Prince of Persia (SNES) é uma viagem além do tempo e dos limites

Embarque em uma jornada ao coração da Pérsia, onde as masmorras escondem segredos e o destino de um reino pende na balança.

em 19/01/2024


Prince of Persia, uma obra icônica criada por Jordan Mechner, transcendeu suas origens no Apple II, cativando jogadores com animações fluidas e desafios chamativos. Em 1992, o Super Nintendo Entertainment System (SNES) recebeu uma versão aprimorada, adicionando camadas de desafio e esplendor visual a este clássico. 

Mil e uma noites no SNES

A trama de Prince of Persia se desenrola na antiga Pérsia, um reino envolto em perigos e intrigas. Quando o Sultão parte para a guerra, seu astuto Grã-Vizir, Jaffar, aproveita a oportunidade para trair e usurpar o trono. O plano maquiavélico de Jaffar inclui sequestrar a filha do Sultão, a bela Princesa, forçando-a a aceitar sua proposta sinistra de matrimônio.




A partir daí, a narrativa se desdobra com nosso herói, um príncipe corajoso e destemido, arremessado nas profundezas traiçoeiras de uma masmorra  pelo ardiloso Jaffar. O desafio é claro: escapar das garras do vilão e desvendar os enigmas para salvar o dia.

No entanto, nosso herói não terá uma tarefa fácil: o tempo, implacável, adiciona uma camada extra à jogabilidade já desafiadora do game. Com apenas 120 minutos para completar a jornada desde as profundezas da masmorra até o topo do palácio de Jaffar, o jogador é mantido sob constante pressão, com cada morte significando o retorno a estágios previamente percorridos.




Ao chegar ao Super Nintendo, Prince of Persia ganha novos contornos, com gráficos refinados, fases expandidas e desafios que testam não apenas as habilidades do jogador, mas também sua paciência e estratégia. Nesta épica jornada, cada passo é uma dança entre a vida e a morte e cada segundo conta na busca pela libertação da princesa. 

A versão de Prince of Persia para o Super Nintendo se destaca como uma experiência diferenciada, ao compararmos com outras versões do jogo. Uma das diferenças mais notáveis reside no tempo disponível para completar a campanha: enquanto outras versões oferecem um limite de tempo de uma hora, a versão de SNES amplia esse prazo para duas horas.

Esse aumento no tempo não vem de graça, no entanto: o SNES apresenta uma variedade de áreas expandidas e novas, com novos desafios e inimigos, ou mesmo diferentes tipos de adversários para áreas já conhecidas em outras plataformas.

Vale notar que há algumas diferenças entre as versões japonesa e a internacional. Enquanto ambas mostram o jovem príncipe sendo espancado pelos guardas no início do jogo, é na versão japonesa que essa cena é intensificada, apresentando os guardas arrastando o príncipe antes de levá-lo para a cela onde a aventura se inicia. Em termos de simbologia, a censura se faz presente em praticamente todas as vezes em que pentagramas aparecem na tela: na versão ocidental, esses símbolos foram substituídos por padrões decorativos menos controversos. 

Outros símbolos substituem os pentagramas na versão ocidental (screenshots: Movie Censorship)


A dança do príncipe

A jogabilidade de Prince of Persia no Super Nintendo é uma experiência desafiadora, na qual cada movimento do controle é crucial na luta pela sobrevivência de nosso herói sem nome. Para a época, o príncipe realiza acrobacias até que bem fluidas e realistas. O jogador enfrenta desafios de plataformas envolventes, para os quais saltos precisos, corridas cronometradas e escaladas habilidosas são essenciais para superar obstáculos traiçoeiros. 

Os encontros com guardas leais de Jaffar e até mesmo esqueletos animados elevam a jogabilidade do game a novos níveis. Os duelos de espadas exigem não apenas habilidades ágeis, mas também estratégia astuta, pois empurrar oponentes para armadilhas ou bordas de precipícios é muitas vezes a chave para a vitória.




Além dos desafios físicos, Prince of Persia apresenta quebra-cabeças elaborados que testam a mente do jogador. A exploração minuciosa é recompensada com passagens secretas e atalhos, incentivando os aventureiros mais destemidos a desvendar os segredos ocultos nos cenários do jogo. Claro, ao custo de, talvez, mais mortes do que gostariam.

Enfim, a jogabilidade desafiadora, combinada com a variedade de inimigos, armadilhas e quebra-cabeças, nos mantém envolvidos. Além disso, a progressão da dificuldade torna a jornada emocionante; no entanto, a adaptação para o Super Nintendo trouxe desafios nos controles, especialmente quando comparados à versão original de PC, o que pode causar certa dor de cabeça para os que ousarem desafiar Jaffar nessa versão. Apesar de tudo, a versão de SNES é uma das mais elogiadas no quesito input.



Entre pixels e melodias

A transição de Prince of Persia para o Super Nintendo marcou não apenas uma evolução na jogabilidade, mas também uma transformação visual impressionante. As masmorras escuras e os corredores ganharam detalhes mais nítidos, e a evolução do visual ao longo das diferentes fases, dos confins sombrios às áreas externas do palácio, é visível.


A trilha sonora complementa perfeitamente a jornada de 16 bits do príncipe pela Pérsia. As melodias, com influências persas, estabelecem uma atmosfera única, mergulhando os jogadores nas complexidades do reino. 

Imortalidade em bits

Ao mergulhar neste clássico, nos tornamos parte de uma tradição que ultrapassa gerações, testando nossa habilidade e resistência contra as adversidades do reino persa. Prince of Persia no SNES perdura como uma experiência única e memorável, transcendendo barreiras culturais e consolidando seu lugar na história dos jogos.

Revisão: Davi Sousa
Fontes: Movie Censorship (informações sobre a censura), MobyGames (screenshots)



Professora por profissão, crossfiteira e artesã nas horas vagas. Seu primeiro contato com consoles da Nintendo foi zerando Chrono Trigger repetidas vezes no SNES. Atualmente é dona de um Switch no qual joga principalmente puzzles, jogos de pesca, RPGs e todos os Disgaea que para ele foram lançados. Icon por 0range0ceans
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