Em 11 de outubro de 2018 as telas do Switch receberam uma verdadeira obra de arte. Child of Light é um encantador RPG em plataformas descrito pelos seus criadores como um “poema jogável”. Essa afirmação que justifica-se pela belíssima apresentação da obra em lindas artes aquareladas, música primorosa e diálogos apresentados em forma de rimas conquistou uma legião de fãs em diversas plataformas, inclusive no híbrido da Nintendo.
Era uma vez…
Child of Light apresenta-se como um conto de fadas digital em que acompanhamos a saga de Aurora, uma menina pequena, filha de um duque austríaco. Aurora morre logo após a apresentação de uma peça de teatro na véspera da Páscoa de 1895 e ressuscita em um mundo paralelo chamado Lemuria.
Achando que está em um sonho, Aurora busca um meio de voltar para casa e descobre que o mundo em que ela se encontra está ameaçado de ficar para sempre na escuridão, pois o Sol, a Lua e as estrelas foram roubados do firmamento. Cabe à pequena princesa restaurar a luz para Lemuria e voltar para o seu pai doente na Áustria. Em sua jornada a princesa encontrará muitos amigos, mas também enfrentará os perigos e traições impiedosas das forças das trevas.
Uma obra de arte jogável
O maior atrativo de Child of Light é o tratamento artístico que envolve todos os aspectos do jogo. A começar pela sua estética visual, apresentada em artes aquareladas deslumbrantes, que lembram muito um livro ilustrado pintado à mão.
A narrativa também se apresenta como um conto de fadas e aborda a clássica jornada da amizade e da esperança, que contrasta com sentimentos de perda e desafio. Como poderá uma criança pequena enfrentar as forças das trevas e empreender uma tarefa tão árdua quanto restaurar o Sol, a Lua e as estrelas?
Os diálogos são todos apresentados em forma poética e seguem uma estrutura lírica no formato AABA, em que a segunda e a quarta linhas rimam. Pela aventura é possível encontrar fragmentos colecionáveis chamados “confissões”, que são cartas que apresentam novos elementos da história na forma de sonetos.
Por fim, a música também é um aspecto memorável nessa aventura. Criada pela compositora canadense Béatrice Martin, também conhecida como Cœur de pirate, a trilha sonora embala a aventura de Aurora em ritmos que misturam sentimentos contrastantes de melancolia e esperança. Os temas de batalha, gravados com a Orquestra Sinfônica de Bratislava, também são particularmente marcantes, acompanhando os combates de forma absolutamente épica.
Child of Switch
O lançamento para o híbrido da Nintendo aconteceu tardiamente em relação a outras plataformas, que em sua maioria receberam Child of Light em 2014. Isso inclui até mesmo o irmão mais velho do Switch, o Wii U.
Porém, ser um dos últimos consoles a receber um jogo também tem suas vantagens. A versão para Switch inclui todo o conteúdo adicional já lançado para o RPG, com uma missão adicional para o Golem, dois visuais alternativos para Aurora, um pacote de itens de reforço já disponível no começo da campanha e uma habilidade de cura adicional para a princesa.
Mas, na minha opinião, o que mais se destaca na versão para o Switch é a excelente implementação dos controles com a tela sensível ao toque. No híbrido da Nintendo é possível controlar o vagalume Igniculus usando essa funcionalidade, o que torna muito mais simples e intuitivo fazer com que ele pegue itens ou cegue oponentes, bastando para isso apontar com o dedo o elemento com o qual você deseja interagir.
Como num conto de fadas
Child of Light é mais uma joia na excelente biblioteca do Switch. Mais que um jogo, é uma experiência interativa inesquecível com um verdadeiro conto de fadas digital. A belíssima e poética batalha da luz contra as trevas protagonizada pela pequena Aurora comprova de forma indiscutível que videogames são definitivamente uma forma de arte.
Ouça também nosso podcast especial sobre Child of Light.
Revisão: Vitor Tibério