Análise: SNK vs. Capcom: SVC Chaos (Switch): Fazendo o mínimo do mínimo do esforço

Remaster de parceria lendária oferece o jogo original com pouquíssimas adições.

Vocês conhecem o termo Pata de Macaco? É quando você pede por algo, mas vem com uma reviravolta irônica (exemplo: pedir para Geno entrar no elenco de Smash… mas ele aparece como Mii e Spirit). Após o anúncio glorioso da Marvel vs. Capcom Collection, fãs de jogos de luta crossover se reuniram para rezar pelo próximo relançamento.

O desejo foi atendido...! Sendo SNK vs. Capcom, relançado como SNK vs. Capcom: SVC Chaos, um título que desde seu lançamento divide opiniões por diversos fatores que serão tratados. O ponto é: vale a pena reviver esse encontro de titãs? Posição de luta. Preparar… LUTEM!

Mundos colidem

Em um belo dia, um cataclisma varre a vida da face da Terra. No purgatório, 36 personagens entre os Capcom e da SNK são chamados por Athena (SNK) e Red Arremer (Capcom), personas das forças Ordem e Caos, prometendo um desejo para quem vencer o torneio que planejaram.

O que acabei de descrever aqui não pode nem ser descrito como um roteiro, sinopse ou trama, mas meramente uma desculpa esfarrapada para bater em bonequinhos como brincadeira de criança. Contudo, vou dar um desconto porque isso foi feito na aurora dos crossovers, então o motivo de encontro não era a prioridade, mas as interações.

E isso é o que não falta. Antes de cada duelo, os lutadores trocam um rápido diálogo, mostrando suas personalidades, desejos e pensamentos. É uma coisa pequena, mas bem legal, principalmente considerando o tempo de quando o jogo foi produzido.

Dias de luta, ̶d̶i̶a̶s̶ ̶d̶e̶ ̶g̶l̶ó̶r̶i̶a̶, dias de luta, dias de luta, dias de luta….

SNK vs. Capcom foi produzido na época chamada Era sombria da SNK, quando o estúdio estava tendo problemas para emplacar jogos de sucesso. E isso é evidente neste jogo e, por se tratar de um port, no seu relançamento. O jogo tem como base a franquia King of Fighters, mas sem a mecânica de troca de times, e com a implementação de uma mecânica inútil chamada Front Grand Step, possibilitando cancelar combos com uma investida para frente ao custo de uma barra de poder. Então, em retrospecto, não tem nenhum atrativo que torna esse jogo único além do crossover.

Esse não é nem o maior problema de SvC. Uma de suas maiores famas é a IA completamente maligna, totalmente desbalanceada e sem brechas para vitória, com os chefões sendo a pior parte. Não é divertido, é mais frustrante do que qualquer coisa.

O mesmo se aplica para a aplicação de combos e inclusive de ataques. A resposta sempre foi dura e difícil de aplicar, mesmo para o tão simples Meia Lua Pra Frente Soco. E com os controles reduzidos de seis botões para quatro apenas, as coisas ficam mais complicadas e frustrantes, especialmente contra os já mencionados chefões impiedosos.

Soco, soco, bate, bate, soco, soco, vira, vira

Em questão de elenco, por um lado a seleção é desapontadora, mas, por outro, é interessante. Ícones como Zangief e Andy Bogard são substituídos por personagens menos conhecidos como Hugo e Mr. Karate. Por outro lado, a adição de Mars People (Metal Slug) e Zero (Mega Man, mais precisamente Mega Man Zero) é bastante fora da caixa e muito bem-vinda. Ao final de cada Arcade (se conseguir chegar até lá, claro), é mostrado o final do personagem escolhido e, embora simples, eles condizem com suas personalidades e núcleos.

As adições do relançamento são, em resumo, insignificantes. Além dos gráficos polidos, visualização de hitbox e galeria de artes (algo que eu sempre repito que é o mínimo quando se relança um jogo antigo), existe a adição de modos. No modo offline tem apenas três modos, que cansam rápido: 1v1, Arcade e Treino. Não é um jogo divertido de se jogar sozinho.

Online, por outro lado, é outra história: torneios online, conexão rollback, desafios, salas fechadas (entre amigos) ou abertas (aleatórias e com o mundo inteiro). Esse é o principal atrativo de SvC, especialmente quando todo o resto parece tão básico do básico. Por fim, o jogo apresenta em sua configuração Idiomas, mas não aparece nada para escolher, perpetuando o idioma inglês em tudo.

O bobo da corte dos lutadores

SNK e Capcom já se enfrentaram algumas vezes. A mais icônica e gloriosa, Capcom vs. SNK, ainda está presa nas amarras do passado. Enquanto isso, jogadores e entusiastas tem que se contentar com SNK vs Capcom: SVC Chaos. Não é um jogo ruim. Contém uma interessante seleção de lutadores, ótima trilha sonora, artes oficiais e um online sólido.

Mas, ao mesmo tempo, não vale a pena perder tempo e paciência jogando contra uma máquina tão injusta e impiedosa. Talvez valeria mais seu preço se tivesse sido relançado em uma coleção com jogos melhores. Honestamente, só serve como preservação e lição de como não desenvolver um jogo de luta. NOCAUTE!

Prós

  • Seleção de lutadores interessante, com interações pré-lutas bem legais;
  • Artes conceituais e trilha sonora excelentes;
  • Online estável;
  • Visualmente bonito.

Contras

  • IA agressiva e sem espaço para aprendizado;
  • Totalmente desbalanceado;
  • Offline muito aquém do que uma franquia como esta merece;;
  • Sem suporte para PTBR;
  • Poucos atrativos com o relançamento.
SNK vs. Capcom: SVC Chaos — PC/PS4/PS5/XBO/XSX/Switch — Nota: 6.0
(Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Cristiane Amarante
Análise produzida com cópia digital cedida pela Capcom
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Formado em Publicidade e Propaganda na USC e especializado em Marketing Digital, sou Editor de Vídeos também, meu TCC foi sobre a Guerra dos Consoles e evolução da publicidade nos games. Jogo um pouco de tudo e também escrevo. Me descrevo como um artista.
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