Enquanto nos aproximamos do lançamento oficial, vamos tentar desvendar juntos quem são essas misteriosas figuras mascaradas que estão transformando todo espetáculo em uma tragédia sem precedentes. Lembrando que o jogo ainda não está entre nós, então grande parte desse texto é apenas especulação, beleza?
O palco da inveja
Um dia, no Reino dos Cogumelos, um Toad recebe um panfleto publicitário anunciando um espetáculo no Teatro Esplendor. Interessada nas possíveis belas apresentações, a Princesa Peach, acompanhada por seus fiéis súditos, decide participar do evento. No entanto, o que prometia ser uma apresentação repleta de magia e encanto rapidamente se transforma em um enigma a ser decifrado.
Enquanto o Teatro se envolve em sombras, uma figura misteriosa emerge da escuridão e anuncia a tomada do espetáculo. A partir daí, Peach tem o primeiro contato com a vilã de sua história: a malévola bruxa Rubi. Enquanto tenta adentrar o castelo agora coberto de espinhos, a heroína também se depara com os capangas que tornam o plano da ardilosa antagonista possível, a Trupe Uvaparsas.
Partindo para a análise linguística, em nossa língua, o nome oficial de nossa nova vilã vem de uma espécie de uva (uva rubi); assim, ainda podemos resgatar a temática de nomes de frutas para manter um contraste com o nome de nossa querida Princesa Peach (pêssego).
Em inglês, os nomes escolhidos para os vilões, Grape e Sour Bunch, sugerem uma possível conotação com a expressão “sour grapes” (“uvas azedas”, em tradução livre), que tem origem em uma fábula atribuída a Esopo, em que a raposa não consegue alcançar uvas maduras e, ao desistir, justifica sua falha em alcançar seus objetivos alegando que as uvas estavam azedas. Dessa forma, a expressão passou a ser utilizada para descrever a atitude de alguém que menospreza algo que não pode alcançar, como uma forma de autoconsolação.
Assim, no contexto de Princess Peach: Showtime!, a escolha desses nomes pode sugerir que Rubi e sua Trupe Uvaparsas podem estar motivadas por sentimentos de inveja ou frustração em relação ao brilho do Teatro Esplendor. Talvez tentaram entrar para a trupe principal no passado e falharam?
Paralelos malévolos no Reino dos Cogumelos
Do mesmo modo como Wario é muitas vezes retratado como a versão egoísta de Mario, é possível também teorizar que Rubi personifica a malícia e a inveja que podem existir dentro de Peach.
Podemos pensar dessa maneira, pois a antagonista parece ser impulsionada por um desejo de roubar não apenas a luz dos holofotes, mas também a adoração e o reconhecimento destinados à Princesa Peach. Aqui, vamos voltar à possível conotação com a expressão "sour grapes", que sugere que a maligna líder mascarada e sua Trupe Uvaparsas agem de maneira negativa devido a algo que não conseguiram alcançar ou possuir. Ora, Rubi, como uma vilã teatral, pode buscar roubar não apenas a luz literal dos holofotes, mas também a admiração do público.
Outra forma de olhar para essa possível dicotomia entre as personagens são seus companheiros baixinhos. Os Toads, conhecidos por sua lealdade inabalável à Princesa Peach, são uma representação da harmonia e apoio dentro do Reino dos Cogumelos, pois ajudam e acompanham Peach em suas jornadas, contribuindo para o senso de comunidade e união.
Por outro lado, os Uvaparsas, a trupe comandada por Rubi, parecem personificar a inversão desse senso de comunidade, já que não pensam duas vezes antes de atrapalhar o espetáculo organizado pelos Ribaltinos. Assim, seus membros podem ser interpretados como seguidores que se unem à vilã em busca de um objetivo comum, mas essa união é marcada por uma atmosfera mais sinistra e manipuladora, diferentemente do companheirismo e amizade dos Toads e Peach.
Além do casco
Tradicionalmente, Bowser tem sido o antagonista principal na maioria dos títulos da série Mario, desencadeando uma variedade de planos malévolos para capturar a Princesa Peach. Mesmo no mais recente título centrado em Peach, Super Princess Peach para o DS, Bowser manteve seu papel de vilão ao usar um cetro poderoso para controlar as emoções de Mario e companhia.
Assim, a introdução de novos vilões como Rubi é uma evolução bem-vinda no universo de Super Mario, principalmente em spin-offs como Princess Peach: Showtime!. Essa mudança de ares não apenas mantém a narrativa interessante para os fãs de longa data, mas também atrai novos jogadores com histórias inéditas e emocionantes.
Obviamente, também é muito interessante ver um título cuja história não seja centrada na captura de algum personagem já conhecido do público. Agora, por exemplo, teremos a chance de explorar uma área totalmente nova e descobrir, junto com Peach, as motivações de uma vilã que, aparentemente, não tem contas a acertar com o encanador mais famoso do mundo dos games.
E você? O que acha que Rubi espera armando todo esse circo em cima do Teatro?
Revisão: Davi Sousa