Análise: Castle Renovator (Switch) não se destaca como simulador, apesar de apresentar variedade na construção

Infelizmente, o título publicado pela Ultimate Games desperdiça grande parte de seu potencial.

em 28/04/2023
Com a proposta de ser um jogo de simulação, envolvendo construção, renovação e gerenciamento de casas e castelos, Castle Renovator, lançado originalmente para PC em 2021, chegou ao Switch. Apesar de apresentar boas ideias, o título acaba se perdendo na execução e rapidamente se tornando repetitivo e enjoativo.

Missões sem variedades

Assim que iniciamos nossa jornada em Castle Renovator, recebemos um terreno vazio e um quadro de avisos. Interagindo com a tela, vemos alguns pedidos que, se aceitos, se convertem em missões. Essas tarefas envolvem atividades simples, como limpar, recolher lixo, consertar cadeiras, cortar árvores, coletar ratos com a mão (tá, essa não é tão simples), organizar ferramentas e terminar de construir ou destruir moradias.

Concluindo esses desafios, recebemos dinheiro e recursos que podem ser usados para erguer edifícios no nosso espaço de terra. Infelizmente, depois de um tempo, esses encargos ficam cansativos, pois, apesar dos lugares em que devem ser cumpridos serem sempre diferentes, os afazeres nunca mudam. Além disso, todas ações também são realizadas de forma idêntica. Deste modo, nosso dever consiste basicamente em sair andando e apertando o ZR em cima dos objetos.

Durante essas quests, podemos encontrar algumas notas que trazem um contexto para o pedido em questão. Algumas delas apresentam situações até interessantes, como uma solicitação de destruição feita por um vizinho vingativo, mas não conseguem impedir a sensação de cansaço que a repetição dos trabalhos provoca. Para piorar, não há opção de legendas em português.

O sistema de construção poderia ser melhor

Em nosso solo, com os materiais em mãos, temos certa liberdade para criar moradias do nosso gosto. Nesse sentido, há uma variedade relativamente legal de itens internos e externos, como janelas, portas, telhados, armários, banheiras, tapetes, lareiras e camas, possibilitando uma decoração bem rica. Vale mencionar que toda a jogabilidade acontece em um cenário 3D com a perspectiva em primeira pessoa.

Semelhantemente aos serviços que prestamos, a edificação funciona de forma igualmente simples, com cada estrutura ou objeto funcionando como se fosse uma peça de brinquedo de montar, bastando ir posicionando os itens escolhidos nos locais de desejo; no entanto, o menu onde essas unidades se encontram é outro ponto que acaba incomodando.

Castle Renovator é mais um exemplar que parece ter sido planejado apenas para PC e portado para o Switch sem uma otimização adequada. Digo isso, pois o menu é confuso, nos obrigando a navegar por diversas abas com fontes de texto pequenas e complicadas de selecionar. Somado a isso, a escolha dos botões é estranha e incomum, sendo difícil de memorizar os controles.

Além desse problema, Castle Renovator tem uma iluminação inconsistente, pois, sem nenhum motivo aparente, alguns ambientes ficam muito escuros em determinados momentos. Seria aceitável se essa situação ocorresse apenas durante os períodos noturnos, mas também a presenciei em plena luz do dia.

Um reino imaginário

Conforme concluímos as solicitações do mural, mais opções de construção e gerenciamento vão sendo desbloqueadas, além de podermos aumentar o tamanho do nosso terreno algumas vezes. Dentre elas, há uma mecânica que achei muito interessante na teoria, mas cuja execução prática acabou me frustrando: o aluguel de residências.

Com uma habitação edificada, temos a possibilidade de alugá-la para alguém. Para conseguir isso, a moradia precisa cumprir alguns requisitos impostos pelo interessado, como ter uma certa quantidade de cômodos ou móveis. Com a efetivação do "acordo", passamos a receber periodicamente uma certa taxa.

Fiquei muito empolgado com esse sistema, pois acreditava que os novos moradores povoariam o local, permitindo a criação de um pequeno reino (como a descrição do jogo sugere). Minhas expectativas aumentaram ainda mais quando vi que cada habitante possuía características próprias, como nome, idade e emprego, me fazendo lembrar dos últimos dois títulos da série Tropico (Multi), os quais aprecio bastante.

Infelizmente, em Castle Renovator essas pessoas não aparecem fisicamente, ficando apenas uma placa dizendo que existe alguém morando naquela residência vazia. Com essa constatação, além da minha imersão cair muito, a vontade de arquitetar casas detalhadas e mobiliadas foi de cem a zero.

Uma adição sem muitos méritos ao gênero

Com pesar, devo dizer que a falta de variedade nos desafios, os comandos mal distribuídos e os moradores que vivem no mundo das ideias tiram parte do brilho que Castle Renovator poderia ter. Apesar disso, para aqueles que conseguirem relevar esses problemas, há uma boa variedade de recursos que enriquecem a criação de edifícios, podendo ser um bom entretenimento para quem gosta de construir e decorar.

Prós:

  • Variedade de itens que permitem a criação de residências detalhadas e mobiliadas;
  • O aluguel cria uma utilidade efetiva para as nossas construções.

Contras:

  • As missões são extremamente repetitivas e enjoativas;
  • Os moradores não ficam fisicamente em suas casas, o que prejudica a imersão;
  • O menu e os controles são confusos e mal-otimizados no Switch;
  • Em alguns momentos o jogo fica escuro, sem que haja um motivo para isso;
  • Ausência de legendas em português.
Castle Renovator — PC/PS4/XBO/Switch — Nota: 5.5
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela Ultimate Games
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