Após quase 15 anos de expectativa, a lendária saga Prince of Persia está prestes a ressurgir das areias do esquecimento com um capítulo inédito e empolgante: Prince of Persia: The Lost Crown. Com lançamento agendado para 18 de janeiro de 2024, este jogo marca uma reviravolta na franquia, prometendo não apenas uma experiência inovadora, mas também a ressurreição de um ícone dos videogames. Desenvolvido pela Ubisoft, este jogo de plataforma 2.5D promete resgatar a essência clássica de Prince of Persia, afastando-se do último título da série, The Forgotten Sands (2010), para proporcionar uma experiência totalmente nova.
De príncipe a guerreiro
Vou ser sincera aqui: meu contato com a série Prince of Persia se resume a uma experiência similar ao que pode ser visto no canal Girlfriend Reviews, só que, em vez de acompanhar um namorado jogando, no meu caso era meu irmão mais novo. Mesmo assim, fiquei muito atraída pela premissa de The Lost Crown, que parece ser uma boa experiência de ação e exploração que um metroidvania pode oferecer.Como sabemos, a narrativa se desenrolará nas sombras imponentes de Mount Qaf. Diferentemente dos capítulos anteriores, que giravam em torno do Príncipe sem nome, The Lost Crown nos apresenta a Sargon, um combatente pertencente ao clã guerreiro dos Imortais. Enviado em uma missão para resgatar o sequestrado Príncipe Ghassan, Sargon trilha um caminho desconhecido em direção a um local enigmático onde o tempo se distorce, desencadeando diversos eventos imprevisíveis e desafios diferenciados.
Em termos de enredo, não temos tantas informações na demo. Começamos a jogar no momento em que os Imortais chegam ao monte, então praticamente somos jogados direto para testar a ação, então estamos limitados ao conhecimento já disperso pelos trailers. Mas, bem, apesar de a missão para resgatar alguém capturado ser algo relativamente batido quando falamos do desenrolar de narrativas de videogames, essa mudança na abordagem da lenda promete uma história envolvente e distintiva para o mundo de Prince of Persia.
Uma das mudanças mais marcantes é a transição do formato 3D para o 2.5D em The Lost Crown. Enquanto The Forgotten Sands explorou o ambiente tridimensional, The Lost Crown adota uma abordagem mais linear, combinando deslocamento lateral e elementos tridimensionais. Pela demonstração, é possível perceber que os movimentos são executados de maneira precisa e responsiva, o que é essencial para um game dessa natureza.
Essa mudança de perspectiva adiciona uma camada única à jogabilidade, oferecendo uma experiência mais focada na ação e na plataforma. Sendo assim, Prince of Persia: The Lost Crown mergulha de cabeça no gênero Metroidvania, prometendo aos jogadores uma experiência de exploração única e recompensadora.
Saltos mortais e pancadaria na medida certa para todos
O controle sobre o tempo, uma característica central da franquia, retorna de maneira inovadora. Pelos trailers, podemos ver que Sargon adquire poderes temporais, como espiar através do tempo, revelando paredes ou plataformas presentes em outras épocas, tornando possível a interação com elas; e criar um eco de si mesmo para um teletransporte ágil para uma outra posição, o que promete um combate dinâmico e uma exploração diferenciada.
Na demo, temos poucas opções para testar, infelizmente: apesar de termos a oportunidade de testar habilidades de endgame, estamos limitados a dois golpes para a primeira barra de Athra (um que dispara um dano lateral e outro, vertical), e apenas um para a segunda barra, que causa uma grande explosão que empurra inimigos e cura com o tempo. Temos também a opção de equipar alguns amuletos, que conferem habilidades diversas, como recuperar um pouco de vida por ataque ou aumentar a quantidade de vida do personagem, o que é bem útil dada a dificuldade do jogo.
Mas apesar de limitados no teste de combate, podemos ter uma boa noção do que vem por aí em termos de plataforma, com a possibilidade de explorar boa parte das áreas da Cidade Baixa e da Floresta Hircânia. Nessas áreas, temos a oportunidade de enfrentar sequências intensas de desafios, com paredes espinhosas e grandes rolos compressores prontos para detonar nosso personagem. Também temos alguns puzzles nos quais é necessário fazer uso simultâneo do arco e dos saltos, o que é uma boa oportunidade para testar agilidade e precisão.
Como esperado, nem todos os caminhos estarão abertos para Sargon desde o início, pois alguns obstáculos requerem determinados Poderes do Tempo específicos. Na demo, algumas barreiras a mais foram adicionadas, para manter segredo do produto final e ter uma degustação mais guiada.
Apesar da dificuldade e precisão, não pense que alguém vai ficar de fora: a Ubisoft revelou também em seu trailer de Acessibilidade muitas opções que permitirão jogadores de diferentes níveis de habilidade aproveitarem o jogo à sua própria maneira, e podemos pela demo ter uma ideia de como isso vai impactar na gameplay final.
Pela tela de opções, é possível, por exemplo, ativar o modo de alto contraste, cujas cores são totalmente personalizáveis. Ainda, podemos mover sliders que aumentam ou diminuem separadamente o dano recebido e aplicado nos inimigos, bem como ativar opções que dão conta de pular completamente sequências inteiras de plataforma consideradas desafiadoras (uma espécie de portal aparece na frente do jogador e, entrando nele, somos teleportados para outra parte do mapa, após os desafios complexos).
Todas essas opções de acessibilidade estão disponíveis em todos os níveis de dificuldade, então é possível criar uma experiência de jogo totalmente pessoal, o que permite aos jogadores menos habilidosos em combate curtirem apenas os desafios das áreas ou o contrário, jogadores que apenas querem ver o quebra-pau podem ir diretamente para o combate.
Por fim, mas não menos importante, vale lembrar que o texto do jogo está todo traduzido para o português do Brasil, desde a hud até as legendas. Uma pena não termos dublagem em nossa língua.
Príncipes, Bestas e Mistérios
Revisão: Vitor Tibério