Análise: Evil Nun: The Broken Mask (Switch): escapando dos domínios de uma freira malévola

O título da Feardemic é simples e curto, mas possui um fator replay interessante e consegue oferecer diversão.

em 14/02/2024
Desenvolvido pela Keplerians, Evil Nun: The Broken Mask é mais um jogo de terror em primeira pessoa que chega ao Nintendo Switch por meio da Feardemic. Neste curioso título, somos desafiados a escapar de uma sinistra escola religiosa, onde somos vigiados por uma freira enlouquecida que nos persegue implacavelmente com uma ameaçadora marreta.

Um acampamento de verão alucinante

A premissa narrativa de Evil Nun é simples e direta: nossa protagonista chega a um acampamento de verão, mas é surpreendida e capturada pela sinistra Irmã Madeline, cuja aparência e comportamento parecem mais próximos de uma entidade demoníaca do que de uma representante divina.

Despertando em uma gigantesca instituição de ensino religiosa, a missão do jogador consiste principalmente em fugir do local antes que a devota das trevas descubra suas intenções e o puna com sua terrível marreta. Embora o enredo não apresente grandes complexidades, é louvável e merecedor de elogios o fato de o jogo estar completamente legendado em português.

Um jogo de terror, mas com um agradável toque de humor

A jogabilidade de The Broken Mask é igualmente descomplicada, baseando-se em explorar o ambiente dentro de uma perspectiva em primeira pessoa e interagir com objetos, seja coletando-os para usar em locais específicos ou derrubando-os para atrair a atenção da freira. 

A ressalva aqui fica pelo mapeamento dos controles, que é um tanto estranho em comparação com a maioria dos games. Para exemplificar, o botão A, geralmente reservado para ações, neste caso é designado para abrir o menu de objetivos, o que me confundiu diversas vezes.

Para fugir da escola, uma série de passos deve ser realizada, frequentemente envolvendo a coleta e o uso correto de itens em locais determinados para desbloquear novas passagens. O que dificulta bastante o processo é o fato de que só podemos carregar um objeto de cada vez. Embora essa característica seja um tanto frustrante em certos desafios, ela colabora para que o jogo consiga exigir um processo de tentativa e erro e memorização da geografia do ambiente. 

Nesse cenário, a freira patrulha constantemente o local, sempre alerta a qualquer ruído suspeito e avançando rapidamente em nossa direção caso desconfie de algo. Se ela  alcançar o protagonista, uma pancada de sua marreta encerra o dia e reinicia o ciclo. Portanto, existe um senso de urgência constante, pois dispomos de um prazo limite para descobrir como escapar.

Nesse sentido, embora tenhamos um tempo limitado e o processo de aprendizado seja divertido e crie muitos momentos de tensão em que a madre começa a nos perseguir quando estamos prestes a fazer uma descoberta essencial, é verdade que ele pode facilmente se tornar monótono, caso o jogador demore para aprender quais passos seguir.

Vale destacar que a Irmã Madeline é alta e possui uma expressão psicótica, além de constantemente prestar culto a Baphomet. Nesse contexto, a dublagem da religiosa é competente, mas adiciona um toque cômico à obra, o que, em minha opinião, combina bem com a caricatura de seu rosto e o exagero de seus comportamentos. Assim, essa “leveza” contribui para criar uma atmosfera que transita entre o terror e o humor, algo muito comum em produções intituladas como trash.


Alguns motivos para jogar mais de uma vez

Evil Nun: The Broken Mask assertivamente oferece diversas opções de dificuldade, com cada uma delas alterando a inteligência e a velocidade da Irmã Madeline. Enquanto o nível mais baixo torna a freira praticamente inofensiva, o mais alto a transforma em uma mulher com audição perfeita e uma quase onipresença.

No menu principal, o jogo apresenta uma seção de conquistas, algumas das quais só podem ser desbloqueadas em níveis de dificuldade específicos. Além disso, esses troféus não se limitam apenas ao sucesso na fuga, mas também abrangem diferentes formas de ser punido pela madre maluca.

Ainda nesse sentido, Evil Nun possui múltiplos finais, textos espalhados pelo cenário que dão mais contexto ao enredo e mais de uma rota para escapar. Em razão desses aspectos, o título incentiva o jogador a explorá-lo de variadas maneiras, caso ele tenha o desejo de superar todos os desafios disponíveis.

Escapar da freira é uma experiência divertida

Evil Nun: The Broken Mask não busca reinventar a roda do gênero, e nem precisa. Ao adotar uma abordagem que não se leva tão a sério, o jogo consegue incorporar um toque de bom humor, proporcionando uma experiência que mistura momentos de tensão, causados por uma perseguição implacável, com situações que arrancam risadas, graças ao aspecto e comportamento completamente caricatos da freira. Entre os mais recentes lançamentos de terror publicados pela Feardemic que tive a oportunidade de conhecer, este é, sem dúvida, o mais consistente.

Prós:

  • Boa combinação entre terror e bom humor, ocasionados por situações de perseguição implacável realizadas por uma criatura completamente caricata;
  • Opções de dificuldade que aumentam a inteligência e a velocidade da freira, proporcionando diferentes níveis de desafio.
  • A diversidade de finais e a possibilidade de mais de uma rota de fuga incentivam a exploração e aumentam a rejogabilidade;
  • A presença de diversos tipos de conquistas incentiva o jogador a experimentar diferentes abordagens;
  • Legendado em português.

Contras:

  • O mapeamento dos controles é estranho em comparação com a maioria dos títulos, o que pode causar confusão;
  • O processo de tentativa e erro e o tempo limitado podem tornar a experiência facilmente monótona se o jogador demorar para descobrir quais passos seguir;
  • O toque cômico da obra pode comprometer totalmente a atmosfera de terror para alguns jogadores;
  • A capacidade limitada de carregar apenas um objeto por vez pode deixar alguns desafios frustrantes.
Evil Nun: The Broken Mask — PC/PS5/XBO/XSX/Switch — Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela Feardemic
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