Análise: Samba de Amigo: Party Central (Switch) amplifica o seu repertório musical com DLCs temáticos

Confira o que pode ser encontrado nas expansões Sonic the Hedgehog Music Pack, Sega Music Pack, K-Pop Music Pack e Japanese Music Pack.

em 09/10/2023
No final de agosto, Samba de Amigo: Party Central chegou ao Switch com a façanha de divertir os jogadores ao transformar os Joy-Con em maracas. Apesar de suas falhas, que incluíam um repertório limitado, o título vem recebendo conteúdos adicionais desde o lançamento por meio de pacotes temáticos. 


Diante disso, preparamos uma breve análise dos quatro DLCs iniciais publicados até então: Sonic the Hedgehog Music Pack, Sega Music Pack, K-Pop Music Pack e Japanese Music Pack. Será que estes lançamentos adicionais são capazes de incrementar a diversão do título ou representam uma estratégia comercial equivocada da SEGA?

Aumentando a duração da festa com a cultura oriental

Para aumentar seu repertório musical, Samba de Amigo: Party Central incorporou novas canções por meio de pequenos conteúdos temáticos que custam R$ 24,00, cada qual com três faixas inéditas. Dessa forma, se considerarmos as duas trilhas que foram adicionadas gratuitamente na semana de seu lançamento (Let's Take a Shot e Shake Señora), isso significa que, após quatro levas de DLCs, o título passou de 40 para 54 músicas em sua totalidade.


Dois desses pacotes recentemente disponibilizados trataram de aumentar a diversidade cultural do jogo com canções orientais, sendo um deles o Japanese Music Pack, formado pelas músicas Kaikai Kitan, de Eve; KING, de GUMI; e MATSUKENSAMBA II, de Ken Matsudaira. Enquanto as duas primeiras estampam um estilo característico do J-POP, trazendo coreografias intensas, a terceira faixa é um inusitado samba japonês que surpreende pelo gingado exigido na gameplay.

O outro DLC que estreou recentemente é o K-Pop Music Pack. Embarcando na onda de sucesso de seu gênero, ele apresenta as faixas Dynamite e Permission to Dance, do BTS; e Cupid (Twin Version) - Sped-Up, do girl group Fifty Fifty. De forma notável, as três músicas contam com uma gameplay divertida e possuem méritos ao reunir três sucessos relativamente recentes, que atingem bilhões de plays nos serviços de streaming.

A minha única crítica ao trio de músicas coreanas vai para a presença dupla do BTS. Não me leve a mal, as duas canções são verdadeiros sucessos de um grupo que está levando o K-Pop ao topo das paradas nos últimos anos; porém, sinto que houve uma oportunidade desperdiçada de inserir outro artista coreano, como BLACKPINK, TWICE ou EXO, o que deixaria o pacote mais diversificado.

A valorização das OST de jogos enquanto canções populares

Assim como os conteúdos mencionados se conectam por sua interface oriental, outros dois DLCs lançados também se ligam por um aspecto específico: a inclusão da trilha sonora de videogames. O primeiro deles, disponibilizado no lançamento de Party Central, é o Sonic the Hedgehog Music Pack, com três canções de aventuras do ouriço azul que marcaram presença nos consoles da Nintendo: Open Your Heart, de Sonic Adventure (GC); Reach For The Stars, de Sonic Colors: Ultimate (Switch); e I'm Here, de Sonic Frontiers (Switch).

Além da diversão das coreografias e do fato que as animações exibem o ouriço azul dançando na pista, elas são canções animadas que se caracterizam pela presença de riffs de guitarra, como costuma ocorrer nas aventuras de Sonic. Uma pena, porém, que esse pacote só pode ser adquirido por meio da edição Deluxe do jogo, não sendo vendido separadamente na loja digital do Switch.

Por fim, o Sega Music Pack é outra iniciativa divertida ao trazer as faixas Go Go Cheer Girl!, de Space Channel 5 (GBA); Theme of Phantom R, de Rhythm Thief & The Emperor's Treasure (3DS); e Baka Mitai (Taxi Driver Edition), da série Yakuza. Esta última destoa por ser mais lenta e ter movimentos artificiais, enquanto as duas primeiras se encaixam perfeitamente na proposta da franquia Samba de Amigo, ainda mais se considerarmos que elas são originárias de títulos que também desfrutam de gameplay rítmica.

No entanto, entendo que a principal qualidade destes dois pacotes não está em suas competentes coreografias, mas sim na valorização de trilhas sonoras de jogos enquanto canções que integram a nossa cultura popular. Desse modo, penso que, com o passar dos anos, isso poderá abrir portas para presenciarmos mais OST de games em Samba de Amigo e outras séries musicais.

Um mal que acaba custando caro

Como mencionado anteriormente, Samba de Amigo: Party Central sofre com alguns problemas. Portanto, se considerarmos que a adição desses DLCs não renova ou corrige a sua gameplay, deve-se levar em conta que os principais erros continuam os mesmos, principalmente em termos de controles defeituosos e interfaces poluídas.

Entretanto, há um detalhe que pode ser considerado o principal problema dos packs lançados nos últimos dois meses, que é o já citado elevado preço dos conteúdos adicionais: R$ 24,00 por cada três músicas. Isso significa que quem adquirir a versão tradicional de Party Central, que custa R$ 199,95 na eShop, deverá desembolsar outras dezenas de reais se desejar adicionar as novas músicas à lista de faixas inicial.

Como os DLCs não incrementam a gameplay e nem adicionam novos modos de jogo, entendo que este tipo de conteúdo adicional poderia ser gratuito ou, pelo menos, ser oferecido em pacotes mais abrangentes, com um maior número de canções e principalmente um preço mais coerente com a realidade. Somente assim faria sentido cobrar um valor mais alto pelo conteúdo, que sem sombra de dúvidas é divertido, mas bastante singelo.

Diversão rítmica expandida, dinheiro no bolso reduzido

Por meio de pacotes temáticos, Samba de Amigo: Party Central foi capaz de aumentar o seu interessante repertório musical com os méritos de introduzir canções de diferentes culturas e exaltar o trabalho de compositores de trilhas de videogames. Porém, é inegável que esse conteúdo está sendo oferecido por um preço elevado; com isso, caberá aos jogadores decidir se vale a pena pagar o ingresso para ver Amigo sambar ao som das novas canções, ou se é melhor se retirar e ver a festa acabar um pouco mais cedo.

Prós

  • As expansões possuem boas escolhas de repertório;
  • Os DLCs de K-Pop e Japanese Music trazem maior diversidade cultural;
  • Valorização de trilhas de jogos com Sonic the Hedgehog e Sega Music Pack;
  • Fazendo jus ao conteúdo prévio, as novas danças e animações são divertidas, inclusive exibindo o Sonic arrasando no passinho.

Contras

  • Um preço caro de R$ 24,00 cobrado para cada pacote de três músicas;
  • Sem correções, as danças sofrem com os velhos problemas do jogo base;
  • O K-Pop Music Pack repete artistas e perde a chance de introduzir novos grupos;
  • O Sonic the Hedgehog Pack é, por enquanto, exclusivo da versão Deluxe.
Samba de Amigo: Party Central + Sonic the Hedgehog Music Pack, Sega Music Pack, K-Pop Music Pack e Japanese Music Pack — Switch — Nota: 5.5
Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela SEGA
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Jornalista, colaborador no Nintendo Blast e doutorando em Comunicação Social.
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