Blast já conhecem meu posicionamento sobre “não gostar”, “não conhecer” ou simplesmente “não ser fã” de certas franquias que lhes são queridas. Existem alguns motivos para isso, que no meu caso são não me identificar com os jogos (ou história) de certas séries e, acima de tudo, não ter tido uma infância com NES e SNES — ou seja, não desenvolvi a chamada memória afetiva com as IPs da Nintendo.


Isso não quer dizer que eu não possa, aos quase 33 anos, tentar rever alguns posicionamentos que faço em relação a algumas IPs da Big N. Expliquei um pouco sobre isso ano passado, na crônica que escrevi sobre The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom; embora eu não tenha conseguido cumprir para mim mesma a promessa de jogar Breath of the Wild e sua sequência em 2023, eles ainda são jogos que quero jogar e aproveitar quando eu finalmente conseguir desafogar minha rotina.

E agora, apareceu mais um jogo cujo hype nem foi o fandom que criou, mas sim sua proposta. Estou falando de The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom, que chega ao Switch na semana que vem. Ele será o primeiro “Zelda 2D” que jogarei depois de Oracles of Ages — um intervalo de bem uns 20 anos.

Arte por melty (corolla)

Dando nome aos bois

Diferentemente do hype que alimentei por Tears of the Kingdom, uma consequência da empolgação pelo jogo que o fandom da franquia demonstrou, a minha grande vontade de jogar Echoes of Wisdom se dá pelo fato inédito de podermos jogar como Zelda praticamente pela primeira vez em sei lá quantos anos de existência da série. Aqui, obviamente estou desconsiderando os jogos do CD-i e spin-offs, como Hyrule Warriors.

Em todas essas décadas de existência, a “lenda de Zelda” sempre foi protagonizada por uma das inúmeras encarnações de Link, e a princesa que dá nome à IP, em sua maioria, era a donzela indefesa das aventuras. Em algumas poucas, talvez sendo possível até contar nos dedos, ela servia como mentora do jovem hyliano, como acontece em Spirit Tracks — e meu colega e amigo Victor Vitório, que já expressou seu amor pela franquia inúmeras vezes aqui no site, explicou isso muito bem no seu texto sobre a trajetória de Zelda dentro de sua própria série.

Voltando ao fio da meada, escrevo este texto já esperando que a reação de algumas pessoas seja dizer que meu motivo para jogar Echoes of Wisdom é “fútil”, assim como quando exaltei o fato de Princess Peach: Showtime! ser uma importante representação feminista dentro da Big N. Mas será que é futilidade mesmo?

"Simbora", Zelda, que agora você faz a lenda!

Aquele velho exercício de se colocar no lugar do outro

Oi, pessoal. Muito prazer. Meu nome é Juliana e sou mulher. Sou mulher e gosto de videogames, mas, desde pequena, percebo que a maioria dos títulos que passaram pelas minhas mãos é protagonizada por homens — e The Legend of Zelda não é exceção, como comentei no tópico anterior.

Em pleno século XXI, quando vemos cada vez mais a importância da inclusividade e da representatividade nas mídias, na sociedade e até mesmo nos ambientes corporativos, é claro que poder jogar como a portadora da Triforce da Sabedoria pela primeira vez despertou meu interesse. Ou seja, não estou falando aqui como alguém que gosta da lore da personagem (até porque, quantas mil linhas do tempo tem a série mesmo?), mas alguém que se sente representada pelo protagonismo de Zelda.

Arte original usada para a capa da matéria, por Jinaxxo

E quer saber? Não me importo se The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom for classificado como “fácil demais”, “infantil e bobo” e “sem profundidade” em comparação aos títulos protagonizados por Link — e se o jogo for assim mesmo, qual é o problema? No fim do dia, o saldo será positivo para mim, porque finalmente estou jogando como Zelda.

Fazendo das palavras de Victor as minhas, já passava da hora de a princesa finalmente assumir o trono na série.

Também conhecida como Lilac, é fã de jogos de plataforma no geral, especialmente os da era 16-bits, com gosto adquirido por RPGs e visual novels ao longo dos anos. Fora os games, não dispensa livros e quadrinhos. Prefere ser chamada por Ju e não consegue viver sem música. Sempre de olho nas redes sociais, mas raramente postando nelas. Icon por 0range0ceans
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