Astor: Blade of the Monolith é um jogo de aventura com elementos de RPG e hack'n slash desenvolvido pela C2 Game Studio e publicado pela Versus Evil. Aqui, controlamos um protagonista que, de acordo com uma profecia antiga, é o escolhido para salvar seu povo . Para que isso aconteça, ele é enviado em uma jornada cheia de mistérios e perigos para desvendar o segredo dos criadores de sua raça. Boa leitura!
Monólito
Blade of the Monolith apresenta a história de vida de Astor, um jovem membro da tribo dos Diodek. Os integrantes dessa tribo são pequenos robôs (quase marionetes) que não surgiram de forma natural: na verdade, sua origem se deu a partir de uma raça antiga conhecida como Os Anciãos.
A base para o enredo principal é uma profecia que diz que, um dia, um herói surgirá para desvendar o mistério dos Diodek e tudo que envolve sua cultura. Esse herói é Astor, o carismático protagonista, apresentado ao jogador logo no primeiro momento do jogo durante a visita a uma ruína antiga da terra de Gliese, nome do mundo onde a aventura se passa.
Essa exploração tem como objetivo encontrar pistas sobre os criadores e sua tecnologia, já que parte desse conhecimento se perdeu com o tempo. Porém, não será fácil recuperar toda essa bagagem histórica, já que os vilões do jogo, os Hiltsik, também estão atrás dessa tecnologia e farão jogo duro contra Astor.
A trama, ainda que um pouco simples demais, é bem-escrita, e os personagens são bem ativos. Não há nada de novo, mas cumpre o que foi proposto, especialmente quando atingimos um certo ponto da história.
O jogo possui trechos narrados (sotaque britânico) e a maioria dos diálogos são caixas de texto. Me surpreendi quando vi a opção de português brasileiro e fiquei ainda mais admirado com a qualidade do trabalho. Expressões e gírias no nosso idioma provocaram em mim boas risadas.
Combate puro
Em termos de jogabilidade, o combate é o foco em Blade of Monolith. Com fortes inspirações de franquias consolidadas, como God of War e Darksiders, há certos momentos de exploração, com itens escondidos e aprimoramento de habilidades, mas no final do dia, o que realmente importa são as lutas.
Uma de suas habilidades é o acesso ao Mundo Espiritual, que alterna a realidade em torno de Astor e muda a cor do cenário para um verde conhecido como teal, similar ao do Game Boy. Durante o efeito, há uma distorção do espaço e algumas portas são abertas, plataformas surgem e alavancas podem ser acionadas.
De fato, é uma mecânica interessante; porém, seu uso ocorre basicamente em quebra-cabeças e durante a navegação pelo mapa. Durante o combate, no entanto, o efeito é um pouco diferente e depende de como o jogador quer atuar. Isso porque, quando em batalha, aumenta o dano em troca de 50% da vida máxima. Use com sabedoria.
Ao longo de nossa jornada, diversas armas são desbloqueadas e cada uma possui um estilo de jogo. Minha favorita é o Martelo e seu dano bruto, embora as luvas tenham o melhor custo-benefício. Armas de longa distância também estão presentes e são ótimas para iniciar os combates antes de acontecerem de fato.
Em suma, a jogabilidade de Astor: Blade of the Monolith tem uma boa variedade e atende a todos os gostos, premiando aqueles que se especializam em uma arma específica. Contudo, fica uma sensação de que ela poderia ser melhor lapidada ou com uma abordagem mais direta e clara.
Alívio para a mente
Em Blade of the Monolith, o visual colorido e personagens carismáticos chamam a atenção por seu bom desenvolvimento; ou seja, não são apenas pontos no mapa. As cores vibrantes são ótimas para chamar a atenção do jogador.
Devido ao potencial gráfico do Nintendo Switch, notei que o jogo é melhor aproveitado no modo portátil. Na TV, algumas texturas são muito chapadas e grandes blocos de cenário podem ser notados. Comparei com a versão de PlayStation 5 e são duas experiências diferentes.
Contudo, é natural essa diferença por conta do abismo técnico entre os consoles. Como sempre joguei em diversas plataformas, para mim, não é um item que impede a jogabilidade, mas é nítido que a versão de Switch teve elementos cortados e/ou reduzidos para que o híbrido tivesse condições de rodar o jogo.
A trilha sonora encaixa na proposta do jogo, pontuando muito bem cada momento. Durante o combate, tons marcantes regem a troca de golpes. No mapa, sequências leves e calmas favorecem a exploração, pois criam um ambiente propício. De certa forma, lembra bastante as notas que ouvi em The Legend of Zelda: Breath of the Wild ao passar pelo vasto campo de Hyrule.
No caminho certo
Astor: Blade of the Monolith é uma boa porta de entrada para o gênero, entregando tudo que se espera em um título com essas características. Contudo, muito do que poderia ser inovador e forte não é explorado, e algumas decisões de design na versão de Nintendo Switch podem comprometer a incrível experiência.
Ademais, me diverti muito com o jogo e lembrei do Victor adolescente jogando Darksiders. Uma das vantagens da versão de Switch é o modo portátil, e, por mais óbvio que possa parecer, não são todos os jogos que aproveitam essa funcionalidade como Astor foi capaz.
Prós
- Combate bem-executado e estimulante;
- A boa variedade de armas evita a repetição;
- Visual deslumbrante e cores vívidas;
- Localização para português brasileiro muito bem executada.
Contras
- Mecânica de alteração da realidade pouco explorada;
- Versão do Nintendo Switch consideravelmente inferior;
- História rasa de certa forma, ainda que seja bem-construída.
Astor: Blade of Monolith — PC/PS4/PS5/XBO/XSX/Switch — Nota: 8.5
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela Versus Evil