Dando sequência à nossa série que explora a trajetória de Dragon Ball em plataformas da Nintendo, após revisitar os títulos lançados para o Nintendinho na primeira parte e mergulhar nas produções do Super Nintendo na segunda, agora veremos os jogos baseados na obra de Akira Toriyama que marcaram presença em três consoles portáteis: Game Boy, Game Boy Color e Game Boy Advance.
Dragon Ball Z: Goku Hishōden
Em 1994, Dragon Ball Z: Goku Hishōden foi lançado para Game Boy exclusivamente no Japão. Nele, acompanhamos a jornada de Goku desde a sua participação no 23º Torneio de Artes Marciais até seu confronto com Vegeta.
Goku Hishōden é essencialmente um RPG por turnos com nuances de jogos táticos. Aqui, temos um pequeno tabuleiro quadrado no qual podemos posicionar nosso personagem. Essa mecânica é crucial devido à variedade de ataques disponíveis, com cada um deles possuindo um alcance distinto.
Embora possua retratos encantadores nos momentos de diálogo e nas animações de combate, o jogo é bastante estático visualmente, o que pode acabar causando um certo estranhamento inicial. Além disso, apesar de não ser necessariamente difícil, a restrição de idioma complica bastante se o jogador depender apenas da intuição, já que Goku precisa estar em quadradinhos exatos para que seus ataques sejam efetivos.
Dragon Ball Z: Goku Gekitōden
Dragon Ball Z: Goku Gekitōden é uma continuação direta de Hishōden e foi lançado em 1995, também para o Game Boy e apenas no Japão. O jogo apresenta todo o arco antagonizado por Freeza.
Apesar de manter a estrutura de RPG por turnos, Gekitōden se diferencia de seu antecessor ao introduzir um sistema de combate em tempo real, permitindo que o jogador movimente livremente seu personagem pelo quadrado que representa a arena de batalha e execute golpes pressionando o botão de ação. Vale destacar que conseguimos selecionar previamente as habilidades que serão utilizadas em cada turno.
O interessante é que as habilidades são representadas por imagens, o que torna o jogo muito mais intuitivo. Fora dos combates, nos aventuramos pelos ambientes em uma perspectiva side-scrolling, com os embates se iniciando apenas quando nos aproximamos dos inimigos que vagam pelas áreas.
Dragon Ball Z: Legendary Super Warriors
Dragon Ball Z: Legendary Super Warriors foi lançado para Game Boy Color em 2002, tendo sido publicado no Ocidente pela Infogrames. O título inicia com o treinamento de Gohan com Piccolo durante a saga Saiyajin e se estende até o confronto final com Majin Boo.
Legendary Super Warriors traz um sistema de combate completamente baseado em cartas, mas com uma abordagem mais próxima dos deckbuilding mais tradicionais do que dos games mais antigos de Dragon Ball que envolviam esse tipo de abordagem.
Após derrotarmos um adversário, temos a possibilidade de escolher uma carta dentre três disponíveis. Nesse sentido, o jogo apresenta pouco mais de uma centena de cartões para coletarmos e permite que criemos um baralho com até 20 opções. Os confrontos são representados com animações laterais e divididos em fases de ataque e defesa, proporcionando consideráveis alternativas estratégicas.
Dragon Ball Z: Collectible Card Game
Em 2002, o Game Boy Advance recebeu o TCG Dragon Ball Z: Collectible Card Game. Baseado nos arcos que vão desde a saga saiyajin até o fim da saga Cell, este game adota as regras do jogo de cartas oficial lançado em 2000. Collectible Card Game não é uma aventura muito amigável para novatos, pois lança o jogador diretamente na ação sem oferecer muitas explicações sobre como tudo funciona.
Dragon Ball Z: Taiketsu
Dragon Ball Z: Taiketsu é um jogo de luta que foi desenvolvido pela Webfoot Technologies e lançado para o GBA em 2003. O título possui 15 personagens disponíveis, provenientes de diversas sagas diferentes. Uma característica interessante é o fato de que alguns indivíduos possuem transformações durante os golpes especiais.
Taiketsu não possui um modo história propriamente dito, mas a modalidade torneio oferece um final para o personagem selecionado. Além disso, o game conta com multiplayer, que pode ser aproveitado com o uso do Cabo Game Link.
Dragon Ball Z: Supersonic Warriors
Dragon Ball Z: Supersonic Warriors, desenvolvido pela Arc System Works e publicado em 2004 pela Bandai no Japão e Europa, e pela Atari nos Estados Unidos, é mais uma obra de luta da franquia de Akira. Desta vez, temos a presença de um modo história que abrange desde o início da saga saiyajin até o final da saga Boo.
Um aspecto curioso da campanha diz respeito aos cenários alternativos apresentados para alguns personagens, proporcionando uma narrativa diferente em relação ao material original. O jogo conta com um elenco de 13 personagens jogáveis, sendo que alguns deles possuem até três formas diferentes, como Goku com Kaioken, Super Saiyajin e Super Sayajin 2.
Dragon Ball: Advanced Adventure
Lançado em 2004 no Japão pela Banpresto e em 2005 no Ocidente pela Atari, Dragon Ball: Advanced Adventure é sem dúvida um dos títulos mais icônicos protagonizados por Goku no Game Boy Advance e nos videogames em geral.
O jogo é um beat 'em up que narra a jornada do jovem protagonista desde seu encontro inicial com Bulma até seu embate com Piccolo Daimaoh. Advanced Adventure é extremamente charmoso e possui uma jogabilidade fluida e muito divertida. Nesse sentido, muitos movimentos clássicos do material original estão presentes, como o Kamehameha e o uso do bastão.
Dragon Ball Z: The Legacy of Goku
Retornando a 2002, Dragon Ball Z: The Legacy of Goku estreou no GBA como o primeiro título de uma trilogia que mescla ação e aventura com elementos de RPG em um formato 2D. Neste capítulo inicial, a trama abrange desde a chegada de Raditz à Terra até o confronto final com Freeza.
Infelizmente, o jogo possui um ritmo muito ruim, com várias tarefas chatas e entediantes surgindo durante toda a campanha. Além disso, a movimentação é engessada e o alcance dos golpes físicos é curto demais, o que faz com que seja inviável atacar os inimigos de perto em diversos momentos.
Dragon Ball Z: The Legacy of Goku II
A sequência de The Legacy of Goku chegou ao Game Boy Advance já no ano seguinte, em 2003. O segundo título da série se destaca como uma melhoria significativa em relação ao primeiro, oferecendo um combate mais preciso e envolvente, visuais aprimorados e a ausência de atividades ridículas que prejudicavam o ritmo da campanha. A trama abrange todo o arco antagonizado pelos androides e por Cell.
Dragon Ball Z: Buu's Fury
Dragon Ball Z: Buu's Fury chegou ao GBA em 2004, encerrando a série The Legacy of Goku. Como o nome sugere, a trama se desenrola durante a saga antagonizada por Majin Boo. Apesar de oferecer uma conclusão muito competente, o título possui um problema de balanceamento, pois a progressão do desafio não acompanha adequadamente o ritmo do fortalecimento dos personagens, tornando-o um tanto fácil.
A despeito das falhas encontradas na primeira obra, é inegável que a trilogia The Legacy of Goku, especialmente o segundo jogo, oferece uma adaptação sólida e envolvente dos arcos do anime Z. Mesmo que Dragon Ball Z: Kakarot seja quase que indiscutivelmente a melhor opção para reviver esses momentos marcantes da história de Akira Toriyama, ainda há muito valor em explorar essas obras do GBA.
Dragon Ball GT: Transformation
O último jogo de Dragon Ball lançado para o Game Boy Advance foi Dragon Ball GT: Transformation, novamente desenvolvido pela Webfoot Technologies e publicado pela Atari em 2005. Este título é um beat 'em up similar a Dragon Ball: Advanced Adventure. Sendo baseado no anime Dragon Ball GT, a história abrange até o confronto contra Baby. Embora não tenha o mesmo carisma de Advanced Adventure, Transformation ainda oferece uma experiência muito competente e divertida.
O próximo capítulo da trajetória de Dragon Ball será…
Dragon Ball recebeu dois jogos para o Game Boy, um para o Game Boy Color e oito para o Game Boy Advance, oferecendo alternativas para todos os gostos. No próximo capítulo desta série, retornaremos aos consoles de mesa para explorar os títulos baseados na principal obra de Akira Toriyama lançados para GameCube e Nintendo Wii. Nos vemos lá!
Revisão: Cristiane Amarante