Análise: Mario + Rabbids Sparks of Hope: The Last Spark Hunter (Switch) não traz surpresas, seja isso bom ou não

Este segundo DLC de três pouco agrega além das mesmas qualidades e defeitos do jogo principal.

em 07/08/2023


Apesar de não ser um sucesso comercial, Mario + Rabbids Sparks of Hope é, na minha humilde opinião, um dos melhores títulos de Switch em 2022. Portanto, o anúncio de três DLCs para o game deveria gerar apenas expectativas boas, mas não é bem assim.


No caso de The Last Spark Hunter, segundo conteúdo adicional do trio prometido, é uma minicampanha que está mais atrelada ao momento do jogador com a franquia do que à qualidade do produto em si.

Um desvio musical

The Last Spark Hunter se passa entre o penúltimo e o derradeiro planetas da campanha principal. Após derrotar a última Caçadora de Sparks e partir do Planalto Vale-Árido rumo ao quartel-general da Calamita, nossos heróis detectam uma atividade incomum nos Jardins Melódicos, planeta conhecido por seu ambiente musical natural. Porém, como era de se esperar, algo de errado não está certo.




As leituras de sinal feitas pela Gena indicam que o planeta está em completo silêncio, e a causa não poderia ser outra que não a presença massiva de Malumbra, a maldita gosma gerada pela Calamita. Mario e sua turma decidem então lidar com esse problema antes de enfrentar a vilã principal.

Chegando aos Jardins Melódicos, descobrimos que a densidade do ar está alterada, o que impede que a nave dos protagonistas decole novamente até que a situação seja resolvida. Mas isso não importa, porque nossa trupe de desbravadores espaciais jamais iria embora sem exterminar a Malumbra do lugar.

A ameaça da vez é a Inovânya (Kanya), uma inesperada Caçadora de Sparks (corta para o título do DLC) que, insatisfeita por ser uma lacaia da Calamita, desassociou-se da tirana e planeja conquistar a galáxia por conta própria, usando os Jardins Melódicos como ponto de partida. Seu primeiro objetivo é transformar o planeta em uma fábrica de Bob-Ombs, o que obviamente não podemos permitir. Portanto, vamos rumo a mais uma aventura!



Ah, é só mais do mesmo, não tem novidade, é só mais do mesmo

Se você esperava algo com um mínimo de diferencial para o resto do conteúdo de Sparks of Hope, lamento ser eu o portador de más notícias. Infelizmente, The Last Spark Hunter faz jus ao termo “mais do mesmo” tanto quanto um DLC pode fazer.

Exceto pelas novidades inerentes a qualquer conteúdo adicional, como novos ambientes e um novo antagonista principal, o que temos aqui é uma repetição praticamente inalterada (com duração reduzida, ainda por cima) da fórmula da campanha principal: explorar o cenário, fazer puzzles enfadonhos e travar excelentes batalhas estratégicas contra inimigos e subchefes, com um chefão ao final da jornada.




Esse tipo de conteúdo não é necessariamente ruim (pelo contrário, tem muito jogo “mais do mesmo” de excelente qualidade sendo lançado o tempo todo), mas, conforme eu disse no começo desta análise, seu aproveitamento depende demais da disposição atual de cada jogador para com a franquia Mario + Rabbids.

Se você estiver minimamente enjoado de repetir o ciclo de batalhas e puzzles de Sparks of Hope, definitivamente espere um tempo para embarcar nesta campanha; por outro lado, se o seu anseio por mais ação estratégica em tempo real for grande, não pense duas vezes antes de entrar de cabeça nos Jardins Melódicos!

Algumas melodias inéditas

Pra não ficar só nas reclamações, vamos ao que The Last Spark Hunter tem de novo e de bom, começando pelo mais previsível: os Sparks. São cinco novas criaturinhas, que encontramos ao longo da exploração, assim como seus colegas dos outros planetas. E por falar nos Sparks, como se trata de um conteúdo que presume que já jogamos a campanha principal, todas as criaturinhas já estão disponíveis desde o começo, começando pelo nível 4.




Outra grata surpresa está na árvore de habilidades do grupo, cujos ramos para os Sparks estão liberados. Ainda precisamos pagar os prismas de habilidade para obter os efeitos, mas não precisar gastar um raro prisma dourado já é uma mão na roda. Também estão disponíveis novos visuais de armas, que nem de longe compensam a falta de mais conteúdo do ponto de vista estético, ou até mesmo de um novo personagem jogável, carência que só será suprida no próximo DLC, graças à presença de Rayman.

É claro que eu não podia deixar de elogiar o que para mim é de longe o melhor aspecto do jogo: o combate. É nas batalhas contra os subordinados da Calamita que o trabalho da Ubisoft brilha, e neste DLC a complexidade e o nível dos desafios continuam maravilhosos. Chega a ser curioso o quanto eu quis entrar em batalhas contra os inimigos aleatórios que surgem no mapa ao invés de evitá-las por não querer perder tempo fazendo grind.




Isso acontece porque o planejamento estratégico exigido para derrotar inimigos, chegar ao ponto marcado ou sobreviver uma quantidade de turnos torna tudo divertido e estimulante de um jeito deliciosamente natural. Eu não preciso me esforçar para gostar das batalhas em Sparks of Hope — o entretenimento simplesmente vem. Fiquei bem feliz de constatar que esse padrão de qualidade se manteve, e espero que assim seja para o terceiro e último DLC.

Apesar dos pesares, um bom concerto rápido

Mario + Rabbids Sparks of Hope: The Last Spark Hunter é um conteúdo adicional que representa uma faca de dois gumes. Ele é tão bom quanto toda a campanha principal da sequência de Kingdom Battle, mas não vai além de uma curta extensão quase inteiramente inalterada, o que pode tanto ser bom quanto ruim, dependendo de fatores externos ao jogo em si.

Eu considero arriscado esse tipo de decisão criativa, pois a experiência geral acaba atrelada ao quanto você está a fim de reviver um mesmo roteiro de gameplay por uma quantidade menor de tempo que da última vez, mas, de um ponto de vista mais objetivo, The Last Spark Hunter é um DLC sólido, se for aproveitado nas condições certas.

Prós:

  • Mantém o bom nível geral da fórmula do conteúdo-base;
  • Os combates continuam de primeira qualidade, com uma dose sublime de planejamento estratégico e complexidade;
  • Começar com todos os Sparks liberados já no penúltimo nível de poder é uma ótima decisão de continuidade, assim como o desbloqueio do ramo dos bichinhos na árvore de habilidades dos heróis.

Contras:

  • Assim como as qualidades, os defeitos do conteúdo original também retornam, notadamente os puzzles entediantes e cansativos;
  • Poucas novidades além do que já é obrigatório a toda e qualquer campanha nova, como cenários e antagonistas;
  • O aproveitamento do conteúdo está demasiadamente ligado ao quão sedento por mais Sparks of Hope o jogador está.
Mario + Rabbids Sparks of Hope: The Last Spark Hunter — Switch - Nota: 7.5
Revisão: Vitor Tibério
Análise produzida com cópia digital cedida pela Ubisoft
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Apaixonado por jogos desde criança, principalmente pela Nintendo. Seja Indie ou AAA, os videogames vão estar sempre no meu coraçãozinho, com um espaço especial para multiplayers!
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