Análise: Bandle Tale: A League of Legends Story (Switch) é uma aconchegante e quentinha aventura pelo mundo das lãs

Viva uma jornada mágica acompanhada de seu tear para confeccionar momentos de alegria e ternura.

em 28/02/2024

Com fortes referências de jogos como Animal Crossing e Stardew Valley, Bandle Tale: A League of Legends Story chega ao Nintendo Switch para vestir nossos corações com felicidade, amizade, magia e muitas horas de diversão.

Diferente dos demais jogos do universo expandido do lolzinho, como Ruined King, Bandle Tale não é sobre a história de um Yordle — raça dos bichinhos pequenos e fofinhos já conhecido, como a Tristana; aqui, nós é que damos vida a tudo que acontece à nossa volta.

Viaje pelas ilhas de Bandópolis em busca de recursos, novos amigos e por último, mas não menos importante, diversão. Boa leitura!

O mundo é dos tricoteiros

Bandle Tale começa com a criação da personagem, e podemos definir estilo e cor de cabelo, cor da roupa, e o principal, podemos atribuir nosso próprio nome, ou seja, será a nossa aventura e não a de um Yordle já existente. Comparado com outros jogos do gênero, poderiam haver mais opções aqui, de fato.

O ritmo do jogo é leve e suave, com certos momentos de dificuldade até encontrarmos exatamente o que precisamos. Bandle Tale não é um jogo para ser jogado com pressa ou afobação. A temática de lã e o mundo dos Yordles, cheio de magia e cores, transmite uma sensação de paz tão grande que nos faz perder a contagem do tempo.

Cada personagem foi criado com uma personalidade única, com seus traços de personalidade e atitudes de acordo com o ambiente em que vivem. A localização para o nosso idioma também facilita essa percepção, pois as piadinhas e frases que costumamos dizer estão presentes no texto. Assim, fica muito mais fácil criar uma conexão com cada Yordle presente no jogo.

Colete recursos, faça novos itens e progrida na história. Simples, não? De fato é, mas a execução de tudo isso é feita de forma épica. Transportar uma história tão rica em conteúdo como essa não é para qualquer um, coisa que a Riot está acostumada a fazer com as recentes animações e curtas.

Lembro-me de quando abri o jogo e comecei a dar os primeiros passos, completar as atividades iniciais de tutorial e, quando me dei conta, estava há mais de duas horas jogando. Não que o tutorial seja grande, nada disso, mas sim, a completa imersão provocada pelo game fez isso.



Ao que parece, Bandle Tale foi feito para ser jogado pouco a pouco, a fim de que você possa aproveitar cada momento como se fosse o primeiro. Dada a temática de tricô, uma jogatina perfeita está associada a um dia chuvoso, frio, e acompanhado de uma xícara de chocolate quente.

O jogo apresenta um conceito de medalhas para avanço da história, e cada medalha possui uma atividade da linha principal e outras secundárias, que habilitam recursos adicionais e importantes para a aventura como um todo.

Sempre joguei League of Legends e nunca havia imaginado que o mundo dos Yordles era tão vasto e rico. Personagens como Teemo, Lulu e Yuumi estão entre os meus favoritos, até por ter jogado na função de suporte praticamente minha vida inteira.

Poder ver esses e outros personagens com suas histórias, dilemas, e tudo o que envolve esse universo, é bem gratificante. Tivemos algo próximo disso com Song of Nunu, tendo a história como foco. The Mageseeker e CONVERGENCE vão para o lado mais frenético e de combate.

Lima, Oscar, Lima!

Confesso que demorei para entender que uma das falas de Corki, Lima-Oscar-Lima, vai além de um código de pilotos de avião: as iniciais das palavras forma a sigla LOL, abreviação de League of Legends. Essa riqueza nos detalhes sempre foi um cuidado da Riot Games.

Os Yordles podem converter suas emoções em conhecimento, e o jogo apresenta esse conceito para podermos adquirir nossas habilidades. No começo da aventura, temos apenas três orbes roxos para armazenar nossa experiência com cada atividade, mas que aumentam com o tempo. Quanto mais vezes repetimos uma atividade, menos emoções são recuperadas.

Embora haja uma grande variedade de recursos, a forma é sempre a mesma, o que acaba se tornando um pouco repetitivo com o tempo. Para se obter um determinado recurso, temos que realizar uma série de pré-atividades para poder chegar ao produto final.

Isso vai ao encontro do que nós como seres humanos vivenciamos: um filme de comédia visto pela primeira vez é incrível, a segunda vez nós rimos bastante, mas na terceira vez já começa a “perder a graça”, pois já sabemos o que vai acontecer e quando.



Sendo assim, devemos variar nossas atividades para obter mais e mais emoções e coletar mais pontos, já que nossa árvore de habilidades é imensa e não se restringe a uma só. Por isso, o gasto dos pontos é outro fator determinante, pois certas habilidades são necessárias para progredirmos na história.

A forma como cada atividade é realizada também interfere no ganho/gasto de pontos, já que devemos cumprir certos requisitos em cada missão para poder desbloquear outro arco na mesma medalha ou abrir novos caminhos.


Um ponto que me surpreendeu bastante foi a trilha sonora do jogo. A fim de obter uma imersão sem igual, os sons de cada atividade, as faixas suaves e aconchegantes tornam tudo diferente. É comum você parar no meio de uma tarefa para apreciar os toques sutis da melodia.

Há também momentos em que o personagem pode parar e olhar uma paisagem específica do mapa, garantindo bons pontos de emoção e alguns segundos para visualizar a obra do jogo. Cada cenário possui uma temática diferente, com cores e formas completamente distintas. 

Mesmo no Switch, onde os recursos são limitados, não há quedas de quadro significativas e as animações são muito bem-feitas, especialmente as das cachoeiras.

Hora de encontrar um novo amigo

Bandle Tale: A League of Legends Story é um prato cheio para quem busca uma fuga do mundo real e deseja passar horas se divertindo com um universo cheio de magia, cores e personagens marcantes de League of Legends.

Ainda que tenha uma temática simples, tudo é prazeroso e a chance de passar horas e horas dentro de Bandópolis é muito grande. Com localização para o português brasileiro, fica ainda mais fácil se divertir e aproveitar cada instante como se fosse a primeira vez.

Prós

  • Personagens carismáticos e fofos;
  • História excelente, padrão League of Legends;
  • Trilha sonora primorosa e coesa;
  • Árvore de habilidades bem construída;
  • Localização para o português brasileiro;
  • Cutscenes animadas e narradas pela Tristana.

Contras

  • Mecânica de obtenção de recursos repetitiva;
  • Customização do personagem limitada.
Bandle Tale: A League of Legends Story — Switch/PC/XBOX/PS4/PS5 — Nota: 9.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Thais Santos
Análise produzida com cópia digital cedida pela Riot Forge


Fã de carteirinha da franquia Pokémon desde os oito anos de idade, teve seu primeiro contato com os monstrinhos de bolso no Game Boy Color e de lá para cá, são mais de 25 anos de alegria. Fanático por vídeo-games, gostaria de poder jogar mais tempo do que trabalha.
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