Para isso, cheguei à conclusão de que Fire Emblem Engage e Fire Emblem Heroes seriam os jogos ideais para a comparação pretendida, já que poderíamos aproveitar o sistema dos Emblem Rings como uma substituição ao de Personas presente em P5T, enquanto o mobage traz a simplicidade necessária para fazer o crossover funcionar. Sendo assim, resta-nos apenas teorizar como funcionariam a movimentação, habilidades e a adaptação das classes para esse universo. Vamos lá?
Movimentação dos personagens
Uma das características de Persona 5 Tactica é a limitação na movimentação dos personagens. No spin-off da Atlus, mesmo que todos os Phantom Thieves possuam em sua árvore a habilidade God-Like Speed, que aumenta o movimento em um espaço, no fim das contas, eles sempre percorrerão distâncias diferentes em campo.
Como Fire Emblem também tem essa limitação na movimentação de acordo com as classes das unidades, esta parte é a mais fácil de adaptar. Poderíamos considerar que personagens de infantaria podem percorrer 5 espaços; cavalaria, 6; armadura pesada (armored), 4; e voadores (flying), 7. Desse modo, respeitaríamos também as limitações das classes, com cavalaria percorrendo maior terreno e voadores ignorando completamente os obstáculos no caminho.
Além disso, poderíamos considerar que unidades de cavalaria e armored não podem alcançar locais mais elevados nos mapas; em contrapartida, se esses personagens começarem o combate em terrenos assim, sofrem mais dano se forem derrubados, por serem naturalmente mais pesados.
Habilidades, ataques e classes
Em Persona 5 Tactica, os Phantom Thieves têm três opções de ataque: corpo a corpo (melee), a distância (gun) e mágica (skill) — esta última proveniente das Personas. No entanto, em Fire Emblem, nem todas as classes têm acesso a ataques a distância, então é aqui que os Emblems introduzidos em Engage brilham: se simplificarmos a vasta gama de habilidades que eles oferecem, poderíamos ter uma árvore distribuída da seguinte forma:
- Habilidades exclusivas do personagem;
- Habilidades exclusivas de classe; e
- Habilidades especiais provenientes do Emblem equipado (de acordo com a classe e o tipo de movimento).
Uma observação importante a se considerar é que as opções de ataque normal não se aplicam a todas as classes: arqueiros, ladrões e magos, por exemplo, não têm acesso a ataques melee, enquanto espadachins e lanceiros não atacam a distância. Neste contexto, levamos em consideração as limitações impostas por Fire Emblem Heroes — e qualquer exceção a essa regra seria proveniente dos Emblems equipados pelos personagens.
Ainda tendo em mente as limitações de Heroes, poderíamos incluir como parte das habilidades a melhoria das armas dos personagens na parte de classe (por exemplo, Iron Lance > Steel Lance > Silver Lance, como na screenshot abaixo) para potencializar o dano causado, sendo uma arma exclusiva desbloqueada apenas na promoção de classe. As fraquezas e resistências de cada unidade continuam, já que o triângulo de armas é praticamente a marca registrada de Fire Emblem.
Por fim, mais uma vez precisaríamos simplificar o tipo de promoção dos personagens a opções pré-definidas, como já mencionei em textos anteriores. Para isso, os melhores exemplos que poderíamos utilizar são Path of Radiance e The Sacred Stones, porém com base no nível do personagem, para manter o paralelismo com Persona 5 Tactica.
De toda forma, levando em consideração que o sistema precisa ser simplificado, neste crossover hipotético, a mudança de classe só serviria para ter acesso a habilidades mais avançadas nas árvores, além de afetar os parâmetros HP e MP — sim, para utilizar as habilidades dos Emblems, os personagens devem consumir MP, como de praxe.
Considerações finais
Acredito que um Fire Emblem com jogabilidade de Persona 5 Tactica não fugiria muito das mecânicas que a franquia da Intelligent Systems oferece, ainda mais por se tratar de dois jogos que se enquadram na categoria de estratégia. Qual a sua opinião a respeito de mais uma ideia mirabolante minha? Você jogaria um crossover assim?
Discussões passadas
Revisão: Davi Sousa
Capa e esquemas: Thais Santos