Persona 5 Tactica chega ao Switch e demais plataformas em 17 de novembro, mas a SEGA disponibilizou, durante a última edição da Brasil Game Show, uma demo do jogo para os visitantes do estande da empresa. Apesar de eu não ter tido a oportunidade de testar todas funcionalidades deste spin-off baseado na quinta entrada da série Persona, posso dizer que o resultado foi bastante satisfatório e tem de tudo para agradar não apenas a fãs da franquia derivada de Shin Megami Tensei, como também a pessoas que curtem um bom jogo tático.
Uma realidade diferente da dos Castelos
Em Persona 5 Tactica, temos os Phantom Thieves em uma realidade paralela à nossa, cujo cenário lembra muito a era medieval. Como Joker e companhia foram parar lá é um mistério, mas é sabido que esse lugar está sob o controle de uma grande tirana, contra a qual Erina, uma personagem original deste spin-off, travou uma guerra em prol da liberdade de seu povo.
Infelizmente, não consigo adiantar o andar da carruagem como um todo, pois, quando chegou minha vez de experimentar o jogo, o software já estava em um ponto em que Joker, Morgana e Erina compunham uma equipe para enfrentar as tropas inimigas. No entanto, se P5T seguir as mesmas linhas da obra em que se baseia, podemos esperar vários momentos de interação entre os personagens, bem como cutscenes e porções narrativas que lembram uma visual novel.
Antes de entrar na jogabilidade em si, quero comentar brevemente sobre a estética visual do jogo e levantar algumas hipóteses sobre a performance no Switch, que deve ser o que mais pesa para os donos do console híbrido da Nintendo. Como a versão disponibilizada na BGS era a de Xbox Series X, os gráficos 3D eram bastante fluidos e o jogo rodava sem lags ou quaisquer tipos de atrasos nos comandos; contudo, é muito provável que a versão para Switch receba um downgrade visual para ter um desempenho satisfatório, mas, se o resultado for similar ao de Persona 5 Royal, então os fãs não terão do que reclamar.
Adaptando todo um sistema para o combate tático
Pelo que pude entender dos combates, nossa equipe é composta por apenas três integrantes. Antes de iniciarmos a missão, podemos escolher quais aliados levar ao campo de batalha, equipar habilidades e mais, algo similar às telas de preparação de outros jogos estratégicos/táticos que existem no mercado.
Os personagens possuem movimentação fixa e é importante saber onde posicioná-los, uma vez que os cenários apresentam diversos obstáculos que podem ser usados para anular ou diminuir significativamente o dano causado pelo oponente. Contudo, essas coberturas também servem para as forças inimigas, então é importante explorar meios de evitar que elas dominem esses pontos estratégicos.
Tanto aliados quanto oponentes mal-posicionados estão suscetíveis a golpes críticos, ocasionando o 1-more, sistema que permite que aquele boneco atue novamente no mesmo turno. Essa mecânica também parece ser aplicada aos danos elementais já introduzidos em Shin Megami Tensei/Persona, então é interessante que tenhamos isso em mente ao compor a equipe para lidar com os oponentes de cada missão.
Assim como acontece nos jogos de Persona, P5T também conta com uma espécie de All-Out Attack, chamada de Triple Threat Attack. Para funcionar, no entanto, todos os personagens aliados precisam, além de ter movimentos restantes, cercar o inimigo caído no chão, a fim de formar um triângulo. Apesar de ser um movimento adicional e opcional, o Triple Threat Attack é capaz de causar um dano satisfatório aos oponentes, então é outro trunfo que podemos ativar em situações mais acirradas, por assim dizer.
Também me chamou a atenção o modo como as habilidades de cada personagem foram dispostas em skill trees, que incluem não apenas as técnicas de cada Persona, como também parâmetros individuais de cada aliado. Infelizmente, o tempo que tive com a demo não me permitiu explorar a fundo as potências de Joker, Morgana e Erina, mas a presença desse sistema já deu a entender, pelo menos no meu caso, que os aliados dependerão muito mais de suas árvores de habilidades do que das Personas que equipam.
Persona que não é tão Persona assim
É uma pena que eu não tenha tido tanto tempo para explorar todo o potencial de Persona 5 Tactica; porém, os cinco minutos que me foram disponíveis com a demo me deixaram ainda mais curiosa para conferir o jogo na íntegra. Além de trazer todo o rico universo de uma franquia consagrada, temos neste spin-off uma mescla interessante de diversos sistemas existentes em RPGs (táticos ou não), fazendo com que P5T tenha potencial de sobra para angariar ainda mais fãs.
Revisão: Davi Sousa
Fotos: Ivanir Ignacchitti