Análise: Go Mecha Ball – salvando o mundo com mechas pilotados por gatos

Unindo conceitos já consagrados, o título entrega uma experiência caótica.

em 28/09/2024
Desenvolvido pela Whale Peak Games e publicado pela Super Rare Games, Go Mecha Ball é um jogo de tiro que mescla elementos de roguelike e pinball. Essa combinação inusitada resulta em um game ágil, caótico e divertido, mas que peca pela falta de variação e uma performance inconsistente no Nintendo Switch.

Ao resgate da diversão 

A história de Go Mecha Ball se desenrola em um mundo alegre, onde pequenas criaturas coloridas parecidas com gatos vivem em constante diversão. Infelizmente, essa harmonia é abruptamente interrompida quando um misterioso portal surge, trazendo consigo caos e destruição. 

Após um tempo de pesquisas e reclusão no subterrâneo, os gatinhos conseguem construir mechas capazes de resistir à energia emanada pelo portal. Nesse contexto, cabe ao jogador adentrar essa dimensão enigmática em uma missão para recuperar a diversão perdida.

A trama de Go Mecha Ball não tem grande relevância ou desenvolvimento, servindo mais como um pretexto para a aventura. Apesar disso, vale destacar que o jogo conta com legendas em português, o que facilita a compreensão dos efeitos das melhorias e habilidades que coletamos ao longo da jornada.

Rolando e atirando

A estrutura de gameplay de Go Mecha Ball é bastante simples: a campanha se divide em algumas fases, com cada uma composta por estágios nos quais é necessário derrotar todos os inimigos para prosseguir. Ao final de cada área, o jogador enfrenta um chefe.

À medida que avançamos, temos a chance de escolher entre diversas melhorias, que podem ser aprimoramentos passivos ou novas habilidades; além disso, podemos carregar até duas armas simultaneamente, que são deixadas por alguns oponentes derrotados. Graças ao elemento roguelike, ao morrer, reiniciamos a jornada desde o primeiro estágio e perdemos todos os upgrades adquiridos.

No lobby, encontramos três máquinas semelhantes a gachapons, as quais podemos usar uma moeda especial obtida durante os combates para desbloquear novas opções de habilidades ofensivas, armas e aprimoramentos passivos. Embora seja limitado, esse sistema proporciona uma razoável sensação de progressão, pois a cada corrida temos certa chance de explorar um arsenal diferente.

Durante os estágios, além das armas de fogo, somos capazes de utilizar um golpe de colisão em que o mecha assume uma forma esférica, uma ação similar aos talentos de Sonic e Samus. Esse movimento não apenas serve como uma opção ofensiva, mas também é crucial para interromper os ataques especiais dos adversários.

E não para por aí: graças aos elementos de pinball que Go Mecha Ball possui, essa investida esférica é fundamental para nos locomovermos rapidamente e acessarmos diferentes áreas dos cenários aproveitando as estruturas espalhadas pelas fases, como rampas ou pontos de aceleração.

De modo geral, o jogo oferece uma jogabilidade agradável, apresentando inimigos com ataques interessantes e chefes que são satisfatórios de derrotar. Além disso, as melhorias e armas proporcionam um pouquinho de variedade a experiência (ao menos no início), oferecendo opções que tornam as corridas diferentes umas das outras.

O grande diferencial também é a maior fonte de frustração 

Como mencionado, Go Mecha Ball incorpora elementos de pinball, no qual utilizamos a movimentação esférica para nos deslocarmos pelos cenários. Embora essa mecânica proporcione uma ação extremamente útil, tanto ofensiva quanto defensiva, e contribua para deixar a jogabilidade ágil, ela também acaba gerando frustrações em certas situações.

Isso ocorre porque os ambientes apresentam camadas verticais que só podem ser acessadas através de elementos como rampas. Infelizmente, em várias ocasiões, a alta velocidade do mecha rolando torna difícil e cansativo posicionar nosso personagem em plataformas específicas.

Nesse sentido, não foram poucas as vezes em que meu progresso foi interrompido por inimigos restantes em pequenas áreas elevadas, fazendo-me sentir uma falta aguda de um comando dedicado ao salto. Para agravar a situação, o jogo sofre com quedas na taxa de quadros bastante perceptíveis e incômodas no Switch, o que impacta significativamente em um título cujo foco é a agilidade.

Outro ponto negativo diz respeito à falta de variação. Apesar da jogabilidade frenética e majoritariamente funcional, além da possibilidade de desbloquear novos personagens, os elementos roguelike são extremamente básicos e pouco variados. Essa característica impede que o game se sustente a longo prazo e faz com que ele se torne rapidamente cansativo, mesmo tendo uma duração curta.

Intrigante, divertido e frustrante

Go Mecha Ball traz uma proposta divertida e caótica, unindo mecânicas de tiro, roguelike e pinball de forma intrigante. Graças à sua jogabilidade ágil e aos desafios satisfatórios que oferece, o título consegue proporcionar bons momentos de entretenimento. No entanto, a falta de variação nos elementos roguelike, aliada às frustrações causadas pela movimentação e pela performance instável no Switch, comprometem significativamente a experiência geral. 

Prós

  • A fusão de mecânicas de tiro, roguelike e pinball resulta em uma jogabilidade curiosa, frenética e divertida;
  • O sistema de melhorias e desbloqueios oferece uma certa dose de variação às corridas e um pouco de motivação para continuarmos avançando;
  • Os adversários, especialmente os chefes, são interessantes e satisfatórios de derrotar, trazendo desafios envolventes;
  • Legendado em português.

Contras

  • A ausência de uma narrativa mais desenvolvida pode incomodar algumas pessoas;
  • Os elementos roguelike são básicos e pouco diversificados, tornando a experiência repetitiva em pouco tempo;
  • A mecânica esférica, aliada à ausência de um comando para salto, dificulta o posicionamento em plataformas elevadas, o que acaba gerando frustrações;
  • As quedas na taxa de quadros impactam negativamente na fluidez do jogo.
Go Mecha Ball — PC/PS4/PS5/XBO/XSX/Switch —  Nota: 6.5
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela Super Rare Games
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