Of the Red, the Light, and the Ayakashi Tsuzuri é uma nova edição da visual novel da HaccaWorks*, originalmente lançada para PC no Japão em 2011. A obra chegou a receber uma adaptação para mangá que foi publicada nos Estados Unidos pela Yen Press, mas esta é a sua primeira vez chegando ao Ocidente.
No meio deles, temos um jovem rapaz chamado Yue, que está sempre cansado e com vontade de dormir. Junto com uma raposa negra chamada Kurogitsune (literalmente “raposa preta”, em japonês), ele vive dias pacatos em seu quarto.
Até que um dia, os dois decidem ir juntos ao festival anual realizado nos arredores do templo. Yue era impedido de visitar o mundo externo devido a certas circunstâncias do seu passado, fazendo desse evento o seu primeiro contato com humanos.
Nesse festival, ele acaba conhecendo dois jovens rapazes que acabam atraindo a sua curiosidade. Esse encontro dá início a uma espécie de destino que trará à tona a verdade por trás de vários mistérios da cidade, dos Ayakashi e da identidade do próprio Yue.
Ao voltar para o templo, ele recebe a permissão para sair novamente e procurá-los. Como um jovem Ayakashi, o fato dele conseguir distinguir esses dois rapazes significa que eles têm o potencial para serem suas “refeições”. Porém, para isso, é necessário primeiro criar laços de amizade com eles, o que complicará significativamente o processo.
O jogo não indica claramente o impacto das nossas ações durante a gameplay, não oferecendo alertas visuais durante os diálogos, mas podemos ver uma espécie de resumo de estatísticas no menu Progress. Lá, é possível ver quais “flags” foram ativadas, sejam elas referentes aos finais bons ou às versões ruins. Ao todo, temos 17 desfechos e é possível revê-los diretamente na galeria em Meal Memories.
No menu inicial, por meio das opções Collection Box e Fun Stuff, também temos uma prequela, várias ilustrações, a trilha sonora (liberada de acordo com o que já foi escutado in-game), um índice de eventos já vistos que pode ser usado para reler partes da trama e outros elementos desbloqueáveis.
Dentro do jogo, temos os elementos básicos de qualidade de vida, como poder usar skip, auto e log, a capacidade de voltar a uma caixa de diálogo anterior e até a capacidade de saltar para a próxima escolha ou cena ainda não vista (ou para a anterior). Um manual acessível a qualquer momento no menu in-game indica os botões e movimentos de touchscreen, que não podem ser alterados, ao contrário de outros elementos da experiência, como volume do som e transparência da caixa de texto (que preferi deixar mais opaca do que o padrão para facilitar a leitura).
Chama a atenção em especial o estilo das ilustrações que são bastante coloridas, tendendo especialmente ao vermelho, mas usam as sombras para dar um toque peculiar de sinistro. O estilo rústico das construções também reforça a sensação de tradição e de estarmos em uma região interiorana. A trilha sonora aumenta ainda a sensação, dando um toque de inquietude quando o sobrenatural toma controle dos eventos.
Porém, infelizmente, a tradução para o inglês deixa bastante a desejar. Temos trechos significativamente quebrados em termos de gramática, dificultando bastante o aproveitamento da trama. Há um nítido esforço em se manter próximo da estrutura original do japonês, mas muitas frases acabam soando nada naturais.
Em um certo ponto, temos até frases mantidas integralmente em japonês. Embora em casos como nos créditos ao final seja possível até relevar a escolha, as cenas de diálogo não traduzidas em inglês atrapalham consideravelmente o entendimento — e esse é um tipo de cuidado especialmente importante em uma obra do gênero visual novel.
A convivência entre dois mundos
Em uma cidadezinha chamada Utsuwa, criaturas sobrenaturais chamadas de Ayakashi vivem em meio aos humanos. Esses indivíduos conseguem assumir a forma humana, mas são na verdade muito diferentes em essência, geralmente tendo alguns elementos animalescos e um senso bem diferente do mundo. Esses indivíduos peculiares vivem em um templo e estão a serviço de uma deusa raposa.
No meio deles, temos um jovem rapaz chamado Yue, que está sempre cansado e com vontade de dormir. Junto com uma raposa negra chamada Kurogitsune (literalmente “raposa preta”, em japonês), ele vive dias pacatos em seu quarto.
Até que um dia, os dois decidem ir juntos ao festival anual realizado nos arredores do templo. Yue era impedido de visitar o mundo externo devido a certas circunstâncias do seu passado, fazendo desse evento o seu primeiro contato com humanos.
Nesse festival, ele acaba conhecendo dois jovens rapazes que acabam atraindo a sua curiosidade. Esse encontro dá início a uma espécie de destino que trará à tona a verdade por trás de vários mistérios da cidade, dos Ayakashi e da identidade do próprio Yue.
Ao voltar para o templo, ele recebe a permissão para sair novamente e procurá-los. Como um jovem Ayakashi, o fato dele conseguir distinguir esses dois rapazes significa que eles têm o potencial para serem suas “refeições”. Porém, para isso, é necessário primeiro criar laços de amizade com eles, o que complicará significativamente o processo.
Os fios do destino
Of the Red, the Light, and the Ayakashi Tsuzuri é uma visual novel com múltiplas rotas. Durante o jogo podemos escolher não apenas opções de diálogo, mas também áreas para explorar em busca de eventos especiais. Dependendo das nossas escolhas, podemos ter finais ruins prematuros ou desdobramentos diferentes para os rapazes principais.O jogo não indica claramente o impacto das nossas ações durante a gameplay, não oferecendo alertas visuais durante os diálogos, mas podemos ver uma espécie de resumo de estatísticas no menu Progress. Lá, é possível ver quais “flags” foram ativadas, sejam elas referentes aos finais bons ou às versões ruins. Ao todo, temos 17 desfechos e é possível revê-los diretamente na galeria em Meal Memories.
No menu inicial, por meio das opções Collection Box e Fun Stuff, também temos uma prequela, várias ilustrações, a trilha sonora (liberada de acordo com o que já foi escutado in-game), um índice de eventos já vistos que pode ser usado para reler partes da trama e outros elementos desbloqueáveis.
Dentro do jogo, temos os elementos básicos de qualidade de vida, como poder usar skip, auto e log, a capacidade de voltar a uma caixa de diálogo anterior e até a capacidade de saltar para a próxima escolha ou cena ainda não vista (ou para a anterior). Um manual acessível a qualquer momento no menu in-game indica os botões e movimentos de touchscreen, que não podem ser alterados, ao contrário de outros elementos da experiência, como volume do som e transparência da caixa de texto (que preferi deixar mais opaca do que o padrão para facilitar a leitura).
As duas faces da moeda
Em termos de ambientação, Of the Red, the Light, and the Ayakashi Tsuzuri é um jogo riquíssimo. Vivenciamos um mundo místico cheio de personagens incomuns, com suas origens e características relacionadas ao conceito de sobrenatural. As “refeições” e suas implicações dentro do folclore são uma forma interessante de representar as velhas histórias relacionadas a essas criaturas de moralidade dúbia.Chama a atenção em especial o estilo das ilustrações que são bastante coloridas, tendendo especialmente ao vermelho, mas usam as sombras para dar um toque peculiar de sinistro. O estilo rústico das construções também reforça a sensação de tradição e de estarmos em uma região interiorana. A trilha sonora aumenta ainda a sensação, dando um toque de inquietude quando o sobrenatural toma controle dos eventos.
Um trecho de apresentação dos personagens não é traduzido do japonês. |
Em um certo ponto, temos até frases mantidas integralmente em japonês. Embora em casos como nos créditos ao final seja possível até relevar a escolha, as cenas de diálogo não traduzidas em inglês atrapalham consideravelmente o entendimento — e esse é um tipo de cuidado especialmente importante em uma obra do gênero visual novel.
Sobre garotos e Ayakashi
Of the Red, the Light, and the Ayakashi Tsuzuri é uma visual novel com uma ambientação bem interessante, mas infelizmente a escrita em inglês acaba deixando a desejar. Fica a torcida para que pelo menos os casos mais grosseiros recebam correções em breve.Prós
- Ambientação mística curiosa explorada por meio de múltiplos personagens;
- Estilo sobrenatural marcado por ilustrações coloridas e tortuosas;
- Trilha sonora reforça o tom inquietante da trama;
- Além dos básicos “skip, auto e log”, a opção de saltar para a próxima parte não vista ou uma escolha anterior é uma ótima comodidade.
Contras
- A tradução para o inglês infelizmente conta com momentos em que o texto quase não faz sentido, sendo que até um trecho mantido integralmente em japonês não-intencionalmente;
- Durante a leitura, não há indícios claros sobre o impacto das escolhas que determinam finais variados para a trama.
Of the Red, the Light, and the Ayakashi Tsuzuri — Switch/PC — Nota: 6.5
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Juliana Paiva Zapparoli
Análise produzida com cópia digital cedida pela HuneX