Como grande parte das pessoas que tiveram um Super Nintendo, eu finalizei o Mega Man X, mas nunca tinha jogado uma sequência do jogo, ainda que tenham saído várias. Aliás, o meu desejo de conhecer as continuações dos jogos que fizeram parte da minha infância é bem recente. Há pouco tempo, fiz 102% do Donkey Kong Country 2 e queria conhecer o Mega Man X2, já que saiu para meu console preferido.
Fórmula já conhecida
Não demorou muito para que eu entendesse que iria abusar dos save states. O jogo até providencia algumas maneiras para que nós consigamos manter nosso progresso utilizando as passwords, no entanto, nossas vidas são muito escassas, então o game over é algo comum quando estamos nos adaptando. Infelizmente, toda vez que perdemos vidas, temos que recomeçar o estágio do início.
Até entendo que isso seja comum a praticamente todos dessa geração, mas acaba aumentando tanto o tempo de gameplay que eu nem pensei duas vezes. Foi save state toda vez que chegava na tela anterior ao chefão.
Dificuldade na medida certa
Explorando as possíveis respostas para cada uma dessas perguntas, a primeira é evidentemente uma bobagem. MX tem um nível de dificuldade que é bem equilibrado, e MX2 possui um nível de dificuldade bem semelhante. Porém, a familiaridade com o jogo, nesse caso, pesou bastante.
A segunda pergunta foi para machucar a autoestima. Porque eu, que já tinha gastado tantas horas com Mega Man X, estava apanhando tanto para uma sequência direta do jogo? Bem, de fato, eu passei muito tempo com MX, mas eu não sabia nada do seu sucessor. Logo, a resposta mantém relação com a dada anteriormente; é sobre familiaridade, e não sobre nível de habilidade.
A dúvida mais difícil de responder seria a terceira, visto que existiriam uma série possíveis razões para explicar a razão para eu estar passando muita dificuldade com o jogo. Mas refletindo bastante, comecei a pensar que MX2, assim como o MX, não foi um jogo muito bem elaborado para o seu primeiro contato.
A dúvida mais difícil de responder seria a terceira, visto que existiriam uma série possíveis razões para explicar a razão para eu estar passando muita dificuldade com o jogo. Mas refletindo bastante, comecei a pensar que MX2, assim como o MX, não foi um jogo muito bem elaborado para o seu primeiro contato.
Nem tudo é maravilhoso da primeira vez
Quando conheci o Mega Man X2, a impressão foi de que eu joguei no modo difícil. Eu não tinha encontrado muitos segredos, o meu HP quase não tinha aumentado; para completar, só consegui alcançar um tank reserva. Como se não bastasse, finalizei sem encontrar sequer uma atualização da minha armadura.
Sabendo se tratar da franquia Mega Man, grande parte do fator de rejogabilidade reside no fato de que podemos escolher várias ordens para derrotar os chefes. Essa ordem vai afetar diretamente a dificuldade do jogo, ora ficando mais fácil, ora mais difícil. Até mesmo para conseguir encontrar upgrades e itens, precisamos pensar sobre a ordem de progressão que iremos adotar. No entanto, é impossível adivinhar no primeiro contato sem acesso a um guia.
Eu imagino que a experiência que os desenvolvedores pensaram para nós jogadores seria que estudássemos o jogo a fundo, compartilhando conhecimentos sobre qual seria a melhor forma para zerar, qual ordem, como pegar todos os upgrades etc.
Sabemos que, atualmente, qualquer pessoa poderia sair pela tangente e não fazer estudo algum, simplesmente cortar caminho com a utilização de um guia. E, sendo bem sincero, não considero essa uma prática errada, pelo menos não nesse caso.
Apesar de normalmente achar que os guias matam parte da experiência. Retomo o argumento que utilizei em um texto que escrevi alguns dias atrás: poucas pessoas têm tempo, ou mesmo disposição, para jogar tanto um mesmo jogo com a finalidade de masterizá-lo.
Quando o guia se faz necessário
Apesar de normalmente achar que os guias matam parte da experiência. Retomo o argumento que utilizei em um texto que escrevi alguns dias atrás: poucas pessoas têm tempo, ou mesmo disposição, para jogar tanto um mesmo jogo com a finalidade de masterizá-lo.
Quando zerei o MX2 pela primeira vez, só consegui pensar: preciso jogá-lo novamente, mas dessa vez pegando todos upgrades e sabendo de todos os pontos fracos de cada chefão. No entanto, para conseguir fazer isso, um guia seria imprescindível.
Realmente sinto que minha experiência com o jogo foi até de certo modo prejudicada, em função de não saber onde os upgrades e os tanks de vida extra ficavam. Nem preciso dizer o quanto isso dificultou minha tarefa de finalizar o jogo. Algo que só consegui em um curto espaço de tempo, reitero, por conta dos inúmeros saves que utilizei.
Mas Mega Man X2 não é o único título em que a experiência depende diretamente do nosso conhecimento e da nossa familiaridade. Há algum tempo, conversei com alguns amigos sobre jogos que não são tão bons quando jogados pela primeira vez. Eu lembrei de Sekiro Shadows Die Twice, que na minha primeira jogatina eu apanhei terrivelmente, mas hoje é um prazer enorme reviver os momentos épicos com o jogo.
Realmente sinto que minha experiência com o jogo foi até de certo modo prejudicada, em função de não saber onde os upgrades e os tanks de vida extra ficavam. Nem preciso dizer o quanto isso dificultou minha tarefa de finalizar o jogo. Algo que só consegui em um curto espaço de tempo, reitero, por conta dos inúmeros saves que utilizei.
Aprendizado é tudo
Se elevarmos essa reflexão sobre a familiaridade ao limite, acredito que todo jogo que seja muito punitivo pode transformar a experiência em algo frustrante em alguns momentos. Portanto, ao lado de Sekiro, poderíamos colocar vários outros Souls Likes. Ou mesmo o recente Sifu, que podemos desbloquear outros finais a depender de como nós jogamos o jogo. E a lista não acaba por aqui.
Vocês já tiveram essa sensação de que precisariam jogar um jogo novamente para realmente aproveitá-lo? Diz para gente qual jogo fez vocês se sentirem assim.
Vocês já tiveram essa sensação de que precisariam jogar um jogo novamente para realmente aproveitá-lo? Diz para gente qual jogo fez vocês se sentirem assim.
Fonte: Revista Ação Games nº 77
Revisão: Thais Santos