The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom (Switch): desenvolvedores falam sobre influências e originalidade

"Desculpe, mas não tivemos tempo de jogar Elden Ring".

em 08/07/2023
A entrevista que o diretor Hidemaro Fujibayashi e o produtor Eiji Aonuma concederam ao site holandês RTL Nieuws continua fornecendo informações sobre o processo de criação do mais recente jogo da série Zelda. Uma das questões abordadas foi sobre originalidade e influência.


Os dois excluíram uma volta ao estilo clássico, mas afirmaram que ideias dos games anteriores possibilitaram a criação de The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom (Switch). Será que as inspirações também vieram de fora da franquia? Confira nossa tradução do trecho da entrevista em que este assunto é discutido:
RTL: O sucesso Elden Ring afirmou ter sido inspirado por Breath of the Wild (Switch). O jogo por sua vez também serviu de fonte de inspiração para vocês?

Fujibayashi: Desculpe, mas nós realmente não tivemos a chance de jogá-lo. Estivemos muito ocupados com o desenvolvimento de Tears of the Kingdom, o que nos impediu de jogar outros games. Mas ouvimos falar dele.

Mesmo se tivéssemos tido tempo de jogar alguma coisa, nós não reutilizamos ideias. Quando fazemos um jogo, criamos um conceito geral para a partir daí criar novas ideias.

RTL: Isso é muito interessante, porque é comum em outros estúdios os designers  falarem sobre sua inspiração em outros títulos. Zelda é criado numa espécie de bolha?

Aonuma: É claro que há situações em que você faz algo similar a um jogo que já existe, porém eu jamais tentaria colocar ideias dos outros no meu game. Sou orgulhoso demais para isso. Estou sempre em busca de ideias originais.

Quando criei A Link Between Worlds (3DS), tinha um sistema 3D ao pular, que fazia parecer que Link ia na sua direção. Quando mostrei isso para o então presidente da Nintendo (Satoru) Iwata, ele disse "eu não sabia que isso era possível". Fiquei muito feliz em ouvir isso, pois para mim essa é a essência do desenvolvimento de games: pensar em coisas que ninguém mais pensou.
Fujibayashi e Aonuma estão na franquia há décadas e no momento não pretendem deixá-la. Seu mais recente trabalho é The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom, disponível exclusivamente para Switch.


Nascido no mesmo dia que Manoel Bandeira (mas com alguns anos de distância), perdido em Angra dos Reis (dos pobres e dos bobos da corte também), sob a influência da MPB, do rock e de coisas esquisitas como a Björk. Professor de história, acostumado a estar à margem de tudo e de todos por ser fora de moda. Gamer velho de guerra, comecei no Atari e até hoje não largo os mascotes - antes rivais - Mario e Sonic.