A série derivada de Dragon Quest, Dragon Quest Monsters, comemora seu 25º aniversário em 2023. E que maneira melhor de celebrar um marco tão significativo do que com um novo lançamento? Dragon Quest Monsters: The Dark Prince é a mais recente adição à franquia e está programado para chegar ao Nintendo Switch no dia primeiro de dezembro.
Para dar aos jogadores uma prévia do que os aguarda nesta nova jornada, uma demo está disponível na eShop, oferecendo três áreas exploráveis repletas de criaturas para recrutar e enfrentar.
Herói ou vilão?
A essência de Dragon Quest Monsters reside na captura e coleção de monstros, criando uma experiência de jogo que, em certos aspectos, lembra Pokémon. Embora essa subsérie tenha visto alguns lançamentos ao longo dos anos, a numeração principal contava apenas com dois títulos, ambos lançados para o Game Boy Color. Agora, Dragon Quest Monsters: The Dark Prince (conhecido no Japão como Dragon Quest Monsters 3) surge como o terceiro capítulo dessa saga.
Em The Dark Prince, acompanhamos a jornada de Psaro, o icônico antagonista de Dragon Quest IV, enquanto ele busca vingança contra o próprio pai, que o amaldiçoou a não conseguir causar dano a monstros. A simples ideia de ter Psaro como protagonista já desperta altas expectativas, pois trata-se de um dos vilões mais fascinantes de toda a franquia. Além disso, a calamidade que o aflige é uma justificação criativa para o uso de monstros em combate, em vez do próprio personagem.
Ao longo dessa jornada, Psaro conhece e conta com a ajuda de aliados, com destaque para Rose, uma jovem que ele salvou em um momento crítico e que, em retribuição, decide acompanhá-lo na busca por uma cura para sua praga. Este relacionamento tem um peso significativo nos eventos de Dragon Quest IV, e é de se esperar que seja explorado de maneira envolvente em Dark Prince.
Na minha infância, meu interesse por Dragon Quest foi despertado pela arte excepcional de Akira Toriyama, o renomado criador de Dragon Ball. Nesse sentido, The Dark Prince mantém o padrão de excelência da franquia, apresentando personagens cativantes, alguns deles com um toque de humor bem dosado.
Com indivíduos extremamente carismáticos e uma dublagem competente, pelo menos em relação aos que foram apresentados na demo, além da premissa de explorar o passado de um dos vilões mais reverenciados da série, esta nova entrada de Monsters promete destacar-se positivamente em termos de enredo.
Entre os reinos dos homens e dos monstros
Conforme já mencionado, a demo de The Dark Prince oferece acesso a três áreas exploráveis repletas de criaturas, uma situada no reino humano de Terrestria e as outras duas em Nadiria, o reino dos monstros. Além dessas regiões, também encontramos locais que funcionam como hubs e abrigam, dentre outros serviços, arenas onde competimos contra outros domadores.
Uma mecânica interessante do jogo é a mudança de estações, que altera significativamente as zonas e os tipos de bichos encontrados nelas. Isso significa que alguns espaços só podem ser acessados em determinados períodos, como mares que congelam durante o inverno. Outro aspecto positivo é o sistema de transporte rápido, que nos permite viajar entre pontos do mesmo território ou de outros com poucos comandos.
Dessa forma, temos uma exploração agradável em Dark Prince, não somente com áreas que diferem substancialmente entre si, mas que também sofrem alterações periódicas. No geral, o desempenho no Switch é satisfatório, com algumas raras quedas de quadros que não prejudicam a jogabilidade. O tempo de carregamento entre as transições de cenários e batalhas também merece destaque, pois é relativamente rápido.
Recrutar e batalhar
Os combates em The Dark Prince são baseados em turnos, nos entregando a possibilidade de escolher comandos e habilidades para cada monstro ou configurar táticas predefinidas, como "Show No Mercy" para maximizar o dano, "Weaken the Enemy" para aplicar efeitos negativos nos adversários, ou "Focus on Healing" para priorizar a recuperação de aliados. Ademais, a opção de aumentar a velocidade e automatizar os combates é conveniente, podendo ser ativada ou desativada com facilidade durante as batalhas.
Cada tipo de monstro possui fraquezas, resistências e habilidades únicas, tornando os combates dinâmicos e estratégicos. Durante a aventura, você pode montar uma equipe de quatro criaturas principais e mais quatro reservas, trocando-as conforme a necessidade durante a batalha.
Como é comum em jogos desse gênero, também conseguimos combinar monstros para criar novas criaturas. A promessa é que o game incluirá mais de 500 bichos, e a demo já ofereceu um vislumbre de sua grande diversidade. Para recrutar novos aliados, podemos convencê-los com demonstrações de força por meio de um comando específico durante os confrontos ou torcer para que eles decidam se juntar a nós após uma luta. Diversas espécies de itens, como alimentos, também podem ser usados para aumentar nossas chances.
A única ressalva que faço, e que espero que se restrinja a essa versão prévia, é a ausência de um desafio significativo. As batalhas e regiões disponíveis na demonstração podem ser vencidas com facilidade, mesmo no automático, bastando montar uma equipe razoavelmente equilibrada entre ataque e cura.
Em resumo, os combates centrados em monstros em The Dark Prince prometem ser envolventes e divertidos, oferecendo uma ampla variedade de formação de equipes e táticas diversas. Resta torcer para que o jogo apresente desafios mais complexos, permitindo aos jogadores aproveitar ao máximo todas as mecânicas e possibilidades disponíveis.
Promissora celebração
Dragon Quest Monsters: The Dark Prince tem a missão de celebrar os 25 anos desta série derivada e, possivelmente, atrair novos jogadores ocidentais, visto que aqui ela ainda não desfruta da mesma popularidade que tem no Japão. Apesar da breve duração da demo, as expectativas para este lançamento estão elevadas, e tudo indica que teremos mais um excelente representante desta rica e importante franquia.
Revisão: Cristiane Amarante