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Análise: Super Monkey Ball: Banana Rumble (Switch) é pura diversão solo ou com amigos

Este é o primeiro título completamente original da série após muitos anos.



Super Monkey Ball: Banana Rumble marca o retorno da série com um título totalmente inédito, após recentes remakes e compilações de conteúdos de entradas antigas. Esse ar de novidade tem a intenção de evoluir a simples e viciante fórmula da franquia, assim como de trazer novas experiências de multijogador. Mas será que tais novidades foram capazes de renovar sem descaracterizar o que torna a experiência de Monkey Ball divertida?

Bananas mágicas

Caso você não esteja familiarizado, Monkey Ball é uma série que nasceu nos arcades e logo em seguida teve sua estreia no GameCube. Ela se destaca por sua premissa simples: controlar macaquinhos carismáticos enquanto eles rolam por esferas em percursos cheios de obstáculos.




O modo aventura que Banana Rumble apresenta ajuda a elevar esse carisma dos personagens e tenta contextualizar os estágios a fim de um entretenimento simples, porém atraente. A campanha traz uma história focada na nova macaquinha do grupo de AiAi, Palette.

Logo no início, ela fornece o tutorial dos movimentos básicos do jogo e pede ao grupo de macaquinhos para ajudá-la em uma missão: localizar seu pai, um caçador de recompensas. Os bichinhos ficam relutantes, mas, quando Palette conta sobre sete artefatos misteriosos (chamados Arteslocados) e a Banana Lendária, uma fruta rara que pode concedê-los uma quantidade exorbitante de bananas, eles mudam de ideia. Todos partem, então, para uma jornada por diferentes mundos em busca destes artefatos e de tentar encontrar o pai de sua nova amiga.




A novidade da trama desta vez é que, diferentemente do antecessor Super Monkey Ball: Banana Mania (Multi), estes diálogos e interações são todos apresentados em cenas totalmente animadas. Isso não necessariamente deixa a história mais complexa, porém torna-a imensamente mais agradável e divertida de assistir, principalmente pela forma fofa com que os personagens interagem entre si.

Não pare de girar

Quanto à jogatina do Modo Aventura, Banana Rumble não reinventa a roda. Você ainda terá que atravessar múltiplos estágios controlando um macaquinho em uma bola, dentro de um tempo limite de um minuto e utilizando elementos como a física ou a câmera a seu favor, já que os movimentos se resumem a, essencialmente, rolar.




Até mesmo a escolha de qual personagem você utilizará é importante e estratégica, pois cada um possui seus próprios atributos, como peso e velocidade. A recomendação aos iniciantes é utilizar macaquinhos que não sejam muito leves ou velozes de início; afinal, a movimentação mais escorregadia destes pode tornar mais fácil a queda em abismos ou obstáculos.

Fora esses elementos já conhecidos, a grande novidade da vez em termos de jogabilidade é a introdução de um novo movimento: o Giro Acelerado. Com ele, você pode carregar e utilizar um impulso horizontal ao segurar o botão B do controle, de forma parecida como funciona a habilidade Spin Dash do Sonic.




Embora pareça simples na teoria, o giro acrescenta muito à jogabilidade de Super Monkey Ball. É possível utilizá-lo para ganhar impulso em rampas, atravessar grandes partes de um trajeto ou então simplesmente finalizar uma partida mais rapidamente. Sua integração com as mecânicas já existentes do jogo é tão fluida que nos faz até imaginar que a habilidade sempre esteve presente na franquia.

O que auxilia essa adição é que o movimento não altera o desafio pelo qual a série é conhecida. No Modo Aventura, você ainda terá fases mais difíceis conforme a progressão avança e até mesmo cem estágios extras focados nos jogadores que gostam de uma dificuldade mais acentuada.




Cada percurso em Banana Rumble, além do objetivo principal, contém três missões secundárias que envolvem finalizar a fase em um tempo menor, coletar uma quantidade mínima de bananas e encontrar a banana dourada. Para progredir pela campanha, você não precisará completá-las, mas elas rendem mais pontos que podem ser utilizados em cosméticos e até mesmo no desbloqueio de personagens na lojinha.

No entanto, caso você seja alguém não familiarizado com as mecânicas ou esteja tendo dificuldade, há opções de acessibilidade que podem tornar a experiência mais fácil. É possível rebobinar ações retornando a um momento anterior do estágio, ativar um guia fantasma que te mostra como atravessar o percurso, adicionar mais checkpoints pela fase ou pedir orientação de qual direção seguir com um guia de rota.




Existem também formas de customizar os controles, desde ajustes de câmera até a zona morta do analógico. Durante minha jogatina, não precisei alterar essas opções, pois a configuração inicial já é muito boa, mas a presença destas possibilidades ainda é muito importante. A sensação é que os controles estão mais refinados e a física mais equilibrada, já que em todos os momentos que fiz algum erro de percurso, senti que a culpa era totalmente minha, diferentemente de como acontecia em vários estágios de Banana Mania devido a problemas de física ou câmera.

Competições repletas de agilidade

Se a campanha focou em refinar e polir o que já funcionava na franquia, evitando adições mirabolantes, o modo multiplayer parece ser o elemento em que houve maior experimentação e intenção de inovar. Banana Rumble substitui os já conhecidos minigames da série com novos modos de competição multijogador local e online.




A intenção parece ter sido de apelar um pouco ao público de títulos como Fall Guys (Multi), trazendo uma jogatina competitiva muito frenética e com muitos jogadores em campo. Cinco modos estão inclusos no novo multiplayer, cada um com suas regras e seleção de estágios: Corrida, Caça às Bananas, Ca-Bum, Corrida do Gol e Robô Esmaga.

No modo Corrida, como o nome já sugere, até dezesseis jogadores disputam uma corrida em uma pista linear, na qual o vencedor é aquele que chegar com sua bola ao fim primeiro. Assim como em Mario Kart, existem itens que podem ser pegos pelo estágio e utilizados como forma de atrapalhar os adversários, mas o principal método para o sucesso é utilizar bem o Giro Acelerado para conseguir impulsos nos momentos corretos e tomar muito cuidado para não cair do mapa.




O modo Caça às Bananas também possui uma premissa simples e direta: coletar a maior quantidade de bananas em um curto período de tempo. A competição ocorre em uma arena aberta e há elementos que podem ajudar a definir a partida, como chuvas temporárias de banana que aumentam a quantidade da fruta em determinados locais do mapa.

O Ca-Bum é outro modo que se passa em um estágio mais aberto, mas nele o objetivo envolve maior interação entre os macaquinhos. Aqui você deve passar uma bomba para outro jogador ou fugir de alguém que esteja com ela, antes que ela exploda. Cada partida envolve cinco rodadas e ganha aquele que sobreviver mais rounds.

Já a Corrida do Gol é um dos dois modos que envolvem combate entre times. Dois times de até oito jogadores competem dentro de uma arena mais linear por pontos ao atravessar diversos gols espalhados pelo local. A quantidade de pontos recebida ao passar por cada gol pode variar de acordo com o local em que foram colocados: há gols que oferecem mais pontos, porém são mais difíceis de serem alcançados, e vice-versa. Ganha o time com maior pontuação ao fim.




Por fim, o Robô Esmaga é a outra opção multiplayer que possui um objetivo em que há competição entre duas equipes. Dois times de até oito jogadores devem utilizar suas esferas para bater em robôs espalhados por uma arena. O local em que você bate no robô e qual deles é atingido modifica a quantidade de pontos conquistada – novamente, vence aqueles que conseguirem maior pontuação total.

Todos os modos multijogadores podem ser jogados online e com co-op local, havendo a escolha de preencher o restante da sala com bots, o que aumenta muito as possibilidades de diversão. Durante os nossos testes, a opção que mais chamou a atenção foi a Corrida, já que é o modo que mais complementa a jogabilidade padrão dos estágios da campanha e o que mais contém substância em seu conteúdo.

No entanto, modos de corrida já marcaram presença em entradas anteriores da franquia, deixando as maiores novidades a cargo dos outros modos. As outras opções ainda divertem, mas duas delas carecem de maior polimento ou balanceamento: Ca-Bum e Robô Esmaga.




Na primeira, há pouco tempo para que o jogador reaja ao recebimento da bomba e repasse-a outro adversário, sendo comum que o local em que você esteja no mapa já determine o resultado da partida. Além disso, o objetivo de fugir da bomba é consideravelmente mais fácil e, dada a agilidade das partidas, não há espaço para que haja muita estratégia para utilização dos itens nos adversários.

A segunda, Robô Esmaga, possui o problema de ser muito passiva. Seu objetivo é um pouco monótono: é possível conseguir muitos pontos utilizando o giro acelerado para bater em um robô sem a necessidade de se mover muito pelo mapa ou mudar de estratégia. A interação entre as equipes também é praticamente inexistente, o que impede novamente que os jogadores aproveitem a utilização de itens para atrapalhar uns aos outros.

Esses são problemas que podem ser solucionados com as futuras atualizações de conteúdo extra que a Ryu Ga Gotoku, desenvolvedora do jogo, prometeu, incluindo novos minigames e adição de mais personagens de outras propriedades intelectuais da Sega. Esperamos que isso ocorra, pois há um potencial de solidificar a experiência multijogador, já que a maioria dos modos podem ser viciantes e trazer boas risadas junto a familiares ou amigos, como ocorre em Mario Party.

Um caminho correto




Super Monkey Ball: Banana Rumble mostra um cuidado da Sega em continuar refinando a série desde seu recente revival com recentes remakes e compilações. O jogo é, sem dúvidas, o mais polido até então, e com elementos novos que não o fazem desviar da premissa simples e vindoura dos arcades da franquia. Alguns pequenos problemas de performance existem, como telas de carregamento demoradas, mas não chegam a atrapalhar muito a experiência total.

Os modos multiplayer divertem e trazem variedade à campanha, embora nem todos acertem o gol com sucesso. Com a promessa de atualizações e novos conteúdos, no entanto, o título pode manter-se como uma boa opção de diversão com amigos, seja online ou dividindo a tela localmente. Além de tudo, é o primeiro jogo da franquia disponível no nosso idioma, continuando os esforços da Sega com a localização de seu conteúdo para os brasileiros!

Prós

  • Novos estágios com desafio progressivo que não são injustos com o jogador;
  • O Giro Acelerado é um bom incremento à jogabilidade;
  • História com cenas totalmente animadas;
  • Muitas opções de customização, desde roupas a controles;
  • Os modos multiplayer são uma boa diversão rápida;
  • Disponível em português brasileiro!

Contras

  • Alguns minigames são mais polidos que outros;
  • O jogo pode ocasionalmente ter alguns loadings demorados!
Super Monkey Ball: Banana Rumble — Switch — Nota: 8.0
Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela SEGA
Agradecimentos ao Daniel Morbi pela ajuda nos testes do multiplayer online

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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