Impressões: Ace Attorney Investigations Collection (Switch) é o último agrado aos fãs de Ace Attorney

A duologia emocionante de Edgeworth retorna mais polida do que nunca.

Miles Edgeworth. O icônico promotor da série Ace Attorney é um favorito dos fãs por seu design pomposo, sua postura descolada e as camadas e nuances com seu personagem, começando como um rival distante que lentamente vai reconquistando sua amizade com o protagonista, Phoenix Wright.

No fim do mês passado, tive a oportunidade de receber um acesso prévio ao relançamento de Ace Attorney Investigations Collection, comprimindo suas aventuras exclusivas do DS refeitas, incluindo o título que antes era exclusivo do Japão, uma cortesia gentil da Capcom. Agarre seu casaco, dê uma polida na sua estátua do Steel Samurai e venha investigar comigo.

Eduardo Spada, a seu dispor

A coletânea conta com dois jogos. O primeiro começa como todo primeiro caso da franquia: um assassinato acontece. Desta vez, um promotor mata um detetive no escritório de Edgeworth, na calada da noite, enquanto ele está viajando. Ao chegar ao local, o rival de Wright encontra o corpo e logo chama as autoridades locais, o que inclui seu fiel escudeiro, o detetive Gumshoe, que logo é culpado pelo dito assassino, desencadeando uma série de reviravoltas antes mesmo do raiar do Sol.

No segundo jogo, o presidente bufão e barulhento de um país chega ao território da franquia de avião. Logo quando ele está fazendo um discurso, tiros são ouvidos e ele é atingido, com sua segurança ficando de vigilância. Edgeworth é chamado para investigar e imediatamente conhece uma jornalista enxerida e barulhenta que gravou o comício.

Ambos Investigations se passam no período em branco de Ace Attorney 3: Trials and Tribulations e Apollo Justice, quando Phoenix perde sua permissão de advogado. São cinco casos em ambas as tramas, totalizando dez casos por jogo, primeiramente desconectados, mas que logo revelam uma trama maior em cada narrativa.

Além de gráficos refeitos lindamente e músicas remasterizadas (com ambos tendo opções para terem aparência das versões originais) também estão incluídas 30 conquistas para desbloquear, tocador de música, galeria de artes do desenvolvimento e inclusive artes para desbloquear com o passar das aventuras. Na opinião deste redator que vos fala, todo e qualquer relançamento que se preze precisa de artes e músicas para serem apreciadas, tanto como bônus especial de relançamento quanto valor histórico.

Dênis Gaspar, detetive particular

Eu sou um fã de longa data da franquia, tendo jogado a trilogia original no 3DS e ficando gradativamente mais feliz com os lançamentos em coletâneas dos outros jogos, incluindo os elusivos Great Ace Attorney, sobre o ancestral de Nick. Então podem imaginar como eu fiquei feliz quando não só o primeiro jogo estrelando um dos meus personagens favoritos estaria sendo relançado, mas também sua segunda aventura, anteriormente exclusiva do Japão.

Logo nos primeiros segundos de gameplay, é notável uma divergência com a franquia inteira. Enquanto os demais jogos contam com uma visão em primeira pessoa com um analógico virtual guiando o que o jogador gostaria de ver, Investigations apresenta uma visão em terceira pessoa, onde vemos Edgeworth e podemos guiá-lo por um cenário limitado, fazendo-o analisar o que encontra e tentar conectar os pontos nas diversas cenas de crime.

Também diferente dos outros títulos, não existem tribunais “formais” no meio da gameplay. Eu digo “formais”, porque há o interrogatório e julgamento de Miles com os mais variados e coloridos personagens que cruzam seu caminho, seja um promotor metido a campeão olímpico ou um prisioneiro papai de um urso polar.

Giseli Corval, segurança azarada

Como mencionei antes, a duologia Investigations tem seu núcleo de jogabilidade totalmente diferente, mas familiar com a série. Da mesma forma que Nick investiga os cenários e adquire mais conhecimento do mundo ao seu redor para entender situações que ocorreram horas antes, Edgeworth explora os ambientes para desvendar os crimes que acabaram de acontecer, com pistas frescas e testemunhas próximas, com o culpado sempre à espreita.

Diferentemente de Phoenix, porém, Edgeworth é um perfeccionista. Enquanto a barra da verdade (que pode ser considerada a barra de vida ou chances de erro) só aparecem em julgamentos para o advogado de defesa, a maioria das ações que Edgeworth toma é de alto risco, alta recompensa, tudo para chegar à verdade, bem alinhada com seu personagem.

Como não existem julgamentos para mostrar a verdade, Edgeworth apresenta seu talento ao vivo. Quando uma pista no ambiente contradiz evidência coletada no Organizer (similar ao Court Recorder dos outros jogos), Miles usa “Deduce”, comparando o que está errado com o que ele sabe, alterando a informação recolhida.

Exemplo: digamos que uma porta esteja DESTRANCADA e que a testemunha disse que não tinha acesso por ela e precisava da AJUDA DE ALGUÉM para abri-la. Analisando a maçaneta e percebendo que esta está destrancada e com apenas digitais da testemunha, infere-se que ela está enganada ou, mais obviamente, mentindo.

Além disso, Edgeworth usa “Logic” para ir mais a fundo em seu pensamento, literalmente conectando peças de informação como um quebra-cabeça, como perceber que apenas um tipo específico de profissional saberia a existência de um cofre e mais ninguém. Em Prosecutor’s Gambit, um novo método de inteligência é adicionado com o Xadrez Mental, em que Miles simula uma partida do jogo de cavalheiros com o interrogado, podendo atacar os argumentos ou aguardar uma oportunidade para dar o bote e penetrar nas defesas.

Advogados de primeira!

Tudo isso pode parecer complicado e intimidador, especialmente para novos jogadores e para aqueles que não entendem de inglês (apesar de muitos jogos da Capcom estarem chegando traduzidos, a saga Ace Attorney se recusa a ser adaptada ao nosso idioma) e não vou mentir que eu mesmo fiquei confuso no começo, mesmo sendo bastante familiarizado com a série, mas logo peguei no jeito. Apesar dos erros constantes (algo que eu não estava acostumado a fazer na franquia) a narrativa te inspira a continuar, seja pelo charme inquebrável de Edgeworth ou a vontade de encontrar a verdade.

Eu esperei quase uma década para colocar minhas mãos na duologia Investigations e Ace Attorney Investigations Collection é a melhor maneira de experimentá-las.

Revisão: Juliana Paiva Zapparoli
Texto de impressões produzido com cópia digital cedida pela Capcom
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Formado em Publicidade e Propaganda na USC e especializado em Marketing Digital, sou Editor de Vídeos também, meu TCC foi sobre a Guerra dos Consoles e evolução da publicidade nos games. Jogo um pouco de tudo e também escrevo. Me descrevo como um artista.
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