Acumulando alguns títulos em seu catálogo desde o lançamento de Ruined King (Switch) em 2021, os jogos da Riot Forge hoje pertencem a gêneros diversos, desde o tradicional RPG de turno até os menos convencionais jogos de ritmo. Agora, com o lançamento de CONVERGENCE: A League of Legends Story, a Riot decidiu que Ekko, o garoto descolado que volta no tempo, seria o protagonista ideal para o seu primeiro título dentro do popular gênero Metroidvania.
Funcionando essencialmente como a periferia da avançada cidade de Piltover, Zaun possui uma atmosfera quase cyberpunk, unindo os avanços tecnológicos da metrópole vizinha com a deterioração de um lugar lotado de problemas, como crime organizado, drogas e falta de saneamento básico.
Pulando e deslizando pelas ruas de Zaun
O mundo de League of Legends possui um grande número de cidades, reinos e dimensões distintas povoadas por todos os tipos de personagem. Humanos, monstros, criaturas bizarras e bichinhos fofinhos convivem em localidades bastante distintas entre si. Graças à série Arcane produzida pela Netflix — um excelente trabalho de animação que se passa dentro dessa realidade criada pela Riot Games —, a caótica cidade de Zaun acaba sendo umas das mais conhecidas pelo público geral.Funcionando essencialmente como a periferia da avançada cidade de Piltover, Zaun possui uma atmosfera quase cyberpunk, unindo os avanços tecnológicos da metrópole vizinha com a deterioração de um lugar lotado de problemas, como crime organizado, drogas e falta de saneamento básico.
É nesse local que reúne o contraste do cinza das velhas máquinas e do ferro-velho com o colorido dos grafites, luzes em neon e da sua arquitetura estilo “gambiarra” que o jovem Ekko, um talentoso inventor que possui um dispositivo que manipula o tempo, terá que explorar para desvendar o mistério por trás de uma explosão que dá início à história do jogo.
O deslocamento em Zaun acontece no estilo plataforma 2D com foco em exploração e na coleta de colecionáveis e pequenos upgrades para que eventualmente você possa adquirir habilidades que permitam o ingresso em áreas até então inacessíveis — exatamente como em um clássico Metroidvania, incluindo até mesmo o clássico menu com mapa e suas subdivisões de locais.
Além do movimento estilo Parkour empregado pelo garoto, que consegue se agarrar, pular e correr pelas paredes, Ekko possui uma série de engenhocas e skills bastante similares ao seu tradicional kit de peripécias dentro de League of Legends. Quem está familiarizado com o MOBA logo irá reconhecer o projétil em forma disco que vai e volta como um bumerangue, o seu poder de conjurar um grande área circular que deixa o tempo mais lento e, principalmente, a icônica habilidade de “rebobinar” o tempo e voltar um pouco atrás em suas decisões.
A combinação dos elementos de plataforma e o poder de voltar no tempo do protagonista, em geral, funciona bem. Durante os momentos mais desafiadores de deslocamento pelo mapa, caso você seja atingido por um inimigo ou caia em algum buraco, basta segurar o botão para escolher exatamente para onde você irá voltar (dentro de uma pequena janela de tempo das suas últimas ações).
Em geral, esse é o ponto forte de CONVERGENCE, quando você está se movendo de um lugar para o outro, ativando botões, subindo paredes e realizando séries de wall jumps para alcançar novas localidades. No entanto, um elemento que quebra esses momentos mais fluidos de movimentação constantemente, e que pesa um pouco graças à dificuldade em certos instantes, é o combate.
Os confrontos basicamente ocorrem em salas fechadas que pedem que você derrote todos os inimigos para seguir em frente. Durante esses embates, a habilidade de voltar no tempo acaba sendo indispensável, já que é possível voltar um pouco e impedir que Ekko perca um dos seus poucos pontos de vida. É normal que vários inimigos apareçam ao mesmo tempo lançando uma combinação de projéteis de diferentes tipos, explosões e ataques físicos poderosos e cabe a você administrar cada elemento esquivando, pulando e contra-atacando da melhor forma possível.
A dificuldade pode ser um pouco bizarra durante esses segmentos, obrigando que você utilize todas as suas limitadas cargas para retroceder o tempo para conseguir sobreviver. Em geral, a dificuldade do título não é muito alta e pode ser bastante customizada no menu inicial antes do começo da trama, mas existem sim alguns momentos em que a curva parece muito alta ou muito baixa.
Os combates com chefões são bons exemplos para o estranho equilíbrio de dificuldade. A grande maioria pode ser resolvido de forma muito rápida e dinâmica se você se concentrar minimamente nos padrões de ataque do oponente, infelizmente fazendo com que esses momentos não tenham tanto impacto durante o desenvolvimento da sua jornada pessoal dentro desse mundo.
De forma similar, a variedade de inimigos espalhados pelo mundo não é muito vasta, e é fácil sentir que você está constantemente enfrentando os mesmos oponentes e lidando com os mesmos padrões de ataque. O mesmo ocorre com os próprios segmentos de plataforma, gerando um certo sentimento de repetição das mesmas tarefas e dos mesmos cenários durante o desenvolvimento da narrativa.
Este, entretanto, não é um problema tão gritante durante a experiência do jogo, que não consegue realmente esgotar suas ideias por não ser assim tão longo. O resultado é um Metroidvania agradável com uma quantidade saudável de colecionáveis, um visual e um estilo de arte bastante coloridos e expressivos e uma sensação de exploração imersiva o suficiente para prender a maioria dos entusiastas do gênero. Fãs de League of Legends também irão gostar de descobrir mais sobre Ekko e sua cidade tão peculiar e esteticamente singular, além de poder avistar alguns outros campeões clássicos do universo do MOBA durante a aventura.
É importante também frisar que, como é de costume no Nintendo Switch, infelizmente existem alguns problemas de performance. Eu não experienciei nenhum travamento ou nada que afetasse de forma drástica o meu tempo com o game, porém é normal ter que lidar com uma presente queda de quadros por segundo durante a jogatina — algo que consegue atrapalhar as ocasiões em que há necessidade de mais fluidez para a movimentação e o combate.
Uma interessante história paralela do mundo de Lol
CONVERGENCE: A League of Legends Story é um Metroidvania que não consegue deixar a sua identidade única e passa longe de se tornar uma experiência imperdível, mas seria errado dizer que o título não é bastante agradável pelo o que ele é. Com um elenco interessante de personagens, uma estética vibrante e diferente e uma série de momentos em que a jogabilidade é sim bastante criativa e competente, não fica tão difícil recomendar o título para alguém que procura um novo jogo do gênero para a sua coleção. Problemas de performance no Switch e uma certa repetição temática durante a jogatina podem atrapalhar, porém não chegam a ser motivos fortes o suficiente para impedir a maioria dos jogadores de testar essa aventura.Prós
- Estética colorida, vibrante e agradável;
- Temática e ambientação competentes, trazendo o universo expandido de lol para outros horizontes;
- Algumas boas ideias de movimentação e jogabilidade.
Contras
- Dificuldade desbalanceada em alguns momentos
- Existe uma certa repetição de elementos ao longo do jogo, tanto visuais quanto de jogabilidade;
- Alguns problemas de performance no Switch.
CONVERGENCE: A League of Legends Story - Switch/PC/XBO/XSX - Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Diogo Mendes
Análise produzida com cópia digital cedida pela Riot Forge
Análise produzida com cópia digital cedida pela Riot Forge