Lançado no Japão como Lunar Genesis (ルナ-ジェネシス-, Runa Jenesisu), o JRPG da Art Media foi lançado para Nintendo DS em agosto de 2005 e publicado nos EUA pela Ubisoft em 27 de setembro do mesmo ano. Foi o primeiro jogo da brilhante franquia a ser lançado depois de 10 anos de hiato, antecedendo o famoso Lunar: Silver Star Harmony que sairia para PSP 4 anos depois, sendo o primeiro JRPG tradicional lançado para o portátil da Nintendo.
Apesar de ser o quarto jogo da franquia — Lunar Legend (2002) é um “remake” do Silver Star —, Lunar: Dragon song figura como primeiro capítulo da franquia, narrando fatos que acontecem mil anos antes de Lunar: Silver Star. O jogo conta a história Jian Campbell, um jovem entregador com a missão de salvar o mundo de poderosos magos que querem controlar a deusa Athena. O jogo recebeu críticas mistas, com pontos negativos focados na falta de voz nos diálogos e dificuldade no gameplay por conta das modificações feitas para usar os atributos do portátil da Nintendo.
Toda lenda começa com uma jornada
Jian Campbell, nosso protagonista, e seus amigos formam um grupo de aventureiros que acaba em uma encrenca para salvar o mundo do grupo Vile Tribe. Jian era apenas um jovem entregador que acaba se tornando um guerreiro habilidoso ao enfrentar lugares infestados de monstros para fazer o seu trabalho.
Lucia Collins, seu par "quase romântico", é uma típica garota de bom coração no melhor estereótipo de animes, com uma postura mandona e um papel fundamental como "healing" do grupo. Gabryel é uma beastmen que acredita que homens e monstros devem ser iguais. Flora é uma habilidosa curandeira e Rufus um adolescente beastmen que rivaliza com Jian, mas acaba se tornando um importante aliado.
Como dito, o jogo se passa em ordem cronológica, mil anos antes do seu irmão mais famoso, o Silver Star. O jogo traz a lore que explica como a deusa Athena criou e habitou o mundo, deixando quatro poderosos dragões para proteger o planeta. O game apresenta humanos e beastmen como raças que vivem em conflito, segregando-se em diferentes vilas.
Durante uma entrega junto a Lucia, que geralmente ajuda nosso herói a derrotar os monstros que encontra no caminho, eles acabam descobrindo sobre a lenda dos dragões e os planos do vilão Dragonmaster, que pretende dominar o mundo usando os dragões que o protegem.
Pegue sua espada, ou melhor, sua styles
Dragon Song é um JRPG 2D tradicional, com visão isométrica. Os jogadores movimentam o personagem em oito direções usando o D-Pad do NDS ou a canetinha Stylus. Como todo bom JRPG clássico, o jogador deve viajar por mundos mágicos e completar missões para avançar na história. Contudo, esse título simplifica a fórmula, em comparação com os títulos anteriores, ao disponibilizar um mapa condensado que permite fast travel com facilidade, além de usar a segunda tela do console para deixar o menu mais acessível.
Algumas outras modificações foram feitas, para tirar proveito das possibilidades que o Nintendo DS podia oferecer. Uma delas foi um sistema de "cards" onde o jogador colecionava cartas que podiam proporcionar habilidades especiais, além de serem usados no multiplayer online contra oponentes reais, numa espécie de tataravô do Gwent.
Além disso, o jogo se afastou um pouco da pegada mais tática dos jogos anteriores, apresentando um foco nas tradicionais mecânicas de JRPG de turno, onde o jogador faz sua ação e aguarda a ação do oponente. Mitsuru Takahashi, presidente da Art Media, chegou a comentar que o sistema de batalha foi feito exclusivamente para simplificar e deixar mais rápido os combates.
Uma recepção não tão calorosa assim
Lunar: Dragon Song teve vendas baixas no Japão, vendendo apenas 24.673 unidades. Além disso, o jogo também recebeu notas baixas nos principais veículos de avaliação da época, recebendo 27 de 40 da Famitsu, 59 de 100 da Metacritic e 6.1 de 10 da GameSpot. O jogo também parece ter passado despercebido pelos fãs de JRPGs da época, e é pouco referenciado nos dias de hoje.
Algumas mídias descreveram o jogo como injogável, por conta da tentativa de adaptar a jogabilidade àquelas recentes inovações do portátil da Nintendo. A IGN já pegou mais leve, descrevendo o jogo como um JRPG mediano, que pode ser "divertido desde que o jogador tenha paciência e muito tempo livre". A Eurogamer, por vez, descreveu o jogo como um dos piores JRPG já lançados em 20 anos, apontando-o como uma oportunidade perdida de ser um dos melhores jogos do Nintendo DS.
Quatro anos depois, o PSP receberia o excelente Silver Star Harmony, com novas mecânicas, gráficos remodelados e várias melhorias. Dragons Song pode não ter agradado na época, mas ainda assim é uma adição interessante à enorme biblioteca do DS e tem seu valor histórico. Nosso patinho feio do Nintendo DS pode, sim, oferecer diversão para os amantes da nostalgia e do tempo em que os JRPG eram vistos de cima.
Revisão: Cristiane Amarante