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Análise: Berserk Boy (Switch) se inspira nos clássicos e entrega uma experiência eletrizante

Ajude Kei a recuperar os Berserk Orbs em uma aventura de plataforma com fortes referências a Mega Man X.

Num futuro distante, um cientista louco e seu exército das trevas buscam escravizar a população da Terra. A esperança de toda a humanidade repousa sobre A Resistência, mas será que eles são suficientes? Entra em cena Kei, um herói novato que é transformado pela misteriosa energia da Orbe em Berserk Boy!

O jogo possui fortes referências em títulos já consagrados do mundo dos games, e isso joga a seu favor, pois cria um universo instigante, porém familiar ao mesmo tempo. Ah, se todos os jogos AAA fossem assim. Parabéns Berserk Boy Games! Boa leitura!

GO, BERSERK!

Kei é membro da resistência e junto de sua amiga Dizzy investiga a presença de uma energia misteriosa em sua cidade, Hope City. Quando ele absorve o primeiro Orb, tudo muda. Uma gama de poderes especiais baseados em energia são o foco de sua primeira armadura. Antes disso, Fiore, um pássaro falante (e carismático) que ajuda o protagonista em sua jornada, permite que Kei execute movimentos ofensivos além dos tradicionais pulos.

No canto superior esquerdo, temos três barras: vida, energia e berserk. O modelo é muito similar ao que vemos em Mega Man X. Aliás, não é só isso que se parece. Progressão lateral, robôs malvados como capangas e um vilão poderoso, megalomaníaco e que um dia já esteve do lado dos bonzinhos fazem parte do pacote.

Por falar em vilão, Dr. Genos é o nome dele. No passado, o pesquisador já foi membro da resistência, mas sua sede de conhecimento e poder acabou distorcendo seus ideais e quando ele descobriu que era possível assimilar os Berserk Orbs, partiu em uma busca frenética pelas esferas de energias.

Os subchefes também estão equipados de seu próprio orbe, e cada armadura presente no jogo (são cinco no total) possui sua característica marcante e representa um elemento da natureza: fogo, gelo (que é água), ar e terra.

A principal armadura de Kei é a roxa com base em energia. É visível que Berserk Boy foi desenhado pensando nisso, já que em combate, todas as outras são superadas.

Isso não quer dizer que as demais armaduras não tenham sua utilidade em combate: em nossa base, podemos comprar aprimoramentos para todas as transformações, aumentando as capacidades das habilidades e até mesmo da vida e energia de Kei.

Ajude a resistência

Nossa base de operações é a resistência, uma estrutura tecnológica imensa e que abriga nosso protagonista. Aqui é possível iniciar missões, acompanhar nosso progresso, comprar aprimoramentos, e até mesmo combate em certos momentos.

O esquema de progressão lateral aliado do gráfico todo em pixel art combina muito bem com a proposta. A troca de cenários também cria um dinamismo diferente para o jogo, já que não temos acesso ao mapa todo de uma vez: devemos desbravar cada fase em busca de locais secretos e colecionáveis.

Inclusive, outra similaridade com Mega Man X é o resgate de membros da resistência espalhados pelas fases. No começo, a grande maioria está exposta e fácil de encontrar. A partir do primeiro orbe, poucos (mas importantes) estão em localidades escondidas, e por vezes requerem uma nova transformação para poder alcançá-los, induzindo o jogador a voltar naquela fase para completar o tão sonhado 100% de progresso.

Por falar em progresso, a história é curta, porém bem executada. O avanço é linear e sempre vamos para frente, com a possibilidade de revisitar cenários. Quando resgatamos todos os membros em uma fase, uma nova se abre, chamada EX (de extra), e acrescenta, de certa forma, conteúdo ao jogo.

A trilha sonora do jogo é um show à parte. O ritmo frenético, ainda mais na transformação roxa, lembra muito Sonic. E olha que curioso: Tee Lopes, compositor de Sonic Mania, é o responsável também por Berserk Boy. Não tinha como dar errado.

O jogo está traduzido para o português brasileiro, porém apenas o texto. Há momentos em que os personagens soltam algumas falas, mas em inglês. Um ponto que gostaria de comentar é que, mesmo havendo tradução, há erros de ortografia e até mesmo de estrutura da língua, no sentido de colocar sinais gráficos de pergunta e exclamação antes do começo da frase, característica da língua espanhola, e que não temos no português.

Aventura moderna com toque retrô

Berserk Boy é uma aventura frenética de progressão lateral, toda modelada em Pixel Art. Essa combinação do velho com o novo combina com a proposta do jogo ao entregar diversão e dificuldade.

Com fortes inspirações em jogos já consagrados, Berserk Boy é um indie de respeito, e nos ensina que nem sempre jogos AAA são os melhores. Ainda que simples, é bem executado, e desperta nos corações de seus jogadores a nostalgia e emoção de relembrar jogos do passado.

Prós

  • Protagonista marcante;
  • Roteiro bem definido;
  • Customização de habilidades;
  • Trilha sonora alucinante;
  • Gráfico em pixel art charmoso.

Contras

  • História curta;
  • Erros de ortografia na localização brasileira.

BERSERK BOY — Switch/PC/XBOX/PS4/PS5 — Nota: 9.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Vitor Tibério
Análise produzida com cópia digital cedida pela Berserk Boy Games.


Fã de carteirinha da franquia Pokémon desde os oito anos de idade, teve seu primeiro contato com os monstrinhos de bolso no Game Boy Color e de lá para cá, são mais de 25 anos de alegria. Fanático por vídeo-games, gostaria de poder jogar mais tempo do que trabalha.
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