Análise: Penny’s Big Breakaway (Switch) combina plataforma com manobras de ioiô, mas falha na execução

Escape de um exército de pinguins em uma aventura colorida, rápida e com problemas em sua apresentação.

em 12/03/2024

Penny’s Big Breakaway foi desenvolvido pelo estúdio Evening Star, que também participou do projeto Sonic Mania, sob os cuidados da SEGA. Com diversas referências aos clássicos dos anos 1990, o jogo mescla plataformas com ambientes 3D enquanto ainda tem margem para exibir Penny realizando acrobacias frenéticas de ioiô.

Anodização

Em Penny’s Big Breakaway, controlamos a personagem Penny (toc toc toc, Penny, toc toc toc, Penny), uma jovem que busca reconhecimento através de manobras com seu ioiô. A aventura começa calma e tranquila na cidade de Baunilhópolis, onde o imperador Eddie abriu inscrições para o Gala, uma exibição de talentos a la Silvio Santos.

No entanto, apenas ele se exibia e sem causar empolgação na plateia. O tutorial começa logo aqui, quando Penny decide se inscrever e mostrar suas habilidades. Antes da apresentação, ela encontra YoYo, um enorme ioiô vivo com uma grande boca cheia de dentes.


Para surpresa de todos, Eddie gostou da apresentação. O grande problema é que o ioiô deixou a roupa do comandante supremo toda despedaçada, apenas com sua cueca de corações intacta. Penny é declarada culpada, e o monarca chama seu exército de pinguins para caçar a garota.

Assim que começamos nossa fuga (tradução direta de Breakaway do título ou uma manobra oficial de ioiô), diversos pinguins da espécie imperador passam a nos perseguir incansavelmente. Após algumas investidas das aves, percebi uma grande similaridade com o Pokémon Prinplup, e como Empoleon é o meu favorito, soltei boas risadas.

Agora, aqueles que não estão nem um pouco felizes são os capangas do imperador. Penny não pode ser pega por seis ao mesmo tempo; do contrário, é capturada. Conforme progredimos nos cenários, pontos de controle (ou checkpoints) são habilitados, e caso sejamos capturados, voltamos do último ponto.

Cada fase ainda possui um temporizador crescente, e não há limite para conclusão das fases. Contudo, é possível competir com outros jogadores online para adquirir a marca de finalização do cenário em menos tempo.

Ao final de cada fase, há um grande palco, onde Penny pode se apresentar para ganhar mais pontos. Seja uma sequência pré-determinada ou freestyle, esteja preparado para levar a plateia à loucura.

Dobro ou nada

Ao longo das mais de 40 cenas, termo usado no jogo para indicar as fases, os habitantes de cada região possuem seus próprios diálogos e podemos interagir com alguns deles, completando missões especiais, como coletar flores e destruir entulho. Inclusive, há também potencializadores (obrigado, filme do Mario) que permitem certas atividades extras.

Temos a marreta, que, infelizmente, não é biônica, mas esmaga tudo que vê pela frente; o hambúrguer tunado, que concede efeito de destruição de terreno; e um bolo com hélices (olha o nível da loucura) que permite que Penny voe alto.

Aliás, esse é um detalhe curioso sobre o jogo: por ter fortes referências a títulos dos anos 1990, essa temática nos moldes Du, Dudu e Edu casa muito bem com a proposta: aqui, não precisamos de uma história elaborada e personagens mega profundos. Em Penny’s Big Breakaway é tiro, ioiô e bomba!

As cores também são “diferentonas”, pois há combinações bem malucas, do tipo bege com azul, com a vegetação em tons diferentes de verde somados com roxo, laranja e amarelo. É nesse nível. Hoje é quase impossível um jogo sair com esse visual, mas para esse caso, funciona bem.


Um ponto que me chamou a atenção durante as cenas é que, a cada acrobacia executada, o nome delas é exibido no canto inferior direito. Acompanho o cenário de ioiô profissional e fiquei feliz de ver o cuidado que os desenvolvedores tiveram ao colocar “Gravity Drop” em referência à Gravity Pull, manobra mais básica do brinquedo.

B-Grade

Em uma apresentação formal do que a maioria conhece como um passatempo, o jogador de ioiô precisa ter postura e presença, algo que nossa protagonista não tem. Poderíamos colocar qualquer um ali (Sheldon ou Amy, risos), que seriam melhores do que ela.

De fato, a falta de polimento em alguns quesitos como um background mínimo da protagonista faz falta. Ao que parece, o foco está apenas em YoYo e seus dentes gigantes.

Talvez a palavra que melhor descreva isso é a precisão. No jogo, ter destreza suficiente para superar os desafios enquanto fugimos é difícil de se alcançar quando o ritmo é acelerado. Durante a jogatina, me deparei com uma movimentação pesada e imprecisa, que é dificultada ainda mais pelo ioiô.


Como toda a nossa movimentação é baseada em manobras, a rápida execução de algumas delas, como jogar duas vezes para frente, criam um avanço de terreno curto que reduz a aderência; com isso, o controle da personagem é perdido e pode causar quedas dos cenários.

As quedas, além de atrasar a conclusão, descontam um quadradinho verde de nossa barra de vida; ao total, temos quatro quadrados, que podem ser recuperados a partir de picolés da mesma cor espalhados pelos cenários.

Para piorar ainda mais, a movimentação da câmera é difícil de controlar e alguns ângulos enganam o jogador. Por diversas vezes, tentei alcançar uma superfície que visualmente estava ao alcance; porém, quando tentei, estava além do que eu havia calculado.

Uma atleta em treinamento

Penny’s Big Breakaway é um jogo interessante e que chama a atenção em seu trailer, mas sua apresentação oficial está aquém do esperado. Os defeitos ofuscam as qualidades e com isso, ele pode não agradar à maioria, ainda mais se você não está acostumado com títulos de plataforma 3D.

Arrisco dizer que modos alternativos, em que o tempo é limitado e passa de forma decrescente (ou seja, já sabemos o tempo total antes de começar), seriam uma boa alternativa para alternar com as fases sem tempo fixo.

Prós

  • YoYo rouba a cena como verdadeiro protagonista;
  • Visual das fases é colorido e exótico, bem diferente do que temos hoje em dia;
  • Pinguins "vilões" parecem meu Pokémon favorito;
  • O sistema de pontuação instiga a competição e aprimoramento dos combos;
  • Nomes das acrobacias possuem inspiração em manobras reais;

Contras

  • Movimentação pesada trava a locomoção;
  • Penny poderia ser substituída como “protagonista” facilmente;
  • Posicionamento da câmera prejudica a progressão em certos momentos;
  • Por não haver limite de tempo, os jogadores casuais pouco aproveitam o recurso de pontuação.

Penny’s Big Breakaway - PC/PS5/XSX/Switch - Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: Switch

Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela Private Division

Siga o Blast nas Redes Sociais

Fã de carteirinha da franquia Pokémon desde os oito anos de idade, teve seu primeiro contato com os monstrinhos de bolso no Game Boy Color e de lá para cá, são mais de 25 anos de alegria. Fanático por vídeo-games, gostaria de poder jogar mais tempo do que trabalha.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Você pode compartilhar este conteúdo creditando o autor e veículo original (BY-SA 3.0).