Já imaginou se, secretamente, o Universo Cinematográfico da Nintendo (UCN) estivesse sendo criado? Eu não duvidaria disso. Depois do sucesso das adaptações de games clássicos para cinema, como Sonic, Super Mario e Pokémon, a pergunta que surge é: quando? Quando a Nintendo vai lançar um filme juntando todos esses personagens no maior estilo Vingadores? Quando vai sair Super Smash Bros. - O Filme? É isso mesmo que você leu: quando. E não “e se?”.
O meu objetivo com esta matéria é te mostrar que a possibilidade de um filme de Super Smash Bros. é BEM real, e você não percebeu ainda. Um filme de Smash é real não só por ser viável financeiramente, mas também porque tudo parece conspirar para dar certo. Sim, meus amigos nintendistas, o UCN (Universo Cinematográfico da Nintendo) tem de tudo pra acontecer!
O que é Super Smash Bros.?
Só pra contextualizar, pra quem não sabe, Super Smash Bros. é um jogo muito famoso da Nintendo no qual personagens conhecidos de diferentes franquias da empresa entram na porrada. Estamos falando de Mario, Pikachu, Zelda, Donkey Kong, e por aí vai, todos lutando entre si.O primeiro jogo da franquia Smash Bros. surgiu em 1999, na época lançado para o Nintendo 64, e, com o sucesso, outros títulos continuaram a ser lançados até hoje, sempre acompanhando a tecnologia dos novos consoles da Nintendo. A edição mais recente, lançada em 2018 para Switch, se chama Super Smash Bros. Ultimate.
O jogo é extremamente popular entre os gamers e conta com a participação de personagens de jogos de IPs de outras empresas, como Sonic, Street Fighter, Final Fantasy, Pac-Man , Mega Man, Kingdom Hearts, Metal Gear, Castlevania, Persona e Dragon Quest. Já imaginou cada jogo desses tendo seu filme próprio e, depois, todos aparecendo num mesmo filme estilo Os Vingadores: Ultimato?
Créditos da imagem: https://www.nintendo.com/pt-br/store/products/super-smash-bros-ultimate-switch/ |
Super Mario Bros. - O Filme foi um sucesso
O primeiro argumento que quero dar é o estrondoso sucesso que foi Super Mario Bros. - O Filme. Estamos falando da animação, indicada ao Globo de Ouro, que a Nintendo fez, exatamente 30 anos depois de ela ter lançado certo filme em live-action (de procedência duvidosa) do encanador bigodudo.A regra é clara no cinema hollywoodiano: se o filme lucrou, vai ter continuação. E o filme de Super Mario, feito pela Big N em parceria com a Illumination (a empresa que fez o filme do Meu Malvado Favorito e dos Minions), lucrou demais! Foi “só” a segunda maior bilheteria do ano de 2023 (perdendo apenas para o filme da Barbie), e, além disso, foi a maior bilheteria de um filme baseado em um videogame de todos os tempos, arrecadando mais de um bilhão de dólares em bilheteria.
Com esses números (e a grande aceitação dos fãs), é evidente que uma sequência de Super Mario Bros. - O Filme será feita, principalmente porque, na cena pós-crédito, há uma referência que deixa claro que a história vai continuar. E, caso a Nintendo lance mesmo um Super Mario Bros. O Filme 2, podemos, também, esperar um filme solo do DK, muito provavelmente intitulado Donkey Kong Country - O Filme, além de um spin-off de Super Mario Kart e, até mesmo, algo focado em Luigi (eu não duvidaria que a Nintendo, do nada, lançasse uma arte lindíssima com as datas dos próximos filmes de seu universo cinematográfico e, nela, estivesse uma logo mais linda ainda de Luigi’s Mansion – O Filme).
Créditos da imagem: https://maxblizz.com/the-super-mario-bros-movie-earns-over-1-21-billion-worldwide-ranks-as-the-fourth-highest-grossing-animated-film/ |
Zelda é só o próximo...
A Nintendo anunciou que está trabalhando com a Sony para uma adaptação cinematográfica de The Legend Of Zelda. Sim, a Nintendo e a Sony estão trabalhando em um filme de Link. É estranho ver essas duas gigantes japonesas produzindo juntas um longa de Zelda, depois de tudo o que aconteceu na história dos videogames. Sinceramente, depois de ver Sonic entrar em Super Smash Bros. Brawl, eu parei de duvidar do poder que um bom acordo financeiro entre duas empresas rivais tem.O filme de Zelda está sendo feito por dois grandes nomes de Hollywood, Wes Ball e Avi Arad, as mentes por trás dos filmes de Maze Runner e Homem-Aranha no Aranhaverso, respectivamente. Avi Arad, pra quem não sabe, foi — e ainda é o cara — responsável por muitas das produções audiovisuais da Marvel, e, em especial, dos filmes do Homem-Aranha.
Arad colocou o dedo em todas as versões de Peter Parker para o cinema, e foi creditada a ele a culpa de nunca ter havido um Homem-Aranha 4, com Tobey Maguire, assim como o crédito pelo sucesso do filme vencedor do Oscar, Homem-Aranha no Aranhaverso. Em outras palavras, colocaram para fazer o filme de The Legend of Zelda o mesmo homem que participou do encontro dos três Homens-Aranhas em Homem-Aranha: Sem Volta para Casa. Talvez (só talvez...), Avi Arad possa vir a ser o cabeça do (nem tão) hipotético UCN.
Print do incrível trailer fake que a IGN lançou há 15 anos. |
O responsável pela voz do Donkey Kong
Seth Rogen é um ator, roteirista e produtor extremamente nerd e amante dos videogames. É ele o cara que faz a voz original do Donkey Kong no filme do Mario, mas será essa a única função que ele irá exercer nos filmes da Nintendo? Escrevendo e produzindo obras para cultura pop há mais de uma década (ele é a cabeça por trás das séries The Boys e Invencível), Seth Rogen tem uma grande moral em Hollywood, e muito provavelmente pode colocar seu dedo criativo nos possíveis próximos filmes do Universo Cinematográfico da Nintendo, principalmente de uma hipotética (e eu espero muito que seja real!) trilogia de filmes de Donkey Kong Country.Além disso, sua vontade de contar “histórias da Nintendo” é antiga. Dez anos atrás, em 2014, Seth Rogen escreveu um prefácio para o maravilhoso livro Console Wars (no Brasil traduzido para A Guerra Dos Consoles - Sega, Nintendo e A Batalha Que Definiu Uma Geração), de Blake J. Harris — super recomendo a leitura! Nessa ocasião, o intérprete de Donkey Kong deixou claro seu interesse em fazer um filme contando os bastidores da treta que rolou entre a Sega e a Nintendo, nos anos 90, quando o Sonic foi criado para combater o Mario na venda dos videogames.
Desde o lançamento do livro, um documentário sobre Console Wars já foi lançado, porém, a versão hollywoodiana da história citada no prefácio parece não ter saído do papel ainda. Logo, ver Seth Rogen tendo uma boa relação com a Nintendo talvez possa significar que esse filme contando os bastidores da guerra dos consoles dos anos noventa possa vir a acontecer. E mais! Quem sabe, possa haver a chance de que esse cara, talvez (só talvez...), venha a se tornar o cabeça por trás do UCN, como aconteceu com Kevin Feige, da Marvel.
Créditos da imagem: https://coveredgeekly.com/seth-rogen-would-have-been-upset-if-not-involved-with-the-super-mario-bros-movie/ |
A cultura pop está precisando de uma nova modinha
Depois do sucesso estrondoso (e domínio de uma década) dos filmes de heróis, o cinema parece estar enfrentando uma crise de popularidade. Com exceção de um filme ali e outro acolá, a maioria das obras lançadas para o cinema não causa mais tanto impacto na vida social como antigamente.
Porém, em meio a essa “crise”, os filmes baseados em videogames não estão decepcionando. Primeiro com Detetive Pikachu (inspirado em um jogo de Pokémon do mesmo nome) e Sonic: O Filme, ambos lançados em 2019, depois com a sequência do filme do ouriço azul e o baseado Super Mario, todas essas adaptações de games estão agradando tanto à crítica especializada quanto aos fãs. A aclamada adaptação de The Last Of Us, que foi indicada tanto ao Globo de Ouro quanto ao Emmy, é outro bom exemplo disso.
Já temos séries em animação de Persona, Castlevânia, Street Fighter e Dragon Quest. Sonhar que todas essas histórias possam se cruzar numa superprodução é difícil, sim, mas imaginar uma colaboração entre os filmes já lançados de Mario, Pokémon e Sonic está cada vez mais empolgante. O próprio diretor dos filmes da mascote da Sega, Jeff Fowler, afirmou que tinha interesse em fazer uma adaptação cinematográfica de Super Smash Bros., mesmo com todos os obstáculos legais envolvidos.
Tipo... Se tudo desse certo, poderíamos ver Mario como sendo o nosso novo Homem de Ferro, o personagem pioneiro numa sequência de adaptações de jogos que farão parte de um universo compartilhado. Se a Nintendo já anunciou que está fazendo um filme de The Legend of Zelda, não duvido de que a empresa, depois, anuncie também uma animação no estilo Minions de Pikmin, um filme mais família baseado em EarthBound, uma guerra nas estrelas inspirada em Metroid e outra em “Star Fox”, além de um filme com muita guerra e fantasia de Fire Emblem, à la Senhor dos Anéis.
Isso parece ser um fenômeno padrão nesta nova indústria que está surgindo (a indústria que adapta “bem” os jogos para o cinema). Jim Ryan, por exemplo, o antigo chefão da Sony, hoje aposentado, afirmou em entrevista à revista japonesa Famitsu que o jogo The Last Of Us teve um grande aumento de vendas quando a adaptação do game para a série foi lançada.
Lembro até hoje a primeira vez que joguei Super Smash Bros., para Nintendo 64. Como eu não tinha internet, nem muitos amigos gamers, foi a primeira experiência que eu tive com a ideia de um crossover nos games e a minha reação foi, tipo... “Macacos me mordam! Que jogo legal!”.
Na ocasião, eu só conhecia cinco dos personagens disponíveis: Mario, Pikachu, Donkey Kong, Luigi e Jigglypuff. Nem Link, de Zelda, eu conhecia, mas, depois de jogar muito Smash, eu me lembro de correr atrás de informações de cada um dos personagens disponíveis, jogar todos os games ali citados e de virar fã deles. Inclusive, um dos meus personagens favoritos é o Ness, de EarthBound.
O que eu quero argumentar é que, o mesmo sentimento de curiosidade que nós, gamers nintendistas, passamos quando nos deparamos com um novo personagem introduzido em Super Smash Bros. pode ser extrapolado para qualquer pessoa aleatória que caia, de paraquedas, numa sala de cinema que reproduza algum dos hipotéticos futuros lançamentos do Nintendo Cinematic Universe (NCU) — cá entre nós, o termo em inglês faz a coisa parecer ser mais real.
Enfim, será maravilhoso para os milhões de fãs ver os jogos na telona, e, claro, para a Nintendo, que conseguirár “imprimir” mais dinheiro ainda com seus personagens. Todo mundo sai ganhando com essa história.
Porém, em meio a essa “crise”, os filmes baseados em videogames não estão decepcionando. Primeiro com Detetive Pikachu (inspirado em um jogo de Pokémon do mesmo nome) e Sonic: O Filme, ambos lançados em 2019, depois com a sequência do filme do ouriço azul e o baseado Super Mario, todas essas adaptações de games estão agradando tanto à crítica especializada quanto aos fãs. A aclamada adaptação de The Last Of Us, que foi indicada tanto ao Globo de Ouro quanto ao Emmy, é outro bom exemplo disso.
Já temos séries em animação de Persona, Castlevânia, Street Fighter e Dragon Quest. Sonhar que todas essas histórias possam se cruzar numa superprodução é difícil, sim, mas imaginar uma colaboração entre os filmes já lançados de Mario, Pokémon e Sonic está cada vez mais empolgante. O próprio diretor dos filmes da mascote da Sega, Jeff Fowler, afirmou que tinha interesse em fazer uma adaptação cinematográfica de Super Smash Bros., mesmo com todos os obstáculos legais envolvidos.
Tipo... Se tudo desse certo, poderíamos ver Mario como sendo o nosso novo Homem de Ferro, o personagem pioneiro numa sequência de adaptações de jogos que farão parte de um universo compartilhado. Se a Nintendo já anunciou que está fazendo um filme de The Legend of Zelda, não duvido de que a empresa, depois, anuncie também uma animação no estilo Minions de Pikmin, um filme mais família baseado em EarthBound, uma guerra nas estrelas inspirada em Metroid e outra em “Star Fox”, além de um filme com muita guerra e fantasia de Fire Emblem, à la Senhor dos Anéis.
Créditos da imagem: https://www.deviantart.com/kajiroart/art/Super-Mario-Iron-Man-982857563 |
Os jogos da Nintendo vão vender mais
Quando a Marvel lança um novo super-herói nos cinemas, as vendas de brinquedos e de quadrinhos daquele personagem passam a aumentar. E o mesmo tende a acontecer com as demais franquias da Nintendo, se o UCN for real. A prova disso é que os jogos da franquia Mario venderam super bem devido ao lançamento do filme.Isso parece ser um fenômeno padrão nesta nova indústria que está surgindo (a indústria que adapta “bem” os jogos para o cinema). Jim Ryan, por exemplo, o antigo chefão da Sony, hoje aposentado, afirmou em entrevista à revista japonesa Famitsu que o jogo The Last Of Us teve um grande aumento de vendas quando a adaptação do game para a série foi lançada.
Lembro até hoje a primeira vez que joguei Super Smash Bros., para Nintendo 64. Como eu não tinha internet, nem muitos amigos gamers, foi a primeira experiência que eu tive com a ideia de um crossover nos games e a minha reação foi, tipo... “Macacos me mordam! Que jogo legal!”.
Na ocasião, eu só conhecia cinco dos personagens disponíveis: Mario, Pikachu, Donkey Kong, Luigi e Jigglypuff. Nem Link, de Zelda, eu conhecia, mas, depois de jogar muito Smash, eu me lembro de correr atrás de informações de cada um dos personagens disponíveis, jogar todos os games ali citados e de virar fã deles. Inclusive, um dos meus personagens favoritos é o Ness, de EarthBound.
O que eu quero argumentar é que, o mesmo sentimento de curiosidade que nós, gamers nintendistas, passamos quando nos deparamos com um novo personagem introduzido em Super Smash Bros. pode ser extrapolado para qualquer pessoa aleatória que caia, de paraquedas, numa sala de cinema que reproduza algum dos hipotéticos futuros lançamentos do Nintendo Cinematic Universe (NCU) — cá entre nós, o termo em inglês faz a coisa parecer ser mais real.
Enfim, será maravilhoso para os milhões de fãs ver os jogos na telona, e, claro, para a Nintendo, que conseguirár “imprimir” mais dinheiro ainda com seus personagens. Todo mundo sai ganhando com essa história.
Créditos da imagem: https://www.nintendoblast.com.br/2021/02/switch-e-o-console-de-menor-custo-para-o-consumidor-aponta-estudo.html |
Revisão: Juliana Paiva Zapparoli
Capa: Agt Design