Uma nova ameaça
Após os eventos do primeiro jogo, Hilda foi derrotada e tudo parecia se encaminhar para a paz, mas uma nova ameaça surgiu: Kuon. Também conhecido como Aeon, ele estava nas sombras do conflito e pretende alcançar o que há além da Hollow Night, mesmo que tenha que destruir tudo para conseguir esse feito.
Kuon é um dos novos personagens jogáveis de Sys:Celes, sendo possível desbloqueá-lo após concluir o modo Arcade com vários outros indivíduos. Para saber quais, basta tentar selecionar o personagem, já que a interface circula em amarelo aqueles que fazem parte dos pré-requisitos.
Além de Kuon, as outras adições ao elenco são a pistoleira Kaguya e o guardião usuário de um escudo gigante, Tsurugi. Junto com todos os personagens presentes no jogo anterior, temos várias opções cheias de peculiaridades para explorar nos combos. Os personagens tiveram seus golpes revisados para um novo balanceamento de forças.
As nuances do combate
Apesar dos detalhes mais técnicos de cada lutador, começar a usá-los é simples o suficiente para que mesmo quem não tem tanto contato com o gênero possa aproveitar o jogo. Por exemplo, se o jogador simplesmente apertar o botão de ataque fraco repetidamente, irá realizar um combo que termina em uma habilidade especial que consome metade da barra.
Porém, ao mesmo tempo, não basta simplesmente sair apertando os botões ao léu (button mashing). É importante ter em mente os aspectos mais específicos da batalha e jogadores mais experientes poderão conectar os golpes em combos com altíssimo dano, bastando apenas uma falha na defesa do seu oponente.
Temos três botões de ataque básico, indo do mais fraco ao mais forte. O mais fraco tem um alcance menor, mas sua animação mais rápida permite que o jogador se recupere mais rapidamente. Por outro lado, o mais forte permite golpes com alcance maior, mas o inimigo pode ser mais rápido com um counter. Bloqueios também seguem o tradicional sistema de defesa em pé e ajoelhado, com formas diferentes de quebrar o “escudo” do oponente.
Além da barra de especial (EXS), temos um elemento específico da série que é o GRD. Como uma espécie de cabo de força, essa barra adicional recompensa as jogadas agressivas bem executadas com aumentos de ataque e defesa.
Para entender melhor o funcionamento do jogo, há um rico tutorial com muitos detalhes e missões para explorar os golpes de cada personagem. Na verdade, o tutorial chega a ser até excessivo na sua preocupação com detalhes, com explicações de detalhes triviais, como a posição dos personagens e das barras na tela e detalhes que não demandam ação do jogador.
Vale destacar que o jogo usa textos em tamanho pequeno, o que pode dificultar a leitura no modo portátil. Porém, eles geralmente oferecem bom contraste com o fundo, o que reduz a dificuldade. Reler o que foi falado exige voltar para o menu com todos os desafios do tutorial, mas isso é feito rapidamente.
Variedade de conteúdo
Quando se fala de jogo de luta, uma coisa muito importante para os jogadores é a quantidade de modos disponíveis. Quanto mais opções, mais sobrevida e formas de explorar a gameplay.Nesse sentido, modos ranked e casual para o online são um pilar que já se considera básico no gênero. No caso de Sys:Celes, temos netcode baseado em rollback, fazendo com que os jogadores não sintam com tanto peso os problemas de conexão em comparação com o sistema de delay que gera lag.
Fora do online, além dos modos de treinamento, tutorial e missões, podemos simplesmente aproveitar partidas “Versus” localmente contra jogadores ou a CPU, e vários modos singleplayer. As opções para um jogador incluem Arcade, Score Attack, Time Attack, Survival e Mission (para aprender os golpes de cada um).
Uma novidade muito bem vinda no jogo é a opção de customização visual dos personagens. Além das várias cores, temos como criar cinco padrões próprios combinando as cores das versões já montadas. Com isso, temos acesso a muitas opções para deixar os personagens do jeito que quisermos, embora não seja tanto quanto se tivéssemos uma paleta completa de cores à disposição.
Apesar da riqueza de opções, não temos o modo Chronicles, que era uma espécie de visual novel cobrindo a história no jogo anterior. Com isso, a trama só é desenvolvida nos breves trechos de diálogo do modo Arcade, o que é bem mais raso do que tínhamos antes.Excelência em luta 2D
UNDER NIGHT IN-BIRTH II Sys:Celes consegue manter a excelência de seu antecessor em oferecer um jogo de luta 2D convidativo tanto para novatos quanto veteranos do gênero. Com comandos simples e boa variedade de modos, a obra figura entre as melhores opções disponíveis nos sistemas atuais.
Prós
- Sistema de combate simples de pegar com combos fáceis sem abrir mão da complexidade mecânica esperada de um bom jogo do gênero;
- Boa variedade de modos single e multiplayer;
- Sistema de pontos que pode ser usado para desbloquear itens na robusta galeria do jogo;
- Tutorial bem detalhado;
- Sistema de customização de aparência permite montar as suas próprias combinações de cores para os personagens.
Contras
- Sem o modo Chronicles do antecessor, a história acaba sendo apresentada de forma mais rasa;
- As letras utilizadas no jogo são pequenas e não é possível aumentá-las, o que pode dificultar a leitura para algumas pessoas no modo portátil do Switch.
UNDER NIGHT IN-BIRTH II Sys:Celes —Switch/PC/PS4/PS5 — Nota: 9.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Thais Santos
Análise produzida com cópia digital cedida pela Arc System Works