Especial Nintendo Switch Online + Expansion Pack: The Legend of Zelda: Oracle of Ages e Oracle of Seasons (GBC)

Conheça essas duas joias do Game Boy Color que desafiam o tempo e as estações, enriquecendo a lenda de Zelda.

em 19/09/2023


The Legend of Zelda: Oracle of Ages e The Legend of Zelda: Oracle of Seasons, lançados em 2001 para o Game Boy Color, se sobressaem como exemplares singulares na renomada franquia da Nintendo. A dupla é um dos raros casos em que a Nintendo permitiu o uso de sua propriedade intelectual para que outra desenvolvedora produzisse um jogo, utilizando-se de seus personagens e mitologia. A empresa escolhida para esta tarefa foi a Flagship, uma subsidiária da Capcom.
 
Resultado de uma colaboração especial entre Nintendo e Capcom, Oracle of Ages e Oracle of Seasons apresentam experiências de gameplay únicas que permitem que os jogadores explorem de Hyrule de maneiras inovadoras, controlando, respectivamente, as eras do tempo e as quatro estações. Tudo isso enquanto mergulham em sua narrativa robusta interligando dois mundos e sendo possível até mesmo desbloquear um final estendido ao completar e conectar ambas as versões.

Um jogo conectado, com um final verdadeiro de difícil acesso

Antigamente, era um desafio alcançar o final verdadeiro da história de Nayru e Din, pois para isso era preciso completar ambas as tramas e inserir um código especial. No início dos anos 2000, especialmente no Brasil, jogos importados eram vistos como artigos de luxo, sendo extremamente caros e de difícil acesso. Era bastante incomum que uma única pessoa tivesse ambas as fitas de Oracle of Ages e Seasons ou mesmo conhecesse alguém que tivesse a outra versão que precisava.

Além do final estendido, diálogos especiais, uma dungeon extra e até mesmo o progresso de algumas sidequests eram inacessíveis caso o jogador não conectasse as histórias. Dois famosos exemplos de missões que não tinham uma conclusão bem fechada apenas com um dos jogos eram os eventos finais envolvendo a rainha Ambi e da subquest do filho de Bipin e Blossom. Outro aspecto era que senhas iam sendo distribuídas durante o jogo e, caso fossem inseridas no outro título, recompensavam o herói com itens exclusivos, melhorias para seu inventário, anéis e entre outros benefícios.
 
Para alegria daqueles que nunca conseguiram zerar totalmente a obra graças aos obstáculos mencionados, a Nintendo anunciou que ambos os títulos seriam lançados no final de julho para sua plataforma de Game Boy no Switch, disponível aos assinantes do serviço Nintendo Switch Online. Agora, é totalmente viável o uso dos códigos para o game link nesta versão.

Din e Nayru como personagens importantes de uma nova saga

Dependendo se você está jogando Oracle of Ages ou Seasons, os eventos das aventuras destoam bastante entre si. Ambas as sagas contam com progressões bem diferenciadas e personagens exclusivos.

Em Oracle of Ages, a história começa com Link acordando em uma floresta. Logo após despertar, o hylian escuta gritos e encontra Impa sendo atacada por monstros. Depois de salvar a anciã, ela lhe pede ajuda para localizar Nayru, uma jovem donzela de longos cabelos azuis que é muito admirada por sua bela voz e habilidades com a harpa. Após certos eventos, o fluxo do tempo é perturbado, causando diversas alterações no passado e no futuro. Nayru também desaparece e cabe a Link descobrir seu paradeiro para restaurar a ordem em Hyrule com a ajuda de Ralph, o amigo de infância da cantora.
 
Em Oracle of Seasons, as coisas são um pouco diferentes. O herói também acorda em uma floresta misteriosa, mas em vez de encontrar Impa, ele acaba conhecendo um grupo de viajantes liderados pela dançarina Din. Após os aventureiros acolherem o garoto, as nuvens repentinamente se tornam escuras e Din é sequestrada por uma figura chamada Onox, o general das trevas. Com esses acontecimentos, as estações entram em desordem e começam a se alternar rapidamente. Agora, o hylian deve encontrar alguma forma de resgatar Din e derrotar o general.

Um ponto bem curioso nas obras foi a abundância de pequenos eventos e de diálogos na trama. Os jogos não chegam a ser nenhum Xenoblade em questão de história, principalmente se lembrarmos que são produtos de 2001, mas, ainda assim, termos um pouco mais de desenvolvimento dos personagens e uma trama ativa durante nosso progresso foi uma surpresa bem-vinda. É especialmente divertido ver como nossas ações influenciam a população nos mundos fictícios, sendo que algumas escolhas podem alterar a forma que os NPCs irão se desenvolver.

Controlando o tempo e as quatro estações com estilo

Como era de se esperar de um hardware limitado como o do Game Boy, a aparência do mundo em geral é bem simplificada, mas a adição de cores adiciona bastante graça às suas restrições. Tudo é bastante minimalista, mas não deixa de ter um charme que nos remete a tempos mais simples. 
 
A apresentação do mundo em visão superior pode ser bem humilde, porém, em contraste, a arte em pixel das CGs é particularmente linda, em minha opinião. Sua abertura, em particular, segue encantadora, mesmo em 2023. Gostaria que tivéssemos recebido mais jogos da franquia que utilizassem CGs em 2D. Din e Nayru se tornam um verdadeiro colírio aos olhos quando temos uma mudança de perspectiva do mundo em visão superior para os quadros mais artísticos com belas ilustrações no estilo anime em 8-bit.

Além das questões gráficas e narrativas, o jogo apresenta puzzles exclusivos para cada uma de suas versões. Similar a Ocarina of Time, Oracle of Ages lida principalmente com quebra-cabeças que podem ser solucionados apenas com a manipulação do tempo, exigindo que o jogador navegue constantemente entre as eras para descobrir pistas e soluções de como progredir nos enigmas.
 
Oracle of Seasons possui puzzles que exploram as diferenças entre estações e suas particularidades. Por exemplo, existem áreas que são acessíveis somente no inverno, ou caminhos que são revelados apenas na primavera. Pessoalmente, não me recordo de nenhum outro jogo na franquia que tenha mexido com essa mecânica, tornando Seasons um jogo único e especial do seu jeito.

Um jogo familiar, mas ainda assim diferente

A jogabilidade de The Legend of Zelda: Oracle of Ages e de Oracle of Seasons se assemelha bastante à dos primeiros jogos de Link, como The Legend of Zelda (NES) e The Legend of Zelda: A Link to the Past (SNES). As dungeons, em especial, lembram bastante os jogos clássicos, mas com o extra de controle do tempo e das estações. Quem sente falta de jogos 2D clássicos da série estará em boas mãos aqui.

Excluindo a manipulação do cenário, existem outros dois fatores que tornam esses jogos de Game Boy Color únicos e que eu gostaria de mencioná-los. Um deles é o uso de “mascotes” que ajudam Link a atravessar diversos obstáculos durante sua aventura, como Ricky, o canguru boxeador; Dimitri, o Dodongo vermelho; e Moosh, o urso azul alado. Cada um desses animais pode ajudar o hylian a atravessar diferentes barreiras, como subir em cachoeiras, voar sobre buracos e escalar paredes.

O segundo ponto é a curiosa personagem Maple, uma jovem bruxa que, a cada 30 inimigos derrotados, tem chance de aparecer voando no mapa e esbarrar em Link, fazendo com que os dois personagens derrubem grande parte de seus respectivos itens e rupees. Durante a confusão, é possível sair tanto no lucro quanto no prejuízo, já que a feiticeira enfurecida irá tentar pegar todos os espólios jogados no chão, sejam eles do jogador ou dela. À medida que encontramos Maple mais vezes, seu desafio aumenta, pois ela se torna cada vez mais habilidosa e rápida para pegar os itens.
 

Venha se divertir com Din e Nayru no Switch

The Legend of Zelda: Oracle of Ages e Oracle of Seasons são jogos relativamente curtos, com cerca de 12 horas de duração e alguns extras que eram de difícil acesso para a época de seu lançamento. No entanto, por meio do aplicativo de Game Boy do Nintendo Switch Online, é possível desvendar todos os seus mistérios, mesmo sem um amigo que tenha outro cartucho desses títulos. O jogo é bem divertido e muito similar às outras primeiras aventuras em Hyrule, mas ainda repleto de diferenças exclusivas, como o uso das estações para resolver os puzzles, a presença personagens como Ricky, Dimitri e Moosh, e o “mini-game” de sorte da bruxinha trapalhona Maple.


Se você nunca teve a oportunidade de experimentar essa saga anteriormente, jogá-la através do Switch é uma ótima pedida. Como de costume, os jogos rodam muito bem no sistema e são indicados tanto para veteranos que buscam ter uma experiência mais nostálgica, mas ainda refrescante, quanto para iniciantes na série interessados em conhecer os jogos clássicos. Não deixe essa oportunidade passar batido e se encante com o mundo de Zelda em Oracle of Seasons e Oracle of Ages.

Revisão: João Pedro Boaventura
Referências: Zelda Wiki e Zelda Dungeon
Artigo produzido com cópia digital cedida pela Nintendo

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Fascinada pela cultura japonesa dos anos '80, '90 e '00. Ama livros, mangás, sua gata maluca, mahou shoujo e jogos. Em especial Dragon Quest, Fire Emblem, Famicom Detective Club, Okami, JRPGs, retrô, Bishoujo & Otome games. Sempre em busca de jogos estranhos ou com propostas inusitadas. Estuda japonês nas horas vagas para conhecer mais obras do tipo.
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