Análise: The Mageseeker: Uma História League of Legends (Switch) combina jogos consagrados do gênero com o universo de Runeterra

Guie o mago Sylas de Dregbourne em sua vingança contra o reino de Demacia.

em 24/04/2023

A história de um jogo pode ser tanto recheada de elementos e personagens profundos como também simples, porém bem-trabalhada. Em League of Legends, tudo aquilo que podemos chamar de lore, ou seja, a mitologia que envolve o universo e seus personagens, ganhou muito destaque nos últimos anos. 

Se antes havia apenas uma página contando a origem de um personagem, agora temos contos, eventos, relacionamentos e falas específicas contra certos adversários ou aliados. Atualmente, a história é uma parte vívida do game, e a cada personagem novo, uma camada de profundidade é adicionada.

The Mageseeker: Uma História League of Legends traz como protagonista o implacável Sylas de Dregbourne, um homem cuja liberdade lhe foi tomada ainda jovem e que, com o passar dos anos, foi alimentando um ódio devastador pelos Caçadores de Magos de Demacia. Boa leitura!

A vingança nunca é plena

Criado em um dos bairros mais pobres de Demacia, Sylas de Dregbourne se tornou o símbolo do lado mais sombrio da Grande Cidade. Quando criança, sua habilidade de identificar magia chamou a atenção de importantes caçadores de magos, que depois o aprisionaram por ter se virado contra eles. 

Após muitos anos acorrentado em Demacia, Sylas adquiriu grande rancor e ódio pelos Caçadores de Magos, e jurou se vingar com a premissa de recuperar o tempo que ficou preso. No entanto, apenas uma pessoa em toda Demacia o entendia: seu nome é Lux Stemmaguarda, membro de uma das mais importantes famílias do reino.


O país de Demacia não tolera magia, já que no passado a prática quase trouxe fim à região de  Runeterra. Com isso, todos os magos, quando identificados, são presos ou, bem, você sabe… eliminados. Lux viveu como maga em segredo por anos, até que Sylas a usou para fugir da prisão, roubando seus poderes e incendiando Demacia, revelando para todos a verdadeira face de Lux.

Durante a rebelião, o rei Jarvan III é assassinado, oportunidade perfeita para culpar Sylas pelo acontecimento. Então, os Caçadores de Magos começaram a espalhar boatos de que tudo não passou de um plano sórdido do mago regicida.

Ao ser caçado por antigos colegas, agora captores, Sylas se encontra em uma problemática situação: tudo e todos estão contra ele. Sem ajuda e fraco, o mago petricita foge de Demacia acompanhado apenas de seu ódio e sede de vingança.

Tudo que ele faz é magia

The Mageseeker é um jogo de ação hack’n slash pertencente ao universo de League of Legends. No controle do mago Sylas, nossa missão é guiar o abjugado em sua jornada de vingança contra os Caçadores de Magos e especialmente a Grande Cidade de Demacia, e assim como em League of Legends, usar suas habilidades mágicas combinadas com sequências de combos corpo-a-corpo.

A jogabilidade de Sylas é totalmente inspirada em seu kit de habilidades de League of Legends, com avanços, combos com as correntes feitas de petricita e a cereja do bolo: roubar a magia dos inimigos para usá-la contra eles. Suas correntes também concedem mobilidade ao longo das fases, permitindo que o protagonista possa alcançar locais escondidos e explorar o cenário.


Enquanto jogava, percebi uma similaridade gritante com a franquia Darksiders, especialmente Genesis, em virtude dos elementos espalhados pelos cenários, como baús e checkpoints. Ainda, há um segundo jogo, que para mim é a grande inspiração: God of War. É praticamente impossível não notar a referência do clássico combo de Kratos.

Durante sua jornada, Sylas também encontrará aliados para se juntar ao seu grupo, chamados de “Os Foragidos”. Essas pessoas são magos que em algum momento também fugiram para longe da influência dos Caçadores. Por conta dos eventos da história do Abjugado, Os Foragidos se identificam com a causa e querem lutar para fazer a diferença.


Cada foragido concede ao mago petricita dois aprimoramentos, sendo um deles um combo que permite a execução de um ataque elemental, e o outro, uma espécie de habilidade passiva que aumenta o dano elemental de Sylas. Os recrutas também são encontrados durante a jornada e entram para grupos de magos, incrementando os bônus concedidos e aprimorando o acampamento, garantindo acesso a locais antes bloqueados.

Uma história de amor, de aventura e de magia

League of Legends faz parte da minha vida há mais de 10 anos e sou consumidor das histórias criadas para agregar conteúdo e que, com o tempo, se tornaram peça fundamental na construção dos personagens.

Como curiosidade, antes de ser lançado, Sylas gerou uma grande mudança na estrutura de League of Legends, já que sua habilidade Ultimate, Usurpar, é justamente roubar temporariamente a Ultimate de qualquer outro personagem. Em virtude dessa mecânica, 97 campeões (como são chamados os personagens nesse universo) passaram por mudanças em suas habilidades Ultimate para que o nosso amigo de Dregbourne pudesse existir.


Adicionalmente, os personagens presentes no game possuem uma forte relação entre si, e foi muito satisfatório poder ver esses campeões em um jogo diferente, até porque confesso que Demacia é e sempre será a minha região favorita de League of Legends. Dessa forma, quem aprecia a história terá em mãos um prato cheio.

Por outro lado, aquele que não está totalmente familiarizado, ou está tendo seu primeiro contato com o universo de League of Legends, não será afetado. A trajetória de Sylas foi muito bem estruturada e bem contada.

A arte do jogo em pixel art é magistral. Cada efeito visual presente nos cenários é exibido no tempo certo, embora eu tenha notado algumas quedas de frame no Switch quando há muitos desses elementos presentes.

Na parte sonora, o tom de vingança é constantemente notado através de melodias compostas com notas menores, criando uma atmosfera mais melancólica e passando a sensação de sofrimento para o jogador. Não há como não se sensibilizar com Sylas.


Um passeio no tapete mágico

Embora haja muita história para contar ao longo de The Mageseeker, a linearidade e a velocidade na qual ela é contada surpreende: tudo acontece muito rápido e não há demora intencional. As missões secundárias ajudam a ocupar o espaço, mas não preenchem, já que são opcionais e podem nunca ser cumpridas pelo jogador.

Outro ponto que chama a atenção é a repetição do combate: sempre temos que roubar uma habilidade de algum inimigo para poder vencer o elemento contrário, nos moldes de pedra, papel e tesoura. Há poucas opções de combos, sendo que o jogo claramente pede por mais. As correntes de Sylas possuem infinitas possibilidades, e quando somamos magia elemental, um mundo de opções se abre.


Como fã de dublagem, me decepcionei com as poucas participações do incrível dublador Felipe Grinnan (intérprete brasileiro do Sylas) e dos demais personagens. As caixas de texto são muito simples e raramente temos diálogos importantes. A abertura do game, para quem conhece, é narrada por uma das campeãs de League of Legends, e deixaremos para você, leitor, descobrir quem é.

Que tal um truque de mágica?

The Mageseeker: Uma História League of Legends é uma ótima adição ao rol de jogos que fazem parte da história do LoL. Através de uma interessante mecânica de combate graças ao protagonista, é uma excelente opção àqueles que curtem o gênero. 

Contudo, acredito que os desenvolvedores da Riot Forge poderiam ter trazido a tão famosa dublagem do jogo, além de um cuidado extra com o Nintendo Switch, que é diferente das demais plataformas.

Prós

  • Gráficos em pixel art incríveis e ótimas animações;
  • O sistema de combate combina estratégia e destreza na medida certa;
  • Tanto fãs como novatos irão aproveitar o game sem nenhuma restrição;
  • Diversos personagens da série aparecem para acrescentar ao enredo.

      Contras

      • As atividades secundárias são pouco interessantes;
      • A queda de frames impacta na experiência do jogo;
      • Ainda que tenha um bom sistema de combate, há muita repetição;
      • Embora haja localização para o português, a ausência da dublagem característica faz falta.

          The Mageseeker: Uma História de League of Legends — PC/PS5/PS4/XSX/XBO/Switch — Nota: 8.5
          Versão utilizada para análise: Switch

          Revisão: Davi Sousa
          Análise feita com cópia digital cedida pela Riot Forge

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          Fã de carteirinha da franquia Pokémon desde os oito anos de idade, teve seu primeiro contato com os monstrinhos de bolso no Game Boy Color e de lá para cá, são mais de 25 anos de alegria. Fanático por vídeo-games, gostaria de poder jogar mais tempo do que trabalha.
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