Análise: Fire Emblem Engage - Expansion Pass (Switch): Waves 2 a 4 adicionam ainda mais conteúdo inédito ao jogo

Novos Emblems se juntam a Edelgard e Tiki, mas o destaque é a história do Fell Xenologue, que adiciona ao jogo personagens e duas classes inéditas.

em 29/04/2023
Assim como abordado na análise da Wave 1 do Expansion Pass de Fire Emblem Engage, a grande sacada do conteúdo DLC é a adição de Emblems com habilidades únicas que abrem um maior leque estratégico para a campanha. Há também atualizações gratuitas que chegaram com as Waves 2 e 3 que melhoram a qualidade de vida no geral, mas o destaque é a Wave 4, que não apenas traz uma história paralela, como também adiciona personagens e duas classes inéditos.

Mais itens, novas qualidades de vida

Como na primeira leva do Expansion Pass, as Waves 2 e 3 trazem itens que ajudam na qualidade de vida no geral, em especial Gold e itens de forja e livros que aumentam o SP de quem os usa, respectivamente; além disso, foram adicionados novos itens à Boutique, mas que, infelizmente, só mudam a aparência dos personagens em Somniel. No entanto, a segunda e terceira levas do DLC vieram acompanhadas de atualizações gratuitas para Engage: a possibilidade de realizar atividades com aliados de forma mais rápida e o Ancient Well.

Na base de operações, a piscina (Pool), o estábulo (Stable) e o orquidário (Orchard) são três locais nos quais podemos colocar personagens para interagir entre si e, de quebra, vê-los participar de diferentes atividades em conjunto. Enquanto esses lugares já existiam no jogo base, eles não estavam disponíveis como pontos de interação, mas a atualização gratuita fez com que eles se tornassem novos meios de aumentar o suporte entre membros da equipe, além possibilitar a realização dessas atividades de uma só vez, sem a necessidade de visitarmos esses locais um por um.


A adição mais interessante veio com o conteúdo gratuito inserido junto à Wave 3, que é o Ancient Well. Embora ganhemos algumas armas baseadas em comidas — as chamadas “joke weapons”, uma herança de Fire Emblem Fates (3DS) — como parte do conteúdo pago, esse “poço dos desejos” permite que troquemos itens e equipamentos que não usaremos por outros — no entanto, essa troca é feita aleatoriamente.

Assim como as demais atividades em Somniel, esses locais são “resetados” quando completamos uma batalha e depois retornamos à base de operações.

Cinco novos Emblems se juntam ao time

A Wave 2 traz os Emblems Hector (The Blazing Blade), Soren (Path of Radiance) e Camilla (Fates), enquanto a Wave 3, Chrom (Awakening) e Veronica (Heroes), totalizando sete Emblem Bracelets, cujas habilidades eu analisei neste guia. Enquanto o funcionamento desses personagens seja semelhante ao dos Emblems do jogo base, com habilidades herdáveis (Skill Inheritance) na Ring Chamber e na Arena, eles não possuem uma lista de Bond Rings; em contrapartida, seus Engage Attacks, com exceção de Veronica, ganham um efeito adicional quando utilizados próximo a unidades equipando Emblem Rings do mesmo jogo, como é o caso de Dark Inferno+, de Camilla, que tem sua área de dano aumentada.

Esses novos Emblems possuem seus próprios Divine Paralogues no mapa-múndi e, assim como o de Tiki, são batalhas mais complexas, mas que valem a pena por facilitarem no quesito grinding. Os mapas são desbloqueados de uma só vez ao completar o evento de Edelgard em Lookout Ridge, em Somniel, a partir do capítulo 6.

Fell Xenologue: o ponto alto do Expansion Pass

Sem sombra de dúvida, a Wave 4 fecha com chave de ouro o Expansion Pass, trazendo uma história em um cenário “e se” similar aos Xenologues de Awakening (The Future Past 1, 2 e 3) e de Fates (Endless Dreams, Realms Collide, The Changing Tide, Light’s Sacrifice, Endless Dawn e Lost in the Waves). No entanto, o Fell Xenologue de Engage, em vez de garantir recompensas a partir da conclusão de cada um dos seus capítulos (seis no total), adiciona duas novas classes — Enchanter e Mage Cannoneer, introduzidas nas Waves 2 e 3, respectivamente — e cinco personagens extras ao rol — Nel, Nil, Zelestia, Gregory e Madeline.

O Fell Xenologue traz uma história que se passa em Elyos que sofre com a morte definitiva do Dragão Divino e as quatro nações — Firene, Brodia, Elusia e Solm — estão em guerra. Nel e Nil, irmãos gêmeos e filhos de Sombron, o Dragão Caído, durante um ritual, acabam invocando nosso avatar a essa realidade distópica. Dessa forma, cada um dos capítulos foca no conflito entre essas nações, sendo que a missão principal de Nel e Nil é reaver os Emblem Bracelets e colocar os Emblems para dormir, para que seus poderes não sejam usados para o mal. Não convém dar spoilers sobre essa história extra, mas o Fell Xenologue traz algumas características que o fazem diferente dos Xenologues de jogos anteriores da franquia.


Em primeiro lugar, chama a atenção o fato de que essa história paralela está atrelada ao save, então, para habilitar os personagens e classes exclusivos, é necessário completá-la em cada nova campanha. Dessa forma, para remediar este grande ponto negativo, o jogador pode voltar a Somniel para realizar as atividades da base de operações entre um capítulo e outro do Fell Xenologue, fazendo com que cada parte dessa história conte como uma batalha à parte; em outras palavras, seu funcionamento é o reverso da história paralela dos Ashen Wolves (Three Houses).

Os personagens aliados têm classes e níveis pré-estabelecidos nesses capítulos especiais, bem como os itens e equipamentos dispostos. Apenas os Emblems não são afetados, então, se Alear tem Bond Level 20 com Eirika na campanha principal, por exemplo, o avatar continuará com esse mesmo Bond Level durante os capítulos do Fell Xenologue.

O Fell Xenologue permite que usemos não apenas os personagens próprios de sua história, mas também todos aqueles recrutados até o momento na campanha principal. Apesar de ser, na minha opinião, um pouco estranha essa espécie de isekai, as interações entre essas unidades, de certa forma, acabam fazendo sentido.

Por fim, o Fell Xenologue conta com uma dificuldade própria, que não afeta a do jogo base e pode ser alterada a qualquer momento. No entanto, é importante ter em mente que os personagens provenientes desse conteúdo DLC vêm com nível fixo (20), tornando-os extremamente desbalanceados no início do jogo, mas igualmente fracos a partir do capítulo 12.

O veredito

Colocando todas as quatro partes do Expansion Pass de Fire Emblem Engage juntas, temos um conteúdo adicional rico em conteúdo e história: são sete Emblems novos, totalizando seis mapas de Divine Paralogues excelentes para grinding; duas classes inéditas; cinco personagens especiais; e diversos itens que, embora não muito atraentes, também auxiliam na campanha principal. Em Somniel, também houve adição gratuita de atividades que melhoram a qualidade de vida, em especial o Ancient Well.

É verdade que o Fell Xenologue tem particularidades que acabam pesando um pouco contra si mesmo, mas a história e as recompensas fazem com que valha a pena visitar esse cenário “e se”. No entanto, a empolgação logo acaba quando ele é jogado em sequência em diferentes save slots, tornando-o uma experiência maçante a longo prazo.

Prós

  • Atividades extras em Somniel, introduzidas como atualizações gratuitas, melhoram a qualidade de vida do jogo;
  • Sete novos Emblems no total, com habilidades próprias que aumentam o leque estratégico;
  • Os seis Divine Paralogues são excelentes mapas para grinding;
  • A história do Fell Xenologue traz um interessante cenário “e se”;
  • Cinco novos personagens e duas classes inéditas são adicionados ao jogo base ao completar o Fell Xenologue;
  • O Fell Xenologue tem dificuldade que pode ser ajustada sem afetar a da campanha principal;
  • Certos itens ajudam a progredir na campanha principal, como os livros de SP.

Contras

  • O Fell Xenologue está atrelado ao save slot da campanha em que é realizado, sendo necessário completá-lo de novo a cada novo jogo para habilitar suas recompensas;
  • Grande parte dos itens dados como bônus em cada Wave não é muito atraente.
Fire Emblem Engage - Expansion Pass — Switch — Nota: 8.5
Revisão: Cristiane Amarante
Análise produzida com cópia digital obtida pela redatora
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Também conhecida como Lilac, é jornalista e atualmente trabalha com assessoria de imprensa. Fã de jogos de plataforma no geral, especialmente os da era 16-bits, com gosto adquirido por RPGs e visual novels ao longo dos anos. Fora os games, não dispensa livros e quadrinhos. Prefere ser chamada por Ju e não consegue viver sem música. Sempre de olho nas redes sociais, mas raramente postando nelas.
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