Heihachi Mishima, o Rei do Punho de Ferro na Nintendo

O Homem acima dos homens.

Existem, aproximadamente, 7,9 bilhões de pessoas vivas no mundo. Dessas 7,9 bilhões de pessoas, aproximadamente 3,97 bilhões são homens. Desses 3,97 bilhões de homens, existe um único Homem. O Homem acima dos homens. Heihachi, o patriarca do clã Mishima da franquia de luta Tekken, não precisa de introduções.
 
Mas por praxe, vamos fazer uma ainda assim: tendo estreado no primeiríssimo Tekken (Arcade), ele inaugurou o Torneio do Punho de Ferro e era o principal antagonista, vivendo uma rixa familiar com Kazuya, o então protagonista, por tê-lo jogado de um precipício quando criança (não perguntem). Após ser derrotado e jogado no mesmo precipício, ele sobrevive e bate de frente com seu filho no próximo jogo e continua batendo cabeça com outros personagens coloridos da franquia.

Para comemorar o seu retorno em Tekken 8 (de uma morte que eu nunca duvidei), vamos relembrar os socos e cascudos que Heihachi já desferiu pela Nintendo. Medite um pouco, alimente seu urso de estimação e entre no ringue.


Tekken Advance (GBA), Tekken Tag Tournament 2 (Wii U) e Tekken 3D: Prime Edition (3DS)

Tekken Advance (GBA) foi a primeira vez que a franquia Tekken apareceria na Nintendo, sendo um Port simplificado do aclamadíssimo Tekken 3 (Arcade) com elementos do spinoff Tekken Tag Tournament (Arcade). Apesar de os controles serem simplificados, a falta de personagens e ser bem mais complicado de controlar seu lutador sem um analógico, é um título interessante da franquia.

Tal como em Tekken 3, Heihachi tomou de volta sua empresa, a Mishima Zaibatsu, e jogou Kazuya em um vulcão. Anos depois, agora grisalho, pretende enfrentar o demônio Ogre e conhecer seus segredos, além de treinar e trair Jin, filho de Kazuya, iniciando um dos maiores ciclos de ódio familiar em mídia.

Após esse título, porém, Tekken não teria outro título em território Nintendista até a era Wii U, com o lançamento do segundo título na série spin-off Tag Team. A série Tag é conhecida pelo uso de dois lutadores em vez de um, podendo trocá-los no meio da luta e fazer combos. A duologia, mesmo não sendo canônica, é lembrada com carinho pelos fãs da série, com o 2º marcando o retorno da roupa de Heihachi mais jovem.

Na versão do Wii U, roupas exclusivas de personagens da Nintendo podem ser obtidas para enfeitar os personagens, com Heihachi podendo usar as roupas do Mario.

Por fim, o último título da franquia na Nintendo é Tekken 3D: Prime Edition, seguindo o lançamento de Street Fighter IV no portátil, inclusive com trailer exclusivo com os produtores das séries. O jogo é um Port bem simplificado de Tekken 6, mas melhorado perante sua versão de PSVita. Heihachi, obviamente, está no elenco.

O que é notável nesta edição, porém, é a adição de Tekken: Blood Vengeance (2011), o primeiro filme (em 3D, pelo menos) da franquia. Apesar do seu roteiro questionável (principalmente a forma como Heihachi foi retratado), ele contém um dos momentos mais incríveis da franquia, um duelo triplo entre pai (Heihachi), filho (Kazuya) e neto (Jin).

Além disso, essa foi a primeira vez que Unsho Ishizuka deu voz ao personagem após o trágico falecimento de Daisuke Gori. Unsho voltaria a dar voz a Heihachi até seu falecimento em 2018, com sua voz sendo reutilizada em forma de arquivo até o recast como forma de respeito ao seu trabalho.

Pac-Man Fever (GC)

Mesmo com Tekken tendo apenas 3 jogos na Nintendo, isso não impediu Heihachi de invadir o território da Big N. Ao longo da história dos games, muitos tentaram copiar Mario Party, obtendo diferentes graus de sucesso. Pac-Man Fever é um exemplo que não fede nem cheira, fazendo o mínimo do mínimo para ganhar alguns trocados em cima do Come-Come.

No elenco minúsculo, temos Pac, sua esposa Ms. Pac-Man, Astaroth (de SoulCalibur, inexplicavelmente escolhido em vez de personagens mais relevantes como Nightmare, Siegfried e Ivy) e Reiko Nagase (de Ridge Racer. OK, essa foi uma escolha legal). De Tekken, além de Heihachi (em sua forma idosa), também temos, de todos os personagens icônicos e carismáticos, Tiger Jackson, uma pallet swap do ícone brasileiro Eddy Gordo (o motivo de usarem uma pallet swap aleatória e não o ícone brasileiro está além da minha compreensão).

Pro Baseball Famista 2011 (3DS) e Pro Yakyū: Famista Climax (3DS)

Rápido contexto histórico: após a Segunda Guerra, os Estados Unidos fizeram um trabalho árduo para reconstruir o Japão (bondade ou interesse? Isso é conversa para outro dia). Com isso, boa parte da cultura americana foi introduzida e até hoje isso reflete na Terra do Sol Nascente. Um dos exemplos é o amor do país por beisebol, se tornando icônico no esporte e uma referência cultural.

No mundo dos games, isso não é diferente com muitos jogos do esporte, das mais variadas franquias e estilos. Entre as séries, está a Family Stadium/Famista, ativa desde seu primeiro título Pro Baseball: Family Stadium (Famicon. Foi lançado internacionalmente no NES como R.B.I. Baseball). 

Em Pro Baseball Famista 2011 e Pro Yakyū: Famista Climax, Heihachi aparece como um dos jogadores, ao lado de Nina Williams e Panda — o patriarca havia aparecido antes em Famista Online 2010 (PC). Seis anos mais tarde, ele reaparecia no campo com Devil e Unknown. Pouco conhecidos mundialmente, a série faz mais sucesso no Japão.

Project X Zone (3DS) e Project X Zone 2 (3DS)

Escondido de muitos no 3DS jazem dois dos melhores RPGs táticos nos últimos anos. Sucessor do clássico cult Namco x Capcom (PS2), a série crossover envolvendo franquias da Namco, Capcom e Sega (e no segundo jogo, Nintendo) tem bastante interações legais com o seu elenco, unidos contra forças malignas e inclusive lutando contra alguns membros antes de eles se juntarem ao time.

Em Project X Zone, Heihachi inicialmente não quer saber nada dos assuntos dos heróis e inclusive luta contra eles. Porém, depois de um tempo, ele se alia e vira uma das forças principais na resistência, botando de lado sua rixa com Jin. Na sequência, além dos dois, Kazuya aparece também e os três lutam lado a lado, pela primeira vez, realizando o sonho de muitos fãs de Tekken em ver a família unida (mesmo que rapidamente).

Super Smash Bros.

Para encerrar, nada mais justo que a aparição mais icônica do Homem acima dos homens no rei dos crossovers da Nintendo. Na época de Smash 4 (Wii U/3DS), Sakurai mencionou que Heihachi havia sido cotado para entrar no elenco, mas achou difícil adaptar seus movimentos (ledo engano de quem acha que o problema era o moveset) no jogo, optando por homenageá-lo com uma roupa Mii (cuja revelação foi com Ryu, o primeiro lutador tradicional a entrar em Smash).

Em Ultimate (Switch), Mishima era um dos mais votados para entrar no elenco, principalmente como tributo ao seu Seiyuu (voz original), Unsho Ishizuka, que faleceria no ano de lançamento do jogo. Ele agora apareceria no Namco Roulette, o Taunt especial de Pac-Man homenageando ícones da Namco, e logo seria readicionado como Mii.

Quando seu filho Kazuya foi adicionado, lá estava Heihachi no campo Mishima Dojo, meditando e se virando apenas quando alguém fosse nocauteado, usando os arquivos de voz de Unsho como homeragem respeitosa. Por fim, ele apareceria como Spirit. Sakurai agora daria a desculpa de que o Devil Gene, exclusivo de Kazuya e Jin, foi o fator de escolha, uma vez que Heihachi não o possui.

Na opinião deste redator, Heihachi merece aparecer no próximo jogo. Como mostrado em Playstation All-Stars Battle Royale (PS3/PSVita), ele pode funcionar nesse estilo de jogo sem perder sua essência, pois Tekken sempre traz esse personagem, e Sakurai pode conseguir achar um jeito de encaixá-lo. Talvez seja só questão de tempo.

O Rei do Punho de Ferro

Vou deixar meus pensamentos sobre Heihachi para outro dia. Hoje era mais um momento para lembrar e celebrar seu retorno ao ringue de batalha. Mas saibam que ele é muito especial para mim, não apenas por ser meu Main em Tekken mas por ser íntimo a mim.

Gosta do Heihachi? Gosta de Tekken? Tem alguma lembrança com ele em um desses jogos ou outros? Fala pra gente, senão ele vai soltar um EWGF em você!

Revisão: Cristiane Amarante

Formado em Publicidade e Propaganda na USC e especializado em Marketing Digital, sou Editor de Vídeos também, meu TCC foi sobre a Guerra dos Consoles e evolução da publicidade nos games. Jogo um pouco de tudo e também escrevo. Me descrevo como um artista.
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