Análise: Rise Eterna (Switch): RPG tático que apresenta suas limitações, mas não faz feio

Um RPG tático que traz a essência do primeiro Fire Emblem.


Com a chegada do Nintendo Switch, os RPGs táticos encontraram um novo lugar para prosperar. O console se tornou o destino de uma grande variedade de jogos, os clássicos remasterizados aos  novos lançamentos. Entre eles, está Rise Eterna, da Makee, lançado em maio de 2021, marcando a estreia do estúdio no gênero.


Mais um conto medieval

Em um cenário de caos e desolação devido à  invasão do Império Athraciano, está o próspero e sereno reino de Ars Rareque, no qual conhecemos dois protagonistas.: Natheal , um ex-soldado do império que agora sobrevive como mercenário, enquanto Lua, uma guerreira que testemunhou a devastação de sua vila por um grupo de bandidos.

Após Lua enfrentar e derrotar os responsáveis pelo ataque à sua vila, ela recorda uma promessa feita a um amigo antigo em momentos de perigo. Determinada a cumpri-la, a moça parte em uma jornada perigosa, tendo a companhia de Natheal, que a encontrou debilitada devido à sua luta e decide protegê-la. Ao longo dessa jornada, eles fazem novas amizades e exploram um mundo caótico, repleto de perigos, intrigas e reviravoltas.

Em um RPG, a história é crucial para proporcionar uma experiência envolvente, porém, em Rise Eterna, essa parte deixa a desejar em termos de originalidade. A trama segue um padrão bastante comum de aventura em um cenário de fantasia medieval, e os diálogos frequentemente são rasos e breves. Essa falta de profundidade pode dificultar a imersão do jogador no universo do jogo.




Montando a sua equipe para batalha 

O primeiro ponto positivo que se nota é a variedade na formação da equipe, permitindo selecionar até seis personagens de um total de 14 jogáveis (incluindo três secretos). Cada herói representa uma classe — Guerreiro, Arqueiro, Curandeira, Clérigo, Assassino e Cavaleiro —, e possui habilidades distintas, como ataques corpo a corpo, à distância, cura e defesa (conhecido também como tanque).

Além dessas características há a famosa e velha conhecida árvore de habilidades, presente em muitos RPGs. À medida que avança com o personagem, o jogador ganha pontos para distribuir entre as habilidades desejadas, divididas em dois ramos: Ofensivos/Defensivos e de Magia/HP.

No entanto, é importante notar que a árvore de habilidades deste jogo não é tão robusta quanto poderia ser. Além disso, alguns personagens compartilham técnicas com os mesmos efeitos entre si, deixando a escolha limitada.
 
Os cenários de batalha abrangem uma grande variedade, incluindo florestas, cidades antigas, vilarejos e grandes fortalezas. É importante explorar cada ambiente com atenção, pois o jogador encontrará diversos materiais essenciais, como galhos, madeira, frutas e metais, que serão úteis para criar itens.

Quanto aos itens, o jogo foca na criação de poções, elixires, antídotos, armaduras e armas, deixando de lado as lojas de compras tradicionais, o que aumenta o desafio ao jogador. Além disso, existem joias e gemas espalhadas pelos cenários, que podem ser coletadas para aprimorar ainda mais os atributos de cada herói que as utiliza.

Mantendo o estilo clássico com um ato louvável

O segundo ponto positivo do jogo é sua qualidade gráfica, que adota um estilo de arte em 16- bits. Rise Eterna destaca-se especialmente nas cenas de batalhas e efeitos especiais, que são simples, mas apresentam uma beleza gráfica pixelada perceptível, trazendo profundidade e dinamismo às cenas e tornando as experiências de combate mais envolventes.

Em relação à jogabilidade, este título segue o padrão clássico do RPG tático baseado em turnos, no qual cada herói possui um número específico de casas que pode percorrer no campo de batalha para realizar suas ações de ataque, defesa, troca de itens e de posição. 
Assim como eu, se você é um jogador das antigas, certamente notará a influência clara de Fire Emblem (Game Boy Advance), tanto na mecânica quanto nos gráficos, o que evocará uma nostalgia positiva.

A inclusão de uma legenda em português torna-se não apenas um terceiro ponto positivo, mas sim um elemento crucial para a experiência do jogador no entendimento da história do jogo. Além disso, reflete o compromisso da Makee Games com a acessibilidade a jogadores da língua portuguesa. Essa atitude louvável mostra que é possível e viável colocar legendas em nosso idioma nos jogos do Switch.




 
Descobrindo as Fraquezas:

Apesar dos aspectos positivos, é importante reconhecer que Rise Eterna também apresenta alguns pontos de fraqueza que podem ser percebidos por jogadores experientes logo nas primeiras horas de jogo. Um desses pontos diz respeito à inteligência artificial dos inimigos, que tende a ser bastante básica e previsível, resultando em pouca variedade e desafio nas batalhas.
 
A falta de diversidade física entre os inimigos também é uma questão, tornando os encontros repetitivos e menos cativantes ao longo do tempo. Temos ainda a ressurreição automática dos heróis após a morte, que diminui ainda mais a tensão e a gravidade das batalhas. Isso por sua vez, reduz a necessidade de explorar estratégias alternativas ou de utilizar uma variedade mais ampla de personagens, afetando negativamente a profundidade da jogabilidade jogo.

Um RPG tático que não faz feio

Em resumo, embora possa não ser um jogo perfeito, Rise Eterna não faz feio e pode ser uma introdução interessante ao gênero para novos jogadores e proporcionar uma experiência satisfatória para os veteranos, contanto que estejam dispostos a superar suas deficiências.

Apesar de suas falhas, como problemas no enredo e na inteligência artificial dos inimigos, bem como a escassez de variedade de habilidades, ainda há aspectos positivos que merecem destaque. A diversidade na escolha de personagens, o apelo nostálgico e a disponibilidade da tradução para o português são pontos que podem atrair os jogadores.
 



Prós:
  • Oferece uma variedade de escolha dos personagens e formação de equipes;
  • Os campos de batalha são diversificados e oferecem uma ampla opções de materiais essenciais para a criação de itens;
  • O jogo adota um estilo de arte clássico em 16- bits,que trás uma boa sensação de nostálgica;
  • Legendado em português brasileiro.

Contras
  • A história segue um padrão comum de aventura em um cenário de fantasia medieval, com diálogos frequentemente rasos e breves;
  • Embora haja uma árvore de habilidades dos personagens, ela não é tão robusta quanto poderia ser;
  • A inteligência artificial dos inimigos tende a ser previsível e básica, resultando em pouca variedade e desafio nas batalhas.                                                       
Rise Eterna — PC/PS4/Xbo One/Switch — Nota 6.0
Versão utilizada para análise: Switch

Revisão: Juliana Paiva Zapparoli
Análise produzida com cópia digital adquirida pelo próprio redator

Sou um grande fã de videogames! Comecei minha jornada com o Super Nintendo e, desde então, tenho explorado e me divertido com uma variedade de plataformas e jogos, como Nintendo, Mega Drive, PlayStation e Xbox. @lucas_gbp (Instagram e X)
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