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Análise: Astor: Blade of Monolith (Switch) encanta, empolga e cativa, mas peca um pouco na execução

Acompanhe Astor em sua jornada para descobrir os segredos de sua origem em combates frenéticos inspirados em jogos consolidados do gênero.

em 16/06/2024

Astor: Blade of the Monolith é um jogo de aventura com elementos de RPG e hack'n slash desenvolvido pela C2 Game Studio e publicado pela Versus Evil. Aqui, controlamos um protagonista que, de acordo com uma profecia antiga, é o escolhido para salvar seu povo . Para que isso aconteça, ele é enviado em uma jornada cheia de mistérios e perigos para desvendar o segredo dos criadores de sua raça. Boa leitura!

Monólito

Blade of the Monolith apresenta a história de vida de Astor, um jovem membro da tribo dos Diodek. Os integrantes dessa tribo são pequenos robôs (quase marionetes) que não surgiram de forma natural: na verdade, sua origem se deu a partir de uma raça antiga conhecida como Os Anciãos.

A base para o enredo principal é uma profecia que diz que, um dia, um herói surgirá para desvendar o mistério dos Diodek e tudo que envolve sua cultura. Esse herói é Astor, o carismático protagonista, apresentado ao jogador logo no primeiro momento do jogo durante a visita a uma ruína antiga da terra de Gliese, nome do mundo onde a aventura se passa.


Essa exploração tem como objetivo encontrar pistas sobre os criadores e sua tecnologia, já que parte desse conhecimento se perdeu com o tempo. Porém, não será fácil recuperar toda essa bagagem histórica, já que os vilões do jogo, os Hiltsik, também estão atrás dessa tecnologia e farão jogo duro contra Astor.

A trama, ainda que um pouco simples demais, é bem-escrita, e os personagens são bem ativos. Não há nada de novo, mas cumpre o que foi proposto, especialmente quando atingimos um certo ponto da história.

O jogo possui trechos narrados (sotaque britânico) e a maioria dos diálogos são caixas de texto. Me surpreendi quando vi a opção de português brasileiro e fiquei ainda mais admirado com a qualidade do trabalho. Expressões e gírias no nosso idioma provocaram em mim boas risadas.

Combate puro

Em termos de jogabilidade, o combate é o foco em Blade of Monolith. Com fortes inspirações de franquias consolidadas, como God of War e Darksiders, há certos momentos de exploração, com itens escondidos e aprimoramento de habilidades, mas no final do dia, o que realmente importa são as lutas.

Uma de suas habilidades é o acesso ao Mundo Espiritual, que alterna a realidade em torno de Astor e muda a cor do cenário para um verde conhecido como teal, similar ao do Game Boy. Durante o efeito, há uma distorção do espaço e algumas portas são abertas, plataformas surgem e alavancas podem ser acionadas.


De fato, é uma mecânica interessante; porém, seu uso ocorre basicamente em quebra-cabeças e durante a navegação pelo mapa. Durante o combate, no entanto, o efeito é um pouco diferente e depende de como o jogador quer atuar. Isso porque, quando em batalha, aumenta o dano em troca de 50% da vida máxima. Use com sabedoria.

Ao longo de nossa jornada, diversas armas são desbloqueadas e cada uma possui um estilo de jogo. Minha favorita é o Martelo e seu dano bruto, embora as luvas tenham o melhor custo-benefício. Armas de longa distância também estão presentes e são ótimas para iniciar os combates antes de acontecerem de fato.

Em suma, a jogabilidade de Astor: Blade of the Monolith tem uma boa variedade e atende a todos os gostos, premiando aqueles que se especializam em uma arma específica. Contudo, fica uma sensação de que ela poderia ser melhor lapidada ou com uma abordagem mais direta e clara.

Alívio para a mente

Em Blade of the Monolith, o visual colorido e personagens carismáticos chamam a atenção por seu bom desenvolvimento; ou seja, não são apenas pontos no mapa. As cores vibrantes são ótimas para chamar a atenção do jogador.

Devido ao potencial gráfico do Nintendo Switch, notei que o jogo é melhor aproveitado no modo portátil. Na TV, algumas texturas são muito chapadas e grandes blocos de cenário podem ser notados. Comparei com a versão de PlayStation 5 e são duas experiências diferentes.

Contudo, é natural essa diferença por conta do abismo técnico entre os consoles. Como sempre joguei em diversas plataformas, para mim, não é um item que impede a jogabilidade, mas é nítido que a versão de Switch teve elementos cortados e/ou reduzidos para que o híbrido tivesse condições de rodar o jogo.

A trilha sonora encaixa na proposta do jogo, pontuando muito bem cada momento. Durante o combate, tons marcantes regem a troca de golpes. No mapa, sequências leves e calmas favorecem a exploração, pois criam um ambiente propício. De certa forma, lembra bastante as notas que ouvi em The Legend of Zelda: Breath of the Wild ao passar pelo vasto campo de Hyrule.

No caminho certo

Astor: Blade of the Monolith é uma boa porta de entrada para o gênero, entregando tudo que se espera em um título com essas características. Contudo, muito do que poderia ser inovador e forte não é explorado, e algumas decisões de design na versão de Nintendo Switch podem comprometer a incrível experiência.

Ademais, me diverti muito com o jogo e lembrei do Victor adolescente jogando Darksiders. Uma das vantagens da versão de Switch é o modo portátil, e, por mais óbvio que possa parecer, não são todos os jogos que aproveitam essa funcionalidade como Astor foi capaz.

Prós

  • Combate bem-executado e estimulante;
  • A boa variedade de armas evita a repetição;
  • Visual deslumbrante e cores vívidas;
  • Localização para português brasileiro muito bem executada.

Contras

  • Mecânica de alteração da realidade pouco explorada;
  • Versão do Nintendo Switch consideravelmente inferior;
  • História rasa de certa forma, ainda que seja bem-construída.

Astor: Blade of Monolith — PC/PS4/PS5/XBO/XSX/Switch — Nota: 8.5
Versão utilizada para análise: Switch

Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela Versus Evil


Fã de carteirinha da franquia Pokémon desde os oito anos de idade, teve seu primeiro contato com os monstrinhos de bolso no Game Boy Color e de lá para cá, são mais de 25 anos de alegria. Fanático por vídeo-games, gostaria de poder jogar mais tempo do que trabalha.
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