Disponibilizada para Switch durante o Nintendo Direct: Partner Showcase de 21 de fevereiro, a demo de Unicorn Overlord traz bastante conteúdo para quem tem interesse no novo RPG da Vanillaware. Confira a seguir o que esperar do jogo, que chegará ao console híbrido da Nintendo na próxima sexta-feira, dia 8 de março.
Mais focado na ambientação e no combate que na história
Em Unicorn Overlord, acompanhamos a história do jovem Alain, filho da rainha Ilenia e futuro rei de Cornia. No entanto, certa noite, o ex-general Valmore aplica um golpe de estado, forçando a soberana a pedir a Josef para manter a vida do principezinho a salvo.
Durante esses anos de isolamento, Alain treina intensamente sob tutoria de Josef, a fim de libertar Cornia das garras de Galerius, nome que Valmore adotou para si ao conquistar o continente. Agora crescido, o jovem protagonista reúne seus amigos de infância, Lex e Scarlett, para compor, ao lado de Josef e Chloe, a Liberação, uma milícia focada em derrubar o vilão usurpador e reconquistar Cornia.
Talvez isso seja tudo o que eu tenha para falar da história em si neste primeiro momento, já que evito spoilers ao máximo. Pelo que pude perceber, no caso de Unicorn Overlord, diferentemente de 13 Sentinels: Aegis Rim, este novo título da Vanillaware foca mais nos embates e na exploração do que na narrativa em si. Isso não quer dizer que ela não exista ou seja superficial, pelo contrário: jogando os estágios disponíveis na demo, pude perceber que a trama se desenrola nas diversas missões principais e secundárias que pipocam em Cornia, em vez de seguir um desenrolar mais linear, como é visto em outros jogos do gênero.
Essa questão da não-linearidade fica bem evidente na quantidade de missões secundárias que são habilitadas conforme exploramos Cornia em busca do local do próximo objetivo principal. Ao completar essas quests, temos acesso a recursos importantes, sendo que algumas também nos recompensam com novos personagens para compor o time da Liberação. Logo de início, já somos capazes de montar três ou quatro unidades diferentes com três integrantes cada, dada a abundância de bonecos e classes à nossa disposição.
Quero destacar que, sempre que uma missão principal ou secundária é importante para a trama em si, o jogo nos apresenta ao contexto desta ou aquela quest; ou seja, não é aquela história de nos jogar aleatoriamente no mapa e “a gente que lute” para entender o que aconteceu e por que ganhamos novos aliados.
Exploração sem limites — ou quase
No quesito da exploração, temos uma espécie de mundo semi-aberto nos continentes que compõem o mundo de Unicorn Overlord, embora a demo só nos deixe explorar a região de Cornia. Digo semi-aberto, pois alguns trechos estão barrados por forças inimigas ou por objetivos que não temos como alcançar nesta versão prévia. Em certos casos, o próprio jogo nos avisa se estamos prestes a adentrar um local com inimigos de nível demasiadamente elevado em relação ao nosso, mesmo que tenhamos a opção de ignorar o alerta e partir pro combate.
Ainda, o jogo nos dá a possibilidade de recolher vários materiais e itens espalhados pelo cenário. Esses materiais são de suma importância para completar missões secundárias e também ajudar na reconstrução das cidades que liberamos das garras de Zenoira, garantindo-nos ainda mais recursos para fortalecer nosso batalhão.
O melhor de tudo é que o jogo conta com um sistema de dia e noite, então, sempre que um novo dia começa, os materiais estão novamente disponíveis para serem coletados. No entanto, por mais que a exploração seja teoricamente livre, em alguns momentos podemos nos deparar com tropas inimigas perambulando por aí; caso elas nos encontrem, dá-se início a um combate aleatório, tal qual em outros RPGs.
É no combate estratégico que o jogo brilha
Para não deixar este texto de impressões demasiadamente longo — e acredite em mim, tem muita coisa (mesmo!) para abordar sobre o sistema de combate de Unicorn Overlord —, vou tentar sumarizar o básico. Para começar pelo básico, não controlamos os personagens individualmente, mas sim unidades que podem ser compostas por até seis bonecos, divididos em um retângulo de três linhas por duas colunas.
Dependendo da composição de cada unidade, teremos um tipo de desempenho nos combates, mas, felizmente, podemos ajustar o posicionamento de cada um dos bonecos antes de “partir pra cima” de vez. Graças a essa preparação prévia, podemos evitar cenários desastrosos e extrair o melhor desempenho dos nossos personagens.
Outra informação importante a respeito da composição dos times é saber quem será o líder. Por exemplo, Travis, um dos primeiros personagens que recrutamos para a Liberação, tem uma habilidade de líder que diminui consideravelmente o tempo de espera para recuperar a energia (stamina) em combate.
Mas o que isso tem a ver com as batalhas, você se pergunta? Explico: sempre que enfrentamos uma unidade inimiga, nossa energia é diminuída em 1. Quando ela se esgota, o time em questão não pode mais se mover pelo campo de batalha e, para que ele continue avançando, precisamos usar o comando de espera para que a energia seja recuperada ao valor máximo.
Sobre a movimentação das tropas, é aqui que está o ponto alto de Unicorn Overlord: as batalhas contam com um sistema de estratégia em tempo real, parecido com o que temos no supracitado 13 Sentinels. Ou seja, ao mesmo passo que as nossas unidades se movimentam, as inimigas também, então é muito provável que os personagens acabem engajando em combates não previstos no meio do caminho.
Há ainda as Valor Skills, técnicas especiais que podem ser utilizadas com o recurso Valor, obtido ao derrotar inimigos, conquistar postos estratégicos ou simplesmente encontrar itens espalhados pelo estágio. Cada classe tem seu tipo de Valor Skill e, curiosamente, Alain tem acesso a duas: uma que aumenta a experiência recebida pelos personagens de sua unidade e outra que aumenta o dano causado aos oponentes. Outros personagens, como o arqueiro Rolf, pode atingir várias tropas inimigas com sua poderosa Arrow Rain.
Para finalizar esta seção, também podemos especificar táticas para cada um dos nossos bonecos, determinando quando e como cada uma de suas habilidades serão utilizadas. Além disso, conforme eles sobem de nível e aprendem novas técnicas, temos a opção de escolher uma ordem de prioridade para elas.
Em suma, podemos dizer que a desenvolvedora dedicou todos os seus esforços para trazer um sistema de combate instigante e complexo. Felizmente, a demo nos traz todo o abecedário sobre os embates em forma de tutorial, que pode ser facilmente acessado pelo menu principal — inclusive no campo de batalha!
Aquele quê de qualidade audiovisual
Não dá para falar de Vanillaware sem falar da parte artística pela qual a empresa ficou conhecida. Unicorn Overlord possui um visual deslumbrante, com sprites e cenários meticulosamente desenvolvidos e detalhados que são lindos de ver tanto no modo portátil quanto na TV, seja na exploração do mapa-múndi, nas cutscenes ou nas batalhas.
Igualmente fascinante é a trilha sonora e a dublagem — esta última incrível tanto em japonês quanto em inglês. Algumas músicas, inclusive, já grudaram na minha cabeça e é difícil eu não me pegar cantarolando algumas delas, especialmente as de batalha.
Para completar, a interface é de fácil navegação e o jogo conta com um vasto glossário, chamado de Archive, no qual estão dispostas informações sobre localidades, missões, personagens e muito mais. É tanto conteúdo que dá para passar horas apenas lendo as entradas e aprendendo mais sobre a lore do jogo.
Um RPG que faz jus à estratégia
Se você gosta de fazer as vezes de estrategista, Unicorn Overlord, além de esbanjar o carisma tradicional da Vanillaware, entrega um ótimo e completo conteúdo em termos de estratégia em tempo real. A história pode não ser a mais criativa, com muitos clichês já explorados a torto e a direito em várias mídias, mas, graças à fragmentação da trama em diversas missões, temos a sensação de estar vivendo uma aventura ditada por nossos movimentos.
Agora, some a tudo isso uma exploração de mundo semi-aberto e pronto: logo mais você estará com dez horas de jogo apenas na demo, assim como eu.
Revisão: Cristiane Amarante
Capa: Juliana Paiva Zapparoli
Texto de impressões produzido com demo disponível na eShop