Uma jornada após a morte
Tudo começa com um pacto firmado entre o cavaleiro Saragat da guarda real e o sombrio e misterioso Waltham. Apesar de desconfiar das intenções de seu novo parceiro, Saragat se vê em uma situação na qual será necessário dizer sim a esse contrato para poder ser útil à Imperatriz Eleanor, descobrir o que está acontecendo com Londres e tentar fazer com que as coisas voltem ao normal.
Porém, em termos de qualidade geral, o jogo deixa a desejar nos aspectos gráficos e sonoros, com uma trilha pouco memorável e elementos visuais confusos. Em particular, o visual acaba atrapalhando a navegação em alguns momentos por falhar em diferenciar os planos de frente e fundo, pelo mau uso da tonalidade das paredes, o que acaba dando uma impressão de profundidade equivocada, e pelo abuso da escuridão que acaba atrapalhando a visão do jogador mais do que o ideal, mesmo pensando nisso como um desafio.
Esquiva, defesa e armas
Um ponto central da experiência é o combate, sendo possível encontrar várias armas pelo caminho dentro de caixões. É possível usar grandes espadas, adagas ágeis, foices, arco e flecha, pistolas, etc. As diferenças entre elas incluem variações de dano, alinhamento a uma das estatísticas do protagonista, a área de alcance dos golpes e o consumo de uma energia chamada GRD (Guard).É possível equipar quatro armas e basta apertar o botão direcional correspondente para alternar entre elas. Infelizmente, cada equipamento só possui um único ataque, sem variações de direcionamento ou ordem do combo. Também não é possível usá-lo enquanto o jogador está abaixado. Esses elementos limitam o combate e o deixam abaixo do ideal de uma obra com foco em ação.
O que chama mais a atenção no combate é o sistema de GRD, que combina uma espécie de stamina com a capacidade de evitar dano automaticamente. O personagem tem uma vida bem pequena, mas, enquanto tiver essa barra, pode evitar totalmente o dano. Porém, ela também está ligada ao uso de armas, ou seja, atacar ou receber ataques de forma consecutiva muito rapidamente deixa o jogador cada vez mais vulnerável.
Derrotar os inimigos rende uma energia chamada Vitae, que pode ser usada junto com pedras especiais chamadas Yth Stones para melhorar os atributos do personagem. Os parâmetros incluem defesa, GRD, constituição (HP), sorte, assim como aqueles que afetam a performance das armas, como ataque, destreza e inteligência.
Detalhes técnicos da experiência
Infelizmente, o que acaba pesando contra Skautfold: Usurper, em especial, são vários elementos técnicos que enfraquecem a experiência. Além da confusão visual e da limitação do uso das armas mencionados acima, temos problemas como a inconsistência de indicações para elementos interativos no mapa (alguns têm, outros não), textos pequenos (especialmente dos menus) e um mapa estático.Um problema que tive em particular foi o fato de que o remapeamento de controles não era persistente, ou seja, bastava fechar o jogo para os botões voltarem à configuração padrão. Da mesma forma, o mapa acabou se tornando uma referência de alto nível para mim em vez de algo mais útil, já que não indicava o meu posicionamento de forma clara, causando momentos desnecessários de confusão.
Todos esses defeitos são pequenos, mas acumulam em uma experiência abaixo do ideal. Fica a expectativa de que seja possível corrigir esses problemas com ajustes futuros. Por outro lado, gostaria de destacar que o jogo faz transições instantâneas de telas, fazendo do seu desempenho no Switch algo bem agradável.
Um metroidvania razoável
Skautfold: Usurper é um metroidvania razoável em sua proposta e cumpre o esperado de um jogo do gênero. Porém, os vários defeitos pequenos se acumulam para impedir que a experiência se destaque dentro de um mercado que tem obras muito melhores já disponíveis. No momento, vale a indicação apenas para quem é muito fã do estilo.
Prós
- Combate que incentiva o uso de esquiva;
- Bom uso do estilo terror gótico à la Castlevania em visual e direção sonora;
- Transição instantânea de telas.
Contras
- Elementos gráficos confusos atrapalham a navegação;
- Remapeamento de controles não persiste após sair do jogo;
- Mapa estático no menu e sem indicações da posição atual do jogador;
- Armas só possuem um único golpe, sem variações de direcionamento e não podem ser usadas enquanto o jogador está abaixado;
- Pontos de transição de tela em alguns lugares foram mal colocados e podem acompanhar problemas de câmera ocasionais;
- Inconsistência de indicação de elementos interativos;
- Textos de sistema pequenos.
Skautfold: Usurper — Switch/PC/PS4/PS5/XBO/XSX — Nota: 6.5
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Juliana Paiva Zapparoli
Análise produzida com cópia digital cedida pela Red Art Games